Qual é a contribuição dos transgênicos para o meio ambiente?
Por Maria Luiza Nachreiner, Líder de Negócios de Soja e Algodão da Bayer para América do Sul
Os danos da brusone na produtividade e na qualidade do arroz variam em função de uma série de fatores, tais como as práticas culturais adotadas, o grau de suscetibilidade do genótipo, as condições climáticas, o nível de inóculo do patógeno, o momento em que a doença se instala na cultura, entre outros. Os sintomas da brusone nas folhas iniciam-se com pequenas manchas necróticas que aumentam de tamanho, adquirindo forma elíptica, com os bordos marrons e centro cinza ou esbranquiçado. Na região do colar das folhas é comum a ocorrência da brusone, podendo ocasionar a queda e morte das folhas. Ao infectar as folhas do arroz, a brusone causa danos indiretos na produção, reduzindo a área foliar ativa e, consequentemente, o potencial produtivo da cultura.
A brusone também pode incidir nas panículas do arroz, colonizando o primeiro nó abaixo da panícula. Essa incidência é chamada de brusone de base de panícula, também conhecida como “brusone de pescoço”, onde a doença afeta diretamente a produtividade do arroz, impedindo o acúmulo de carboidratos nos grãos, reduzindo o peso de grãos e a percentagem de grãos formados.
O elevado potencial produtivo que os atuais híbridos e cultivares de arroz apresentam está atrelado, na maioria das vezes, a uma baixa rusticidade dos genótipos. Dessa forma, como resultado há materiais bastante suscetíveis à ocorrência de doenças e com elevada sensibilidade a fatores de estresses, tanto bióticos como abióticos. A adoção de práticas de manejo integradas, tais como utilização de cultivares resistentes, semeadura dentro da época preferencial, adubação equilibrada, irrigação adequada e o emprego do controle químico por meio da aplicação de fungicidas são práticas fundamentais para o eficiente manejo da brusone na cultura do arroz irrigado.
O emprego de fungicidas para o manejo da brusone deve ser utilizado como uma ferramenta dentro do Manejo Integrado da Doença e não apenas como um método isolado de controle. A utilização do controle químico de doenças na cultura do arroz irrigado objetiva a manutenção do potencial produtivo e da qualidade da produção, protegendo a cultura dos efeitos prejudiciais das doenças.
A escolha do momento e o número ideal de aplicações de fungicidas na cultura do arroz irrigado é uma decisão difícil e que depende de uma série de fatores. É possível citar o nível de suscetibilidade da cultivar, o manejo utilizado na condução da lavoura, a presença de inóculo do patógeno e de focos da doença na lavoura, o histórico de ocorrência de brusone na área, o estádio fenológico da cultura, a presença de condições climáticas favoráveis à brusone, entre outros.
Na safra 2013/14, no município de São Sepé, Rio Grande do Sul, foi conduzido um experimento com o objetivo de avaliar o desempenho de sete programas de manejo químico de brusone. Os programas foram compostos por um tratamento Testemunha (sem aplicação de fungicida) e seis tratamentos com controle químico, que diferiram entre si apenas quanto ao número e o momento em que foram realizadas as aplicações dos fungicidas (Tabela 1).
O efeito dos tratamentos foi avaliado no controle da brusone nas folhas, na incidência de brusone na base da panícula e na produtividade do arroz irrigado. A intensidade e severidade da ocorrência da brusone na cultura do arroz, durante a condução do experimento, foi extremamente alta. Os primeiros sintomas da doença foram observados quando o arroz ainda estava na fase vegetativa, antes do ponto de algodão, sendo que a doença apresentou aumento significativo até a maturação fisiológica da cultura. Pode-se observar que nenhum dos tratamentos testados promoveu o controle total da doença, ou seja, mesmo com a aplicação dos programas de manejo químico houve ocorrência de brusone nas folhas e incidência nas panículas do arroz. Essa é uma situação que comprova a importância de se realizar o Manejo Integrado de Doenças, com a integração entre os métodos de controle cultural, genético e químico, pois ao empregar apenas a aplicação de fungicidas como uma ferramenta isolada haverá dificuldades no controle eficiente da brusone.
Devido ao elevado ataque da brusone, o dano na produtividade da testemunha foi de 73,4%, quando comparada com o tratamento onde realizou-se três aplicações. Esse resultado indica o enorme potencial de dano da brusone na cultura do arroz e a importância de realizar um manejo adequado da doença a fim de evitar a ocorrência de elevados danos.
O emprego do controle químico preventivo, com intervalos entre aplicações reduzidos, é uma ferramenta importante para o manejo da brusone. Contudo é fundamental a integração entre os métodos de controle cultural, genético e químico para o eficiente manejo da brusone na cultura do arroz irrigado.
Tabela 1 – Estádios fenológico no momento das aplicações para o controle de Pyricularia oryzae. São Sepé/RS, 2014.
Tratamento | Estádio no momento da aplicação * | Ingrediente Ativo | Dose (g.i.a.ha-1) |
T1 | - | Testemunha | - |
T2 | R1 | Cresoxim-metílico + Epoxiconazol + Tricyclazol + Óleo Mineral | 93,75 + 93,75 + 225 + 378 |
T3 | R2 | ||
T4 | R4 | ||
T5 | R1 + R2 | ||
T6 | R2 + R4 | ||
T7 | R1 + R2 + R4 |
Tratamento
Estádio no momento da aplicação *
Ingrediente Ativo
Dose (g.i.a.ha-1)
T1
-
Testemunha
-
T2
R1
Cresoxim-metílico +
Epoxiconazol +
Tricyclazol +
Óleo Mineral
93,75 +
93,75 +
225 +
378
T3
R2
T4
R4
T5
R1 + R2
T6
R2 + R4
T7
R1 + R2 + R4
* Estádios fenológicos determinados pela escala fenológica proposta por COUNCE et al., 2000.
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Por Maria Luiza Nachreiner, Líder de Negócios de Soja e Algodão da Bayer para América do Sul
A cochonilha-vermelha faz parte do grupo das cochonilhas conhecidas como cochonilhas-farinhentas, e são insetos sugadores de seiva que têm como hospedeiros diversas plantas, tanto silvestres como ornamentais e cultivadas