Artigo - Recursos florestais: produtos florestais não madeireiros

03.10.2011 | 20:59 (UTC -3)

A exploração florestal no Brasil de fato se iniciou com a descoberta do país, primeiramente sobre as florestas localizadas em regiões próximas a costa brasileira, que foi se adentrando ao continente, com o passar dos anos e com as mudanças de interesses. E com pouco mais de cinco séculos, em nosso país ainda se observa um constante avanço sobre os remanescentes florestais. Diante disso, Dean (2007) afirma que a história florestal corretamente entendida é de exploração e destruição.

Tal fato tem levantado discussões em torno da utilização dos recursos florestais de modo a conservar as florestas e usufruir o que ela pode nos oferecer, com devido acompanhamento técnico (Castro, 2007). Esta premissa tem levado ambientalistas e economistas a catalisarem o interesse da ciência e dos governos sobre os Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNM´s), onde além do seu potencial de aplicação é uma atividade que pode proporcionar maior engajamento de pessoas em um componente de subsistência (Fiedler et al., 2008).

Os PFNM´s ou os produtos florestais diferentes de madeira são considerados todos os produtos de origem vegetal retirados das florestas, sejam brutos ou subprodutos, a exemplo dos frutos, das sementes, das folhas, das raízes, os cipós, as cascas e os exsudatos, os quais costumam ser destinado ao uso medicinal, ornamental, aromático, comestível, industrial e religioso (Brasil, 2004).

Os PFNM´s já fazem parte das comunidades tradicionais, entretanto sua valoração e participação direta como item na geração de renda, pode ser considerada recente. Com isso faz-se necessário melhorar as técnicas de extração, difundido o uso e a exploração desses recursos, com técnicas adequadas de manejo. Garantindo a exploração futura e a valorização econômica dos produtos e subprodutos gerados. Com isso, passando a ser considerada uma atividade viável do ponto de vista socioambiental e econômico (Gentry e Blaney, 1990; FAO, 1995).

Ainda, podemos considerar os PFNM´s como uma das formadas de produção florestal mais desafiadora do ponto de vista mercadológico, diante do número de produtos gerados, da versatilidade, da variedade, bem como da diferenciação em relação a outros produtos básicos (Santos et al., 2003)

ALMEIDA, S. P., J. A. SILVA & C. E. L. FONSECA. 1994. Valor nutricional de frutos nativos do cerrado. p.23. In Reunião especial da SBPC, I. Uberlândia. Resumos e perspectivas 2. ed. Brasília: Universidade de Brasília. 681 p.

ALMEIDA, S.P. 1998. Cerrado: ambiente e flora. Planaltina: Embrapa, p. 87 – 166

ALMEIDA, S.P., PROENÇA, C.E.B., SANO, S.M., RIBEIRO, J.F. Cerrado: espécies vegetais úteis. Brasília: EMBRAPA, 1998. 464p

MELO, J. T. Fatores relacionados com a dormência da semente de pequi (Caryocar brasiliense Camb.). 1987. 91 f. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura de Luiz de Queiroz, Piracicaba, 1987.

POZO, O. V. C. O pequi (Caryocar brasiliense): uma alternativa para o desenvolvimento sustentável do cerrado no norte de Minas Gerais. 1997. 100 f. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1997.

VILAS BOAS, E. V. B. Frutos minimamente processados: pequi. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE PROCESSAMENTO MÍNIMO DE FRUTAS E HORTALIÇAS, 3., 2004, Viçosa, MG. Anais... Viçosa: UFV, 2004. p. 122-127.

VILELA, G. G., S. C. S. R. ROSADO, M. L. GAVILANES & D. CARVALHO. 1996. Variação Intra e Interpopulacional em Pequi - Caryocar brasiliense Camb. (Caryocaraceae). Carotenóides. Revista Florestal, Lavras. p. 307-309.

Engenheiro Florestal e Mestrando em Ciências Florestais

Engenheiro Agrônomo, Mestre e Doutorando em Ciências Florestais

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