Colheita mecanizada do café
Novas tendências da colheita mecanizada do café apresentam aumento de eficiência e redução de custo de aproximadamente 50% em relação à colheita manual
A utilização da tração dianteira auxiliar, quando adequada, contribui para uma maior força de tração dos tratores agrícolas do tipo 4x2 TDA. Porém há a necessidade de se verificar a necessidade do uso da tração em operações leves, média e pesadas. O consumo de combustível e a patinagem dos rodados de máquinas agrícolas constituem em fatores importantes a serem avaliados nas diferentes situações de operação com máquinas agrícolas. Diversos são os fatores que afetam o desempenho dos tratores agrícolas, como por exemplo, o tipo de solo, o tipo de preparo e o tipo de cultivo, as condições de adequação do trator e a máquina ou implemento utilizado.
A patinagem é um dos fatores que mais afeta o desempenho de um trator, sendo que quando esta for excessiva pode ser devida a falta de interação entre o rodado e o solo resultando em perda de velocidade. A patinagem é a denominação que se dá ao deslizamento entre a superfície da banda de rodagem e o solo, sendo ela um fator determinante para que ocorra a tração. Durante uma operação agrícola, a patinagem pode ser facilmente visualizada pelo movimento giratório das rodas motrizes do trator, com pequeno ou nenhum avanço das mesmas, o que acontece devido à falta de aderência das rodas ao solo. Para que ocorra tração é necessário que exista patinagem, entretanto, se esta ultrapassar determinados limites, pode ocorrer perda da aderência e redução da tração dos rodados. Este trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência do uso da tração dianteira auxiliar de um trator agrícola 4x2 TDA, analisando parâmetros como a patinagem dos rodados motrizes e o consumo de combustível, em operação de gradagem do solo.
Foi utilizado um trator 4x2 TDA da marca Valmet modelo 980 com 100 cv (73,5 kW) de potência e uma grade de discos intermediária. Foram determinados os valores de patinagem dos rodados e consumo de combustível do trator em duas situações: com a tração dianteira acionada e desligada, tracionando a grade intermediária com 4 repetições cada, sendo escolhido por sorteio a utilização ou não da tração dianteira. Foi utilizada uma distância de 100 metros por parcela para determinação dos valores de patinagem e consumo de combustível. Utilizando balizas e trena foi medida esta distância e marcou-se com giz o flanco dos pneus do trator e percorreu-se os 100 m na marcha e rotação a serem utilizadas no trabalho, 5,5 km/h e rotação de 2100 rpm, medindo-se o tempo em segundos que se levou para percorrer esta distância.
A medição de consumo de combustível do trator foi realizada através da leitura do combustível, adicionado ao reservatório no final de cada parcela, em uma proveta graduada de 250 ml.
O reservatório de combustível foi instalado na linha de alimentação de combustível antes dos filtros. Foi desviada para o reservatório a linha de retorno de combustível, visando aumentar a precisão das leituras.
A patinagem foi determinada pelo método prático, onde houve a contagem do número de voltas dos rodados nas parcelas com carga (gradeando) e sem carga (sem grade).
Na Tabela 1 observam-se os valores médios de consumo horário, consumo específico e patinagem dos rodados motrizes. Analisando os dados observou-se que não houve diferenças estatísticas nos valores de consumo de combustível e patinagem quanto a utilização da tração dianteira auxiliar em operação com uma grade do tipo intermediária. Neste trabalho evidenciou-se uma situação intermediária onde o uso da tração dianteira auxiliar não evidenciou uma maior eficiência no conjunto motomecanizado. Esta situação pode ser explicada pelo solo estar com baixo teor de água e uma homogênea e baixa concentração de cobertura vegetal sobre o solo além de a superfície encontrar-se firme. Se na operação fossem utilizadas máquinas ou equipamento que evidenciassem uma operação pesada poderia se observar uma melhor eficiência do conjunto com a utilização da tração dianteira auxiliar. Em operações leves em superfícies de solo firme ou plantio direto pode-se recomendar ou não o uso da tração dianteira auxiliar, porém são necessárias mais pesquisas na área para evidenciar diferentes situações de operação e superfícies.
TABELA 1. Valores médios de patinagem dos rodados motrizes, consumo horário e consumo específico de combustível.
FATOR | Consumo horário (L h) | Consumo específico (g kWh) | Patinagem (%) |
Com tração dianteira | 13,83 a | 164 a | 9 a |
Sem tração dianteira | 14,16 a | 168 a | 9 a |
FATOR
Consumo horário
(L h)
Consumo específico
(g kWh)
Patinagem
(%)
Com tração dianteira
13,83 a
164 a
9 a
Sem tração dianteira
14,16 a
168 a
9 a
Letras iguais na coluna não diferem pelo teste de Tukey a 5% de significância.
Conclui-se que não houve diferenças nos valores de patinagem dos rodados motrizes e de consumo de combustível em função da utilização da tração dianteira auxiliar em uma operação de gradagem com uma grade intermediária.
O uso da tração dianteira auxiliar não resultou em acréscimo nos valores de consumo de combustível.
Este artigo foi publicado na edição 138 da revista Cultivar Máquinas. Clique aqui para ler a edição.
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