Informação é chave para o agro enfrentar críticas
No 10º CBSoja, Edivaldo Domingues Velini apresentou informações sobre os aspectos sustentáveis do setor
Há 26 anos, um grupo de produtores de algodão se uniu para transformar a realidade da cotonicultura em Minas Gerais. Com a fundação da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), em 1999, a cultura do algodão retomou espaço no estado e hoje se destaca pela qualidade da fibra, produtividade e rastreabilidade, com reconhecimento nacional e internacional.
A entidade foi criada para representar os interesses dos cotonicultores mineiros, promover inovações e articular políticas públicas em favor do setor. Um dos principais marcos dessa trajetória foi a criação do Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas), em 2003, em parceria com o Governo de Minas e a indústria têxtil. A iniciativa garantiu mercado aos produtores e viabilizou investimentos em pesquisa, capacitação, controle de pragas, agricultura familiar e sustentabilidade. De 2019 a 2024, foram aplicados cerca de R$ 12,8 milhões no setor por meio do Proalminas e do Fundo Algominas.
Hoje, Minas Gerais é o terceiro maior produtor de algodão do país, com expectativa de colher cerca de 78 mil toneladas de pluma na safra 2024/25, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Parte desse desempenho se deve à atuação da Amipa, que oferece suporte técnico, fomenta parcerias e investe em inovação.
Entre os destaques da entidade estão a Biofábrica, que produziu mais de 1,1 bilhão de insetos úteis em 2023, contribuindo para a redução no uso de agroquímicos; e a Central de Classificação de Fibra Minas Cotton, referência nacional em qualidade e certificação. Além disso, mais de 60% da produção mineira é certificada pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), com práticas que atendem a critérios sociais, ambientais e legais.
A Amipa também se destaca por sua atuação institucional e pela cooperação internacional. A entidade integra a Abrapa, participa de comitês do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), mantém convênios com a Embrapa e desenvolve ações de capacitação com países africanos lusófonos por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC).
Para os próximos anos, a Amipa aposta no fortalecimento da cotonicultura com foco em agricultura regenerativa, automação, rastreabilidade digital e mercados sustentáveis. “Queremos ampliar o uso de tecnologias de baixo carbono, apoiar os produtores com informação técnica e promover o crescimento sustentável da cadeia produtiva”, afirma o presidente da entidade, Daniel Bruxel (na foto, à esquerda).
Ao completar 26 anos, a Amipa celebra as conquistas construídas coletivamente e reafirma seu compromisso com o futuro do algodão mineiro. “A união dos produtores foi o que garantiu o sucesso da cotonicultura em Minas. E seguirá sendo o alicerce dessa história”, resume o primeiro presidente da associação, Nelson Scheneider (na foto, à direita).
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