Novo modelo de negócios para triticultura
A adaptação dos recursos hídricos às mudanças climáticas será nova bandeira para o produtor agrícola e instituições governamentais, “tendo em vista a necessidade de garantir água de qualidade e em quantidade para a população mundial”, afirmou o engenheiro agrônomo, Fernando Antônio Rodriguez, formado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), durante palestra para alunos da Faculdade CNA de Tecnologia. No entender do especialista, que é consultor em recursos hídricos da CNA/SENAR, “o grande desafio para o setor agrícola nas próximas décadas será dobrar a oferta atual de grãos até 2050, sem expandir a área produtiva, preservando-se o meio ambiente”.
Em 2050, a população mundial será de 9 bilhões pessoas, sendo que pelo menos 840 milhões delas em condições precárias de sobrevivência e desnutridos, lembrou o consultor. Sendo que 90% desse total estarão concentrados no Hemisfério Sul. Os produtores, segundo Fernando Rodriguez, enfrentarão dificuldades pela escassez de água e solo fértil, tendo em vista que “apenas 11% dos solos agricultáveis do planeta podem ser cultivados sem irrigação, drenagem e outras melhorias”.
Disponibilidade de terra - Atualmente, segundo ele, existem 1 bilhão e 600 milhões de hectares disponíveis para o plantio e o desafio está em aumentar a produtividade agrícola sem agregar novas áreas, preservando-se o meio ambiente. O Brasil, explicou, está diante de um grande desafio: aumentar em 70% a produção de alimentos até 2050, sem agredir o meio ambiente. A área irrigada no Brasil é ainda pequena – seis milhões de hectares – a para um potencial estimado de 30 milhões de hectares.
Uma das questões a serem enfrentadas pelo produtor, destacou Fernando Rodriguez, será buscar meios que sejam capazes de conter ou eliminar a contaminação dos mananciais devido a destinação inadequada do esgoto, levando-se em conta que a “água é o maior agente causador de doenças e uma fonte potencial de riscos à saúde pública e ao meio ambiente”.
A utilização do bambu como forma de controlar os poluentes orgânicos vem apresentando bons resultados, explicou. O bambu tem-se mostrado uma planta adaptada ao tratamento de poluentes orgânicos e minerais, “mais especificamente no tratamento de águas servidas, pois absorve o máximo de nutrientes contidos nos afluentes, reduzindo o potencial da carga poluidora”. São mínimos os riscos sanitários com o manejo do bambu, “levando-se em conta que o corte é feito a 20 centímetros acima do solo, além de percentual elevado de ocupação de mão de obra e garantia de renda ”, concluiu.
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