Pesquisadores da China e da Alemanha refinaram a estrutura hierárquica dos fatores que influenciam as emissões de óxido nitroso (N2O) em escala global. O estudo fornece novos dados sobre os principais impulsionadores das emissões de N2O provenientes de solos agrícolas.
Os resultados mostram que fatores climáticos, como precipitação anual média (MAP) e temperatura média anual do ar (MAT), são as principais influências nas emissões de N2O de solos não fertilizados. Em contraste, práticas agrícolas são os fatores mais influentes para solos fertilizados em escala global.
“Os fatores-chave que afetam a intensidade das emissões de N2O variam sob diferentes condições climáticas”, afirmou o Li Siqi, um dos autores correspondentes e pesquisador do Instituto de Física Atmosférica (IAP) da Academia Chinesa de Ciências. Nos tratamentos sem fertilização, as propriedades físicas do solo contribuíram mais para a intensidade das emissões na zona de monção subtropical (23%), enquanto fatores climáticos (MAP e MAT) foram dominantes nas zonas temperada continental (22%) e de monção (23%).
Para tratamentos com fertilização, as propriedades físicas do solo tiveram o maior impacto nas zonas de monção subtropical (26%) e temperada continental (28%). Práticas agrícolas foram mais significativas na zona de monção temperada (17%).
O estudo sugere que práticas de manejo agrícola adequadas podem mitigar as emissões de N2O em mais de 60% em sistemas de cultivo de terras altas.
A pesquisa foi realizada por uma equipe do Instituto de Agricultura Subtropical e do Laboratório Estadual de Física da Camada Limite Atmosférica e Química Atmosférica no IAP. Também participaram a Universidade Normal de Nanning, a Universidade de Soochow, a Universidade Normal da China Central e o Instituto Leibniz de Ecologia de Água Doce e Pesca Interior na Alemanha.
O estudo utilizou análises de correlação e modelagem de equações estruturais em um conjunto de dados global de emissões de N2O. Os pesquisadores exploraram a influência do clima, das propriedades do solo e das práticas agrícolas nas emissões de N2O em sistemas de cultivo sem e com fertilização. Além disso, realizaram análise de particionamento de variância para identificar os principais fatores de controle em diferentes zonas climáticas.
O óxido nitroso (N2O) é um gás de efeito estufa de longa duração que se origina principalmente de solos agrícolas. Muitas pesquisas exploraram as fontes, fatores influenciadores e medidas de mitigação eficazes do N2O nas últimas décadas. No entanto, a hierarquia dos fatores que influenciam as emissões de N2O em escala global ainda não estava clara. Este estudo realiza análises de correlação e modelagem de equações estruturais em um conjunto de dados global de emissões de N2O para explorar a hierarquia dos fatores influenciadores nas emissões de sistemas de cultivo com e sem fertilização nitrogenada, em termos de fatores climáticos, propriedades do solo e práticas agrícolas.
Os resultados mostram que a intensidade média de emissão de N2O nos solos fertilizados (17,83 g N ha−1 d−1) foi significativamente maior do que nos solos não fertilizados (5,34 g N ha−1 d−1). Fatores climáticos e práticas agrícolas são os fatores mais importantes nas emissões de N2O em solos de terras altas fertilizados e não fertilizados, respectivamente. Para diferentes zonas climáticas, sem fertilização, as propriedades físicas do solo são os principais fatores na zona de monção subtropical, enquanto fatores climáticos são chave nas zonas temperadas. Com fertilização, as propriedades físicas do solo são os principais fatores nas zonas de monção subtropical e continental temperada, enquanto as práticas agrícolas são os principais fatores na zona de monção temperada. Implementar práticas agrícolas melhoradas pode potencialmente mitigar as emissões de N2O em mais de 60% em sistemas de cultivo de terras altas.
Essa pesquisa destaca a importância de considerar fatores específicos de cada zona climática ao desenvolver estratégias para mitigar as emissões de N2O de solos agrícolas.
Artigo sobre o trabalho pode ser lido em doi.org/10.1007/s00376-024-3234-7
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