Tração exata nas diferentes operações
A tração dianteira auxiliar é importante para aumentar a força de tração dos tratores, porém é preciso verificar a sua necessidade de uso e observar a patinagem dos rodados e o consumo de combust&iac
A boa eficiência de aplicação, entre outros fatores, destaca um conjunto de características e ações que devem ser rigorosamente observadas, como o tipo de bico (ponta), vazão e pressão corretas, velocidade de trabalho, temperatura ambiente, umidade relativa e velocidade do vento, manutenção do pulverizador, preparo e condição da calda de aplicação, além de outros.
É de extrema importância ajustar os componentes do pulverizador, às características da cultura, e os produtos a serem utilizados. Devem ser evitadas aplicações com umidade relativa inferior a 50%, temperatura ambiente maior que 30ºC e que a velocidade do vento esteja entre 3km/h e 10km/h, pois esta velocidade ajuda na movimentação das gotas entre o jato da ponta de aplicação e a chegada ao alvo (planta). Vento com baixa velocidade acelera a queda das gotas em linha reta, atingindo o solo e nem sempre atingindo as plantas, enquanto que altas velocidades de vento aumentam muito o potencial de deriva, carregando o produto na corrente. Na Tabela 1 é possível identificar a condição ideal de aplicação.
Tabela 1 - Indicação de velocidade do vento para pulverização
Velocidade do Vento (km/h) | Descrição | Sinais Visíveis | Aplicação |
Menos de 2 | Vento Calmo | Fumaça sobe verticalmente | Não recomendável |
3,2 a 6,5 | Brisa | As folhas oscilam | Ideal para aplicação |
9,6 a 15,5 | Vento moderado | Movimento dos galhos e presença de poeira | Impróprio para aplicação |
Velocidade do Vento (km/h)
Descrição
Sinais Visíveis
Aplicação
Menos de 2
Vento Calmo
Fumaça sobe verticalmente
Não recomendável
3,2 a 6,5
Brisa
As folhas oscilam
Ideal para aplicação
9,6 a 15,5
Vento moderado
Movimento dos galhos e presença de poeira
Impróprio para aplicação
Fonte: Adaptado de Cooxupe (2006).
O principal objetivo na aplicação não visa somente atingir o alvo desejado, mas distribuir o produto eficientemente em toda a planta, de forma que o produto seja absorvido por ela. A grande dificuldade na maioria das situações é fazer com que os produtos atinjam as partes inferiores das plantas, com a mesma cobertura que a parte superior da mesma.
Para obter boa distribuição do produto na planta é preciso determinar corretamente fatores como diâmetro mediano das gotas, uniformidade, densidade de gotas e qualidade da cobertura da pulverização. Conforme se pode observar na Figura 1, o diâmetro das gotas é função da pressão de serviço e tipo de ponta utilizada e pode definir a qualidade da aplicação. Geralmente, gotas grandes podem se perder com a queda ao solo, sem atingir o alvo (plantas), também gotas muito pequenas aumentam o potencial de deriva pelo vento e, em ambos os casos a perda de produto é notada. Na condição mediana, as gotas médias atingem a planta com maior distribuição e diminuem as perdas tanto por deriva como por queda ao solo.
Figura 1 - Efeitos da deriva em função do diâmetro de gotas pulverizadas e do vento
É importante observar também a qualidade da água para aplicação quanto ao potencial de hidrogênio (pH), e a fixação das gotas as plantas. O pH da calda é variável (varia de 0 a 14) e esta informação pode ser encontrada no rótulo da embalagem comercial, informada pelo fabricante. A Tabela 2 apresenta as diferentes faixas do teor do pH da calda, a faixa ideal e condições inadequadas de pH, considerando o poder de reação do princípio ativo (p.a.) dos defensivos agrícolas. Isso mostra que o pH da calda pode neutralizar a eficiência de ação do produto, tornando assim ineficiente a ação no controle de pragas, doenças, plantas e outros.
Tabela 2 - Faixa ideal e condições inadequadas de pH para calda de aplicação
Recomendação de aplicação de acordo com o pH | |||
+ hidrogênio | - hidrogênio | ||
0 1 2 | 3 4 5 6 7 8 9 | 10 11 12 13 14 | |
Inadequada para calda | Faixa de pH boa para calda | Inadequação para calda | |
Ácido | Próximo a pH Neutro (7,0) | Alcalino | |
Recomendação de aplicação de acordo com o pH
+ hidrogênio
- hidrogênio
0 1 2
3 4 5 6 7 8 9
10 11 12 13 14
Inadequada para calda
Faixa de pH boa para calda
Inadequação para calda
Ácido
Próximo a pH Neutro (7,0)
Alcalino
ADJUVANTE
Os pesquisadores Antuniassi e Boller em 2011 evidenciaram que a utilização de adjuvante ou aditivo é uma técnica bastante pertinente e tem relação fundamental com a quantidade e distribuição do defensivo, essa associação mantém a eficácia biológica no controle das pragas e plantas daninhas na cultura.
O adjuvante é adicionado à calda de pulverização, com objetivo de reduzir o impacto das interferências ambientais, para alterar a permeabilidade das membranas foliares, melhorar o molhamento em superfícies hidrorrepelentes e proporcionar um maior contato da calda com cutículas pilosas das folhas, facilitando a absorção e penetração do produto.
Como estratégia para redução da deriva a utilização de adjuvantes tem características de melhorar a distribuição dos defensivos agrícolas e fertilizantes foliares através do aumento da viscosidade do líquido, influenciando positivamente na eficiência da pulverização, já que fluidos com maior viscosidade e tensão superficial requerem maior quantidade de energia para serem pulverizados.
Para avaliar a eficiência de pulverização, é imprescindível a utilização do papel hidrossensível, que se trata de um papel com tratamento químico que, quando em contato com o produto líquido aplicado, desenvolve manchas azuis muito nítidas. Esta técnica é bastante empregada atualmente, devido à sua praticidade de simulação e comparação dos efeitos de distribuição de gotas e cobertura da calda.
Figura 2 - Exemplos de distribuição de gotas da aplicação em papel hidrossensível
Para se obter uma boa pulverização e distribuição do defensivo na planta é necessário determinar corretamente fatores como diâmetro mediano volumétrico de gotas (DMV), uniformidade de aplicação (gotas/cm2), densidade de gotas (DG) e qualidade da cobertura da pulverização.
Para avaliar a uniformidade das gotas e os resultados do uso de adjuvantes na pulverização foi realizado um trabalho conduzido na área experimental da Fundação de Apoio à Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário de Goiás (Fundação-GO), em Santa Helena de Goiás, por pesquisadores da Universidade Estadual de Goiás, utilizando equipamentos do departamento de Engenharia Agrícola. Para a realização do estudo foi utilizado pulverizador de barras tratorizado, de 26 bicos tipo leque 11002, com espaçamento de 50cm, pressão de serviço igual a 344kPa e vazão de 200L/ha, e velocidade de aplicação de 5km/h.
Os testes foram realizados com duas composições de caldas, uma com adição e outra sem adjuvante, na cultura de algodão adensado, com 13 plantas por metro linear, espaçadas de 40cm entre linhas, aproximadamente 120 dias de semeadura, quando a altura média das plantas era de 75cm.
No momento da aplicação, as condições de velocidade do vento (2m altura do solo), umidade relativa, temperatura do ar e pH da calda no momento da aplicação nos demais tratamentos preestabelecidos foram monitorados.
Foram utilizados o adjuvante Fera, papel hidrossensível da Teejet Technologies de 26 x 76mm, dispostos aleatoriamente nas folhas, nos terços superior, médio e inferior das plantas, ambos cedidos pela Avant Agroquímica Ltda.
Após os procedimentos de campo, os dados foram processados pelo software Image Tools e exportados para planilhas, possibilitando a obtenção da DG, DMV e cobertura percentual da calda (CP). A DMV10, DMV50, DMV90 diz respeito ao diâmetro das gotas que acumulam até 10, entre 10 e 50, e 10 e 90%, respectivamente, em relação ao volume das gotas distribuídas em ordem crescente, valor igual ou inferior a este do volume acumulado.
A adição do adjuvante resultou na diminuição significativa do pH, que foi reduzido de 8 para 3,9. Ainda foi observado que a adição do adjuvante proporcionou maior coesão entre as moléculas da calda, aumentando seu diâmetro volumétrico, que pode ser visto na Tabela 3, onde o DMV10, DMV50 e DMV90, foram superiores quando adicionado o adjuvante. Além dos maiores volumes acumulados nestes parâmetros, observa-se que a densidade de gotas também foi numericamente superior. A Tabela 3 mostra que o adjuvante aumenta as forças de coesão e diminui a separação do jato em gotas finas.
A DG e CP apresentaram melhores resultados na calda com adjuvante, portanto, o efeito do adjuvante por possuir característica de aumento de condutividade elétrica possibilitou maior atração e aderência das gotas pulverizadas sobre o alvo, diminuindo assim o potencial de deriva e aumentando a homogeneização da cobertura nas diferentes alturas da planta.
Em trabalho realizado com pulverizador automotriz, outros autores como Souza et al (2007) também chegaram a resultados semelhantes a este da ordem de 1.314 gotas/cm2, e que as médias encontradas nos diferentes níveis da planta apresentaram boa homogeneidade de cobertura.
Observa-se que o terço superior resultou em menores médias, seguido dos terços inferior e médio, conforme a Tabela 3. Acredita que a deriva interna nas plantas, pode elevar a adesão das gotas às folhas, aumentando todos os parâmetros avaliados para o terço médio. Assim, acredita-se que em condições médias de folhas, a pulverização com vazão e pressão adequadas pode atingir níveis aceitáveis de cobertura nas partes média e inferior da planta, conforme pode ser observado pela Tabela 3.
Efeito semelhante também foi observado por Viana et al (2008) na cultura da soja, e verificou maior homogeneidade no dossel da planta e maior eficiência nos terços inferior e médio em relação ao terço superior, o que corrobora com os dados observados neste trabalho.
Tabela 3 - Desdobramento da análise para calda de aplicação (CA) e posição na planta (PP), nos parâmetros DMV10, DMV50, DMV90, Densidade de gotas.cm2 e percentual de cobertura da planta (CP)
DMV10 (μ) | DMV50 (μ) | DMV 90 (μ) | DG Gotas.cm-2 | CP (%) | |
Calda de aplicação (CA) | |||||
Sem adjuvante | 650,14 | 1083,6 | 1428,79 | 1061,86 | 13,97 |
Com adjuvante | 872,75 | 1604,0 | 1890,89 | 1505,33 | 14,49 |
Posição na planta (PP) | |||||
Superior | 567,33 | 851,90 | 1126,11 | 1260,71 | 6 |
Inferior | 775,89 | 1486,99 | 1866,84 | 1265,11 | 16 |
Médio | 941,11 | 1692,60 | 1986,57 | 1324,95 | 19 |
DMV10
(μ)
DMV50
(μ)
DMV 90
(μ)
DG
Gotas.cm-2
CP
(%)
Calda de aplicação (CA)
Sem adjuvante
650,14
1083,6
1428,79
1061,86
13,97
Com adjuvante
872,75
1604,0
1890,89
1505,33
14,49
Posição na planta (PP)
Superior
567,33
851,90
1126,11
1260,71
6
Inferior
775,89
1486,99
1866,84
1265,11
16
Médio
941,11
1692,60
1986,57
1324,95
19
Verifica-se, portanto, que a eficiência de cobertura e diâmetro de gotas foi maior no terço médio da planta, ainda que a utilização de adjuvante, além de reduzir o pH da calda, permitiu maior adesão das gotas pulverizadas sobre o alvo, reduzindo o potencial de deriva.
Este artigo foi publicado na edição 138 da revista Cultivar Máquinas. Clique aqui para ler a edição.
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