Brasil e África: semelhanças e oportunidades de negócios marcam cooperação

O presidente da Embrapa, Pedro Arraes, enfatizou nesta segunda-feira (10/05), que Brasil e África têm similaridades que favorecem a cooperação em agricultura e pecuária, como as semelhanças de biomas, oportunidades de negócios e visão de futuro comum.

Arraes está neste momento com mais de 40 delegações africanas, em encontro que faz parte da programação do Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural, que começou na manhã desta segunda-feira (10), no Palácio do Itamaraty, e segue até quinta-feira (13).

O presidente da empresa fez uma exposição sobre o panorama da agricultura brasileira e mostrou números como o terceiro lugar no ranking de exportação mundial e o ganho de produtividade da atividade desde a década de 90, quando a safra de grãos subiu de 57,9 milhões de toneladas para 147 milhões, aumentando apenas 10% da área ocupada.

Arraes ressaltou que há muitas possibilidades de estreitar a cooperação com o continente, exemplo disso são as pesquisas com algodão em Mali e Burkina Faso. Porém, ele afirmou que são fundamentais os investimentos dos governos locais em ciência e tecnologia. "O Brasil atualmente aplica 1% do PIB em pesquisa e tem 78 acordos bilaterais com 56 países e outros 20 acordos multilaterais", pontuou o presidente da Embrapa.

Precisamos transformar a relação Brasil-África em ações concretas, diz Rossi

“Precisamos transformar a relação Brasil-África em ações concretas nos setores de agricultura e pecuária, assim como fizemos no nosso País e revertemos em benefício para o povo.” A afirmação é do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, que participa do Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural, com mais de 40 delegações entre ministros da Agricultura e pastas correlatas do continente africano na Embrapa.

Conforme Rossi, a forma mais sólida de tornar isso possível é por meio do apoio técnico e científico do Brasil. “Isso é possível já que produzimos 100% dos alimentos que consumimos (com exceção do trigo) e ainda exportamos nossos excedentes”, ressaltou.

O ministro mencionou que o Brasil já tem cooperação com o continente, por meio da Embrapa, que tem escritório instalado em Acra (Gana) para a produção de alimentos e biocombustíveis em alguns países. Segundo Rossi, a empresa, juntamente com instituições parceiras, dispõe de plataformas tecnológicas específicas para atender as particularidades das regiões africanas.

Rossi espera que deste evento e dos encontros bilaterais agendados para esta terça-feira (11), saiam as diretrizes para a consolidação de programas de transferência de tecnologia. Ele também citou a importância da nova unidade da Embrapa, o Centro de Estudos Estratégicos e de Capacitação em Agricultura Tropical, para a consolidação dessa parceria Brasil-África. A unidade foi inaugurada em Brasília, nesta segunda-feira (10).

Laila Muniz

Mapa