Adidos agrícolas contribuem para a abertura de mercados no exterior
Em 15 meses, 100 novos mercados foram abertos após intenso trabalho dos auditores agropecuários no Brasil e no exterior
15.04.2024 | 15:54 (UTC -3)
Shismênia Oliveira, edição Revista Cultivar
Com a abertura de novos mercados para produtos da agropecuária nacional, o Brasil se fortalece no cenário internacional de exportações e importações. Desde janeiro de 2023, o Ministério da Agricultura (Mapa) já abriu 100 novos mercados, sendo a maioria na Ásia e nas Américas, 36 e 35 mercados abertos em cada, respectivamente. Na linha de frente para concretizar essas operações e, ao mesmo tempo, atuando nos bastidores para mantê-las, estão os Auditores Fiscais Federais Agropecuários (AFFAs).
Augusto Billi, diretor do Departamento de Negociações Não-Tarifárias e de Sustentabilidade, da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, explica que a abertura de mercado é quando dois países chegam a bom termo entre os requisitos sanitários do país importador e as garantias oferecidas pelo país exportador, para um determinado produto. “Então, por exemplo, exportar pescados para a Austrália, é um mercado. Exportar carne de aves para El Salvador é outro mercado. Então conta por produto, para aquele país, ou território, ou bloco econômico", detalha.
Para auxiliar na consolidação e manutenção desses mercados, foi criado em 2010 o posto de Adido Agrícola. Segundo Billi, a posição é majoritariamente ocupada por AFFAs. Atualmente, o Brasil dispõe de 29 adidos agrícolas espalhados por 27 países.
"O Adido Agrícola estuda tudo que aquele país exige; ele está identificando oportunidades. Ele analisa as importações e consumo de determinado produto e verifica se o Brasil teria as condições sanitárias e a competitividade para exportar. Estuda quais barreiras existem para isso e as possibilidades de superá-las”, explica, e complementa salientando que é a partir dos AFFA que atuam na Secretaria de Defesa Agropecuária e na Secretaria de Comércio e Relações Internacionais que é possível elaborar a melhor estratégia de negociação para alcançar o objetivo da abertura do mercado.
Billi ressalta que são muitas as barreiras a serem superadas, como as barreiras tarifárias, as barreiras sanitárias e fitossanitárias e, agora, as barreiras de terceira geração, voltadas para causas ambientais, sociais, de bem-estar animal, trabalhistas, dentre outros aspectos.
"A gente tem hoje a agricultura mais sustentável do planeta, já não temos dúvida disso. Nós temos um Código Florestal que exige que todo produtor preserve pelo menos 20% da área de sua propriedade. No bioma Cerrado, este percentual é de 35%, chegando a 80% de preservação no bioma Amazônico", diz ele.
Além disso, o planejamento brasileiro para o cumprimento de prazos e respeito a contratos é motivo de orgulho. "O Brasil é um dos mais organizados com isso e, usando agricultura familiar. Grande parte da nossa produção de aves e suínos vem da agricultura familiar, onde as famílias estão envolvidas no processo de integração com as grandes companhias produtoras e exportadoras de produtos cárneos", acrescenta.
Ainda assim, nem toda abertura de mercado quer dizer uma venda imediata de produtos. "Abrimos o mercado, automaticamente tem container indo para lá? Não. Há mercados que foram abertos e o setor, de repente, achou que não é conveniente, ou ele não é competitivo no momento", exemplifica.
Tão importante quanto a abertura é a manutenção dos mercados já alcançados. Os auditores agropecuários que trabalham com saúde animal, sanidade vegetal, inspeção de produtos de origem animal e vegetal, são os profissionais que podem certificar que essas garantias.
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