Brasil leva debate sobre agricultura sustentável a Lisboa

Sebrae e entidades nacionais buscam projetar o país como potência agroambiental, com foco no desenvolvimento da chamada "economia verde", culturalmente rico e diverso

16.11.2021 | 14:30 (UTC -3)
Sebrae

O Senado Federal e a Câmara dos Deputados, por meio de suas Comissões de Relações Exteriores (CRE) e de Defesa Nacional, realizaram na sexta-feira (12/11), em Lisboa, Portugal, o encerramento do Seminário Internacional “Agronegócio Sustentável no Brasil”. O evento, contou com o apoio do Sebrae, teve como objetivo contribuir com a promoção do desenvolvimento sustentável e a transição rumo à chamada “economia verde”. O Seminário abordou temas relevantes como o Agronegócio Sustentável no Brasil, Comércio Exterior e Segurança Alimentar, além do Financiamento do Desenvolvimento Sustentável. No primeiro dia do encontro (11/11), foi realizada a celebração pelos 25 anos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), coordenado pela Comissão de Relações Exteriores (CREDN) da Câmara dos Deputados.

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, destacou que é necessário defender a compensação de países pobres e emergentes porque os países ricos o são devido ao desmatamento de suas terras e dos países pobres que foram explorados por eles. “O planeta é um só e o foco deve ser a redução da emissão de gases de efeito estufa. O agronegócio brasileiro tem muito a contribuir com o mundo quando falamos de boas práticas agrícolas porque sabemos compatibilizar alta produtividade com preservação ambiental”, afirmou Pacheco.

De acordo com a presidente da CRE, senadora Katia Abreu, o evento busca fomentar as exportações e impulsionar o turismo, a gastronomia e a economia criativa do Brasil. Segundo a senadora, “é importante valorizarmos as mudanças climáticas e o agro tem papel fundamental na preservação do meio ambiente. O agronegócio entra não para dividir, mas para somar e encontrar soluções que promovam o desenvolvimento e a sustentabilidade”, adiantou.

Carlos Melles, presidente do Sebrae, levou a mensagem de que o Brasil pode e pretende colaborar com a promoção de pequenos negócios e a inclusão social de diversos atores ao redor do mundo. “Atualmente, as micro e pequenas empresas representam 99% de todos os empreendimentos brasileiros, reunindo mais de 44% da massa salarial e sendo responsáveis por 30% do PIB brasileiro. No agronegócio, os pequenos negócios também têm muito a contribuir com o país, principalmente no desenvolvimento da bioeconomia e com estratégias como as Indicações Geográficas, que agregam valor a produtos e modos de produção centenários”, comentou. Segundo ele, os pequenos produtores rurais têm um papel crucial na produção de alimentos no Brasil e um enorme potencial para conquistar também mercados internacionais. Melles antecipou que o presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira, manifestou o desejo de reproduzir esse seminário em outros países, com o propósito de projetar, no exterior, a imagem do Brasil como potência agroambiental. “Estamos voltando ao velho mundo para mostrar o país do futuro, porque somos jovens e temos uma riqueza natural que é importante para o mundo todo”, comentou.

O presidente do Sebrae destacou também a relevância institucional do Sebrae no cenário social e empresarial brasileiro ao contribuir para a criação da lei das micro e pequenas empresas que viabiliza a inclusão e formalização de empreendimentos. “Somos o maior especialista em pequenos negócios no Brasil ao capacitar empreendedores, elaborar estudos e articular leis para a melhoria do ambiente de negócios. Hoje, temos mais de 12,5 milhões de brasileiros formalizados como microempreendedores individuais e isso tem um valor inestimável” finalizou Melles.

Já o presidente da Embrapa, Celso Moretti, ressaltou que o mundo não consegue entender como o Brasil nos anos 70 era importador de leite e carne da Europa e hoje é um dos maiores exportadores de produtos agrícolas e que a pesquisa pública abriu espaço para o setor privado ficar mais ágil, pujante e empreendedor. Ele enfatizou que o Brasil deu um salto qualitativo tão alto que hoje produz e exporta carne, leite e soja carbono neutro e que, em breve, o país terá diversos outros cultivos como café, algodão e outros na mesma linha.  “O Brasil hoje possui 90 milhões de hectares de pastagens degradadas e caso elas sejam utilizadas para a produção agrícola, podemos dobrar a produção agrícola sem derrubar uma árvore sequer”, revelou.

De acordo com André Nassar, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), haverá um aumento do consumo per capita de produtos agrícolas nos próximos 30 anos. “Um dos principais desafios que o mundo tem hoje para atender à demanda por alimentos e enfrentar as consequências de mudanças climáticas é de desenvolver novas tecnologias agrícolas. Outro ponto importante é que os consumidores querem conhecer os impactos que a produção agrícola gera no meio ambiente. O Brasil precisa melhorar essa comunicação para o mundo”, ressaltou.

O evento contou também com a presença de diversas autoridades, entre embaixadores, parlamentares, presidentes de entidades e de instituições financeiras, membros da Justiça e executivos da área privada. O encerramento contou com uma mostra de gastronomia da Amazônia, com toques de ingredientes exóticos e sabores da floresta, produzida pelo Senac, e uma mostra de artesanato da região.

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