Andermatt anuncia três novos biológicos contra lagarta

Por serem inseticidas microbiológicos, todos podem ser usados em qualquer cultura onde haja incidência da S. frugiperda

26.10.2023 | 16:52 (UTC -3)
Ana Paula Silva Ponchio, edição Cultivar

A Andermatt Brasil, subsidiária da Andermatt Suíça, anunciou o lançamento de três novos bioinseticidas: o Spodovir Plus, o Littovir e o Nomu-Protec. De acordo com o comunicado à imprensa, este último é capaz de controlar a Spodoptera frugiperda, conhecida como lagarta-do-cartucho-do-milho, em qualquer uma das suas fases.

Essas lagartas atacam tanto as lavouras de milho, soja, algodão, quanto as de feijão, amendoim, hortifrutis e muitas outras. A espécie tem apresentado resistência até mesmo a plantas de milho Bt, demandando manejo químico mais eficiente e com aumento do número de aplicações, o que eleva o custo ao produtor, além dos impactos ambientais.

Segundo o comunicado, os três novos produtos foram desenvolvidos com base em pesquisas com o que há de mais novo no segmento biológico para controle de lagartas: o Spodovir Plus é resultado de uma parceria da Andermatt Canadá com a Embrapa; o Nomu-Protec foi desenvolvido nos laboratórios da Andermatt África do Sul; e o Littovir vem dos bancos microbiológicos da Andermatt Suíça (matriz).

“As três cepas têm comprovada eficácia contra a praga e com complementaridades entre si. Representam o que há de melhor mundialmente para o controle biológico da Spodoptera frugiperda e também de outras lagartas para as quais devemos pedir extensão de uso”, destaca o CEO da Andermatt Brasil, Carlos Gajardoni (na foto).

Por serem inseticidas microbiológicos, todos podem ser usados em qualquer cultura onde haja incidência da S. frugiperda. Os três são aderentes às práticas de "agricultura regenerativa" e ao manejo integrado de pragas, podendo ser misturados em calda com insumos químicos.

Formulação

O trio biológico promete controle rápido das larvas neonatas, das lagartas pequenas e também das maiores. O Spodovir Plus e o Littovir têm como base baculovírus. Apresentam alta virulência, permitindo eficácia com o uso de doses pequenas e otimizando o custo por hectare tratado. Ambos são líquidos e podem ser combinados em caldas com insumos químicos.

A ação desses bioinseticidas é seletiva. Agem especificamente sobre o alvo, sem prejudicar a intensa biota presente numa lavoura produtiva e sem risco de a praga desenvolver resistência. A cepa do Spodovir Plus se origina dos bancos de microrganismos da Embrapa e sua formulação foi elaborada em parceria com o P&D da Andermatt Canadá.

O Littovir foi desenvolvido nos laboratórios da matriz da Andermatt, na região central da Suíça. A empresa também deve solicitar a extensão do uso da formulação para combate da S. cosmioides (lagarta-preta-da-soja) e da S. eridania (lagarta-das-folhas).

Já o Nomu-Protec é composto por fungo e promete controlar a lagarta-do-cartucho em todas as suas fases e em um amplo conjunto de lagartas: S. cosmioides, S. eridania e de todas as lagartas do complexo Plusiinae (falsa-medideiras) e do complexo Heliothinae (Chloridea virescens, Helicoverpa zea e Helicoverpa armigera) – será pedido extensão de uso.

A formulação do Nomu-Protec é em “pó molhável” (WP) com óleo. Sua aplicação é via pulverização foliar e pode ser misturado em caldas com outros insumos químicos, mas que não contenha cobre metálico ou fungicida.

O modo de ação dessas três soluções faz com que a lagarta, depois de morta, libere na superfície das folhas esporos do fungo, no caso do Numo-Protec, ou partículas virais, nos casos do Littovir e Spodovir Plus. Com isso, outras lagartas se contaminam e o efeito residual do produto é naturalmente prolongado, finaliza o comunicado.

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