Produtores rurais de MT conhecem programa de biocombustíveis dos EUA

22.08.2014 | 20:59 (UTC -3)

Uma comitiva de produtores rurais está visitando os Estados Unidos para conhecer a agricultura e os principais órgãos que trabalham com o agronegócio norte-americano. Nesta quinta (21), o grupo chegou a Washington, capital dos EUA, e a primeira visita foi ao Capitólio, o centro legislativo do país.

Segundo Samara Alvarenga, secretária executiva da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), que está acompanhando o grupo, o prédio está sendo restaurado, mas conheceram um pouco da história do lugar. “Os integrantes da comitiva se identificaram com um dos pilares do Capitólio, onde estão desenhadas espigas de milho, uma representação da importância da agricultura para a história dos Estados Unidos”, conta.

À tarde, o grupo visitou a Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) e se informou sobre combustíveis renováveis. O programa de combustíveis renováveis da EPA começou em 2005 e, dois anos depois, foi expandido por lei. O principal objetivo é a redução dos gases de efeito estufa. A cana-de-açúcar e a soja, utilizados como fonte de combustíveis renováveis, foram certificados como combustíveis avançados e reduzem em até 50% a emissão, se comparados com o petróleo. Os estudos desenvolvidos também são realizados com outros tipos de matérias-primas.

A EPA já possui uma tabela de mistura de biocombustíveis no combustível até 2022 aprovada no Congresso norte-americano. “Por ano, já se tem estipulado o consumo e o quanto de biodiesel deverá ser misturado. A tabela é obrigatória, podendo gerar multas pelo não cumprimento”, explica Alvarenga.

O gestor de análise de mercado do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Angelo Ozelame, que também participa da viagem, relata que os Estados Unidos estão tentando transformar a energia em algo mais sustentável, mas encontram dificuldades com o pouco uso do biocombustível no país. “A gasolina é mais barata que o etanol e, por isso, os usuários só abasteceriam por consciência ambiental, o que infelizmente não ocorre na maioria das vezes”, conta.

Ozelame também explica que a maioria dos carros fabricados nos Estados Unidos não está preparada para receber etanol na gasolina. “Fomos informados que, a princípio, 99% da gasolina tem 10% de etanol. Se ultrapassar isso, vai haver prejuízo nos motores dos veículos”, diz. Cerca de 40% do milho produzido nos Estados Unidos é usado para a fabricação de etanol.

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