Mais conectividade, melhor gestão, maior produção
Por André Rorato, Vice-Presidente da LS Mtron Brasil - LSMB
Apesar de ainda representar um percentual baixo, na comparação com o total produzido (4,62%), a extração de etanol a partir do milho é vista de forma positiva pelo potencial de crescimento em termos de mercado, por apresentar-se como mais uma opção de escoamento da produção brasileira, que é uma das maiores do mundo.
Até o final da próxima década, a expectativa é de que a produção nacional de etanol de milho chegue a 20 bilhões de litros anuais. Nesse cenário, o Mato Grosso vem se tornando um polo de produção, já concentrando grande parte da produção atual e também dos projetos de expansão de capacidade, principalmente em virtude do volume de sua oferta de grãos, do baixo consumo local e da grande distância para escoamento da produção. Isso porque esses fatores fazem com que o preço do grão no Mato Grosso seja estruturalmente mais baixo do que no restante do país, fazendo com que o etanol se configure como uma forma de agregar valor ao milho.
Estados do Centro-Oeste seguem na mesma toada que o Mato Grosso, mas é importante ressaltar, entretanto, que nem todas as regiões do país terão condições de se beneficiar desse tipo de produção, uma vez que a produção de etanol de milho não é competitiva em todas as situações.
A viabilidade de um empreendimento para a produção de etanol de milho depende, fundamentalmente, da competitividade deste insumo (preço de mercado do milho), pois em praças onde existe excesso estrutural de oferta e preços baixos de milho, a produção de etanol se torna viável como uma alternativa de agregar de valor ao grão.
Ou fator preponderante é a atratividade do mercado para comercialização do DDG (Dried distillers grains -grãos secos de destilaria), já que o processo de produção de etanol de milho resulta também na produção de DDG, produto que pode ser usado como substituto de outras fontes proteicas de alimentação animal. O DDG não pode ser entendido como um subproduto do etanol, mas sim como um coproduto: sem ele, o milho dificilmente seria competitivo em relação à cana. A existência de um mercado local para o DDG pode aumentar bastante a atratividade do empreendimento.
Como outra vantagem, vale destacar que a produção de etanol a partir do milho pode se dar durante o ano todo, em função da armazenagem dos grãos – o que não é possível com a cana.
Estados com grandes áreas plantadas tanto de cana quanto de milho, com grandes distâncias para o transporte do grão e mercado consumidor de DDG são, por sua vez, bons candidatos à adoção de tecnologias flex, com a instalação de usinas que podem destilar etanol também a partir do milho, na entressafra da cana-de-açúcar.
Desta maneira, para analisar estrategicamente o potencial para investimentos em etanol de milho é preciso levar em consideração se existe oferta excedente estrutural do grão na região, seu custo e a viabilidade de escoamento do coproduto gerado na produção.
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Por André Rorato, Vice-Presidente da LS Mtron Brasil - LSMB
Por Ricardo Frazatto, Diretor da Filius Venture, Engenheiro Mecatrônico formado pela UNICAMP com especialização em Novos Modelos de Negócios pela University of Virginia, Venture Capital e Private Equity pela Università Bo