Agosto terá temperaturas acima da média e chuvas irregulares

Tempo seco no centro do país e calor intenso elevam o risco de estresse hídrico em lavouras e pastagens

28.07.2025 | 17:20 (UTC -3)
Inmet, edição Revista Cultivar

A previsão climática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para agosto indica chuvas dentro ou ligeiramente acima da média em grande parte do país, com exceção da porção central do território, onde a tendência é de tempo mais seco. As temperaturas devem se manter acima da média em quase todas as regiões, aumentando o risco de estresse hídrico em áreas agrícolas importantes.

De acordo com o instituto, haverá predomínio de chuvas próximas à média em grande parte do país. Em áreas pontuais do oeste e nordeste da Região Norte, leste da Região Nordeste e oeste da Região Sul, bem como o sul do Mato Grosso do Sul, região do Triângulo Mineiro e centro do Espírito Santo, as previsões apontam chuvas acima da média. Por outro lado, no sul de Roraima e porção central do Pará, estão previstos valores abaixo da média.

Em grande parte da Região Norte, os prognósticos indicam valores próximos à climatologia. Em áreas do noroeste do Amazonas, nordeste de Roraima e do Pará, estão previstos volumes de chuva de até 50 mm acima da média histórica. Em contraste, prevê-se chuva abaixo da média no centro-sul de Roraima e área central do Pará.

Para a Região Nordeste, são previstos acumulados de chuva próximos à média histórica na maioria dos estados. As exceções ocorrem em áreas pontuais das faixas litorâneas do nordeste da Bahia, Sergipe, Pernambuco e Paraíba, onde os volumes podem ultrapassar os 80 mm.

Nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, são previstos, predominantemente, volumes de chuva próximos à média climatológica, com áreas onde a ausência de chuva é comum para esta época do ano. No entanto, em localidades do centro-sul de Mato Grosso do Sul, sudoeste de Minas Gerais e na porção central do Espírito Santo, podem ocorrer acumulados superiores a 40 mm.

Para a Região Sul, são previstos acumulados de chuva próximos à média histórica, com menores volumes ocorrendo na parte norte do Paraná e valores variando entre 60 e 80 mm. Já em áreas pontuais do noroeste do Rio Grande do Sul e oeste do Paraná, a previsão é de 50 mm acima da média histórica.

Figura 1: previsão de anomalias de (a) precipitação e (b) temperatura média do ar do modelo climático do Inmet, para o mês de agosto de 2025
Figura 1: previsão de anomalias de (a) precipitação e (b) temperatura média do ar do modelo climático do Inmet, para o mês de agosto de 2025

Temperatura

A previsão indica que as temperaturas devem ficar acima da média em quase todo o país, especialmente no centro-sul do Pará, noroeste do Mato Grosso, centro-oeste do Mato Grosso do Sul, além da região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Destaque para o sudeste do Pará e porções noroeste e sudoeste do Mato Grosso, onde as temperaturas podem alcançar até 2°C acima da média, variando entre 27°C e 30°C.

Nas regiões Nordeste e Sudeste, a previsão é de temperaturas acima da média em todos os estados, com áreas pontuais próximas à climatologia, especialmente no leste da Região Nordeste e no nordeste da Região Sudeste. As temperaturas devem permanecer acima de 24°C no Nordeste, e entre 20°C e 26°C no Sudeste, porém em áreas de maior altitude podem ficar abaixo de 18°C.

Em grande parte da Região Sul, as temperaturas devem predominar acima da média, podendo alcançar até 1,0°C acima da média. Em algumas áreas pontuais do oeste do Paraná e leste de Santa Catarina, as temperaturas podem permanecer próximas à climatologia. No Rio Grande do Sul, devem predominar temperaturas acima da média, porém podem ocorrer temperaturas abaixo dos 15°C, principalmente em áreas serranas.

Possíveis impactos nas culturas agrícolas

Considerando o prognóstico climático do Inmet para agosto de 2025 e seus possíveis impactos nas principais culturas agrícolas, destaca-se que, com a previsão de temperaturas do ar mais elevadas e chuvas dentro da normalidade na Região Norte, a atenção se volta para as culturas permanentes e pastagens, especialmente no sudoeste do Pará, onde há tendência de baixa reposição hídrica. O elevado risco de estresse hídrico pode comprometer a reposição das taxas de evapotranspiração das pastagens e reduzir, de forma significativa, a oferta de alimentos ao rebanho na região.

Na Região Nordeste, a previsão de chuvas acima da média para o litoral dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco e Paraíba, pode beneficiar as safras do feijão e milho de terceira safra, favorecendo o suprimento hídrico para o desenvolvimento final da lavoura. Em contraste, na região do Matopiba, são previstas condições mais secas, com maior risco de estresse hídrico, o que pode comprometer o desempenho agrícola nas áreas menos irrigadas.

Nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, a previsão de chuvas próximas à média pode favorecer as atividades de colheita do milho segunda safra e do algodão no Centro-Oeste, além do café e da cana-de-açúcar no Sudeste. No entanto, as altas temperaturas e a baixa umidade relativa do ar tendem a elevar as taxas de evapotranspiração das plantas, exigindo a adoção de práticas de conservação do solo, especialmente em áreas com lavouras em pleno desenvolvimento vegetativo ou em fases críticas, como floração e enchimento de grãos, a exemplo do feijão de terceira safra.

Na Região Sul, a entrada de massas de ar frio, favorece a ocorrência de geadas, que pode representar risco às culturas mais sensíveis, como hortaliças e frutíferas. Além disso, as baixas temperaturas podem atrasar a maturação do milho. Já a ocorrência de chuvas acima da média no oeste do Rio Grande do Sul e Paraná, pode interferir na semeadura e no estabelecimento inicial dos cultivos de inverno, como trigo, aveia, canola, centeio e a cevada, especialmente em solos com baixa capacidade de infiltração e drenagem. No geral, a umidade do solo será suficiente para o desenvolvimento destes cultivos.

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