A BASF reafirmou suas metas financeiras para 2028 e detalhou os avanços da estratégia “Winning Ways”, lançada em setembro de 2024. A atualização foi apresentada nesta quinta-feira (2/10), em Antuérpia, na Bélgica, durante encontro com operadores do mercado de capitais. A companhia projeta EBITDA ajustado entre € 10 bilhões e € 12 bilhões, fluxo de caixa livre superior a € 12 bilhões entre 2025 e 2028 e retorno sobre capital empregado (ROCE) em torno de 10%.
A divisão Agricultural Solutions, com € 9,8 bilhões em vendas em 2024, caminha para um IPO parcial previsto para 2027 (Initial Public Offering). A BASF conclui a separação legal da unidade e a implementação de um sistema de gestão específico para o setor. A empresa aposta na listagem minoritária como forma de destravar valor no negócio e financiar o crescimento, mantendo o controle da operação.
A empresa informou que manterá a unidade Environmental Catalyst and Metal Solutions (ECMS), que gerou € 7 bilhões em vendas no ano passado. A expectativa é de € 4 bilhões em fluxo de caixa acumulado até 2030. Na divisão de materiais para baterias, com receita de € 0,6 bilhão, a BASF reduziu custos fixos e investimentos. Fechou acordos com clientes estratégicos, como a chinesa CATL, para uso da capacidade instalada e busca novas parcerias na cadeia de valor.
O negócio de tintas decorativas no Brasil foi vendido para a Sherwin-Williams por US$ 1,15 bilhão. A empresa também avalia opções estratégicas para os segmentos de repintura automotiva, tratamento de superfícies e OEM coatings, que juntos faturaram € 3,8 bilhões em 2024. A decisão deve ser divulgada no quarto trimestre de 2025.
A companhia promete distribuir pelo menos € 2,25 por ação entre 2025 e 2028, totalizando cerca de € 8 bilhões. Também prevê recomprar ações no valor mínimo de € 4 bilhões entre 2027 e 2028, podendo antecipar o programa, dependendo do desfecho da transação de coatings. O CFO Dirk Elvermann ressaltou que as recentes vendas de ativos no setor de tintas decorativas e ingredientes para nutrição já geraram caixa. A BASF estuda monetizar ativos de petróleo e gás.
No campo dos investimentos, a empresa reduziu o orçamento total para ativos fixos e intangíveis de € 17 bilhões para € 16 bilhões no período de 2025 a 2028. O complexo integrado (Verbund) de Zhanjiang, na China, segue dentro do cronograma e abaixo do orçamento, com aporte total reduzido em € 1,3 bilhão, para € 8,7 bilhões. A maioria das plantas deve entrar em operação até o fim de 2025.
Os negócios centrais da BASF (que incluem os segmentos de Químicos, Materiais, Soluções Industriais e Nutrição & Cuidados) faturaram € 40,3 bilhões em 2024. Esses segmentos operam com cadeias de valor longas e integradas, como óxido de etileno e poliuretanos, vendendo produtos em todas as etapas, o que garante escala, competitividade e menor pegada de carbono.
A empresa estima que melhorias operacionais e fechamento de plantas pouco lucrativas devem gerar acréscimo de € 400 milhões no lucro desses segmentos até 2028. Entre as ações, estão encerramento de unidades de poliamidas e aditivos plásticos, além de investimentos em inovação e ampliação de capacidade em áreas estratégicas.
A BASF pretende gerar valor sustentável e manter sua competitividade global, principalmente nas operações europeias. A empresa também reporta avanços no programa de economia de custos, com meta de € 2,1 bilhões até 2026, e continua enxugando a estrutura organizacional, com corte de 3.000 postos de trabalho desde 2024.
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