Phytophthora sojae

10.03.2025 | 07:46 (UTC -3)
Foto: Leila Maria Costamilan
Foto: Leila Maria Costamilan

Phytophthora sojae causa a doença conhecida como podridão radicular de fitóftora. A patologia também é chamada de podridão da raiz e podridão da haste por fitóftora.

Culturas atacadas

O patógeno afeta principalmente a soja (Glycine max). Também pode infectar espécies de tremoço (Lupinus spp.).

Sintomas

A doença pode ocorrer em qualquer fase do desenvolvimento da soja.

Em plântulas, causa apodrecimento de sementes e morte em pré e pós-emergência. As folhas tornam-se amareladas e murchas.

Em plantas adultas, provoca apodrecimento radicular, clorose foliar e murcha. As folhas secam e permanecem presas à haste, voltadas para baixo. A haste e os ramos laterais exibem apodrecimento marrom-escuro, que progride da base para o topo. Internamente, o córtex e os tecidos vasculares tornam-se escuros. As raízes principais e a haste permanecem firmes, mas as plantas são facilmente arrancadas devido ao apodrecimento das raízes.

Etiologia e características

Phytophthora sojae é um oomiceto da família Peronosporaceae, pertencente ao grupo dos cromistas.

É classificado como um patógeno hemibiotrófico, pois pode sobreviver no solo como um saprófito e, quando encontra condições favoráveis, infecta a planta hospedeira.

O patógeno tem um ciclo de vida complexo, caracterizado por diferentes estruturas reprodutivas e estratégias de disseminação:

  • Oósporos: estruturas de resistência de parede espessa, capazes de sobreviver no solo por vários anos, mesmo na ausência da cultura de soja. São produzidos sexualmente e germinam quando encontram condições favoráveis, como alta umidade e presença de exsudatos radiculares.
  • Esporângios: estruturas reprodutivas que podem germinar diretamente, formando um tubo germinativo, ou indiretamente, liberando zoósporos.
  • Zoósporos: esporos móveis, que possuem dois flagelos e nadam na água do solo. São atraídos quimicamente pelos exsudatos das raízes de soja e se fixam no tecido radicular, onde germinam e iniciam a infecção.

A doença ocorre principalmente em solos compactados, mal drenados ou sujeitos a encharcamento. Os fatores que favorecem a infecção incluem:

  • Temperatura: a faixa ideal para o crescimento do patógeno está entre 25°C e 28°C, enquanto a formação e germinação de oósporos ocorre em torno de 24°C.
  • Umidade: a presença de água livre no solo é essencial para a movimentação dos zoósporos e sua fixação nas raízes.
  • Compactação do solo: solos argilosos e compactados dificultam a infiltração da água, criando condições ideais para a doença.
  • Plantio direto: pode aumentar a incidência da doença se não houver um bom manejo da palhada e da compactação do solo.

Diferente de outros patógenos da soja, P. sojae não é disseminado por sementes. Sua principal forma de dispersão ocorre pelo transporte de solo contaminado por máquinas agrícolas, enxurradas e irrigação.

O patógeno pode persistir no solo por muitos anos devido à presença de oósporos viáveis nos restos culturais.

Controle

Para o manejo de Phytophthora sojae, recomenda-se:

  • Uso de cultivares resistentes: optar por cultivares de soja que possuam resistência genética ao patógeno.
  • Tratamento de sementes: aplicar fungicidas específicos no tratamento de sementes de cultivares com elevada resistência parcial.
  • Melhoria das condições de drenagem do solo: evitar o encharcamento do solo, que favorece a doença.
  • Rotação de culturas: praticar a rotação de culturas para reduzir a quantidade de inóculo do patógeno no solo.
  • Descompactação do solo: realizar práticas que melhorem a estrutura do solo, evitando a compactação que dificulta a drenagem.

A adoção integrada dessas medidas é essencial para o controle eficaz da doença.

Para saber quais pesticidas estão registrados para o controle de "Phytophthora sojae", clique aqui

Mais informações podem ser obtidas em:

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