Amazônia tem pior degradação florestal em mais de 20 anos

Cientistas informam que área afetada cresceu 152% em 2024

09.10.2025 | 07:45 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações de Asmae Ourkiya
Mapa da Pan-Amazônia mostrando a degradação florestal em larga escala detectada recentemente em 2024 - doi.org/10.5194/bg-22-5247-2025
Mapa da Pan-Amazônia mostrando a degradação florestal em larga escala detectada recentemente em 2024 - doi.org/10.5194/bg-22-5247-2025

A Amazônia sofreu, em 2024, sua maior perturbação florestal em mais de duas décadas. A área afetada por degradação e desmatamento atingiu 6,64 milhões de hectares, um aumento de 152% em relação ao ano anterior. O principal motor dessa degradação foi o fogo. As informações são de cientistas do European Commission’s Joint Research Centre - EGU.

O número de áreas degradadas por incêndios florestais cresceu mais de 400%. A degradação de grande escala associada a queimadas aumentou 1077% em relação à média anual entre 2019 e 2023. O Brasil respondeu por metade dessa degradação. A Bolívia teve o pior impacto proporcional: 9% de suas florestas intactas queimaram.

As emissões de dióxido de carbono (CO2) resultantes de incêndios florestais na região pan-amazônica chegaram a 791 milhões de toneladas em 2024. Isso representa sete vezes a média dos dois anos anteriores. Pela primeira vez, as emissões causadas por queimadas superaram as oriundas do desmatamento.

O estudo mostra ainda que a degradação florestal superou o desmatamento como causa dominante da perda de cobertura vegetal na Amazônia. O Brasil liderou em volume de emissões por queimadas (61% do total), seguido pela Bolívia (32%).

Para chegar às conclusões da pesquisa, foram utilizadas imagens de satélite dos sistemas TMF (Tropical Moist Forest) e GWIS (Global Wildfire Information System) para mapear as áreas degradadas. A sobreposição entre as queimadas detectadas por satélites e as áreas degradadas permitiu estimar de forma conservadora a área queimada e as emissões de carbono.

Conforme os cientistas, a tendência de aumento das queimadas sugere que a floresta amazônica pode estar se aproximando de um ponto de não retorno. A perda contínua de vegetação pode alterar o regime de chuvas e comprometer a estabilidade climática da região e do planeta.

Outras informações em doi.org/10.5194/bg-22-5247-2025

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