Estratégias de manejo para controle de mofo branco
Medidas diversificadas adotadas em conjunto devem ser empregadas para manter baixo o nível de inóculo em lavouras infestadas
Com grande capacidade de adaptação ao sistema de produção de soja, milho e algodão utilizado no Cerrado, o complexo de lagartas do gênero Spodoptera tem registrado surtos e alterações em sua dinâmica populacional ao longo das últimas safras. Favorecidas por cultivos sucessivos estas pragas exigem manejo amplo e criterioso por parte dos produtores.
Na região Centro-Oeste as pragas apresentam uma dinâmica com mudanças constantes. Algumas têm registrado surtos, requerendo atenção e controle, a fim de evitar prejuízos às culturas. Entre estas pragas com grande adaptação ao sistema de produção implantado na região do Cerrado, é possível citar o complexo de lagartas do gênero Spodoptera (Gallo et al, 2002), com crescente importância econômica nas culturas de soja, milho e algodoeiro. Algumas espécies deste gênero são listadas como pragas secundárias, por ocorrência esporádica e danos antes não expressivos, mas no cenário atual seus prejuízos podem chegar a 50% na produtividade das culturas.
As espécies que se destacam por maior ocorrência e importância de danos nas principais culturas da região Centro-oeste são Spodoptera frugiperda (lagarta-do-cartucho), Spodoptera eridania e Spodoptera cosmioides, popularmente conhecidas como lagartas-das-vagens ou lagartas- pretas. Estas pragas têm apresentado ocorrências e prejuízos em diferentes fases de desenvolvimento das culturas. Em determinados locais pode também se observar Spodoptera albula, já identificada em estados como Goiás e outros. As lagartas do gênero Spodoptera são pertencentes à ordem Lepidoptera, da família Noctuidae e possuem ciclo médio em torno de 30 dias, dependendo do hospedeiro. Nas formas adultas são mariposas de hábito noturno. S. eridania apresenta coloração cinzento-clara, medindo cerca de 40mm de envergadura, sendo asas anteriores acinzentadas com um ponto preto no centro e uma faixa preta longitudinal ao corpo da praga, e as posteriores de coloração esbranquiçada. Uma fêmea pode ovipositar cerca de 800 ovos, que colocados em massas possuem forma de uma esfera aplainada, de cor esverdeada e recobertos por pelos do corpo da mariposa. São inseridos na parte inferior das folhas. As lagartas, nos primeiros instares são esverdeadas, com quatro pontos escuros no dorso. Com o desenvolvimento apresentam coloração marrom, com três listras longitudinais amarelas e passam a atacar a face dorsal das folhas. Na cultura do algodoeiro podem chegar a seis instares, e na cultura da soja alcançam sete instares (Parra et al, 1977). Geralmente as lagartas de S. eridania são encontradas na parte mais baixa das plantas (“baixeiro”) e se mostram mais ativas à noite. Na cultura do algodoeiro os seus danos são desfolha, destruição dos limbos, muitas vezes deixando intacta a parte superior, provocando perfurações no talo, furo e corte, resguardando as nervuras principais (Silvie et al, 2007). Os danos desta praga se destacam quando do aparecimento dos botões florais, perfurando-os. Segundo Santos et al (2010), em laboratório, mais de 57% das lagartas avaliadas danificaram as estruturas reprodutivas de algodoeiro, sendo uma proporção 1,7 botão floral atacado por lagarta, de 4º instar.
Entre as espécies do gênero Spodoptera, S. cosmioides também foi constatada na região e observada em diversos estados, como Mato Grosso, Paraná, Goiás, Bahia, Piauí, Maranhão e Rondônia (Tomquelski 2011). Observam-se danos desta praga, principalmente na cultura da soja, provocando desfolha, efeito da “sobra” das aplicações realizadas para controle de outras pragas.
S. cosmioides apresenta o adulto, uma mariposa de coloração cinza-claro, com manchas mosqueadas, longitudinalmente e margeadas por uma franja de coloração esbranquiçada, medindo cerca de 40mm de envergadura. As asas anteriores apresentam coloração branca com uma franja. Esta praga também apresenta duração do ciclo em torno de 30 dias, dependendo do hospedeiro. As lagartas possuem coloração marrom a preta, com uma faixa lateral longitudinal amarela que é interrompida por uma mancha escura no tórax (Gallo et al, 2002).
A fêmea deste inseto pode colocar mais de 500 ovos, de coloração esverdeada. Após a eclosão, as lagartas alimentam-se a princípio do parênquima das folhas até completarem a primeira ecdise.
As lagartas de S. cosmioides apresentam semelhanças no padrão de coloração e variabilidade intraespecífica, relacionado à S. eridania, tornando confusa sua identificação. As lagartas de S. cosmioides recém-eclodidas possuem o corpo de cor marrom-claro e a cabeça preta, depois apresentam coloração marrom a preta, com três listras longitudinais alaranjadas, uma dorsal e duas laterais, com pontos brancos. Acima estão presentes triângulos pretos apontando para o dorso do inseto, podendo atingir 48mm de comprimento.
Um parêntese deve ser feito em relação a estas duas espécies, pois na cultura da soja têm se observado diferenças quanto à suscetibilidade de controle destas duas lagartas. Vale ressaltar que muitas vezes este inseto é percebido no campo quando em estádios de desenvolvimentos mais avançados, e no interior das plantas atacando as vagens, o que dificulta o seu controle.
Ainda deve-se ressaltar a espécie Spodoptera frugiperda, conhecida também como lagarta-militar e lagarta-do-cartucho do milho, considerada por muitos como um dos principais problemas para o Brasil. Na fase adulta possui coloração pardo-escuro nas asas anteriores e branco-acinzentadas nas posteriores, medindo em torno de 35mm de envergadura. As mariposas expelem de 1.500 ovos a 2.000 ovos na página superior das folhas, são colocados em grupos com média de 100 ovos recobertos por escamas e pelos em camadas sobrepostas (diferença importante para o campo quanto à S. eridania). Em fase larval a coloração varia de cinza-escuro a marrom, apresenta faixa dorsal com pontos pretos (pináculas) na base das cerdas, sendo característicos quatro pontos no 8º segmento, possui cápsula cefálica com a sutura adfrontal, não alcançando o vértice da cabeça. A larva recém-eclodida tece um fio de seda que é usado como meio de dispersão e/ou escape de inimigos naturais. Podem chegar a medir 50mm de comprimento ao final da fase. Finalizado o período larval, as lagartas penetram no solo, onde se transformam em pupas de coloração avermelhada, medindo cerca de 15mm de comprimento (Gallo et al, 2002).
Este complexo é formado por lagartas polífagas, que atacam grande diversidade de plantas, causando variados danos, podendo chegar, em níveis elevados, a perdas irreparáveis às culturas, na produtividade. Os ataques podem ocorrer desde o início do desenvolvimento das plantas. Após a emergência da plântula, lagartas de instares mais avançados podem cortá-la rente ao solo, semelhante ao ataque da lagarta-rosca, levando à redução de estande, realizado principalmente por S. frugiperda. Na plântula de milho o ataque no colmo atingindo o ponto de crescimento ocasiona o sintoma conhecido como “coração morto”, semelhante ao ataque provocado pela lagarta-elasmo. Entretanto, estas pragas são importantes desfolhadoras, sendo que em seus instares iniciais as lagartas raspam os limbos das folhas, depois consomem as partes mais tenras, deixando as nervuras principais, levando a redução da taxa fotossintética.
Ao analisar o agroecossistema no Centro-Oeste observa-se o favorecimento da multiplicação de algumas pragas, em virtude de ser um sistema em que a soja é a cultura principal, estabelecida na maioria das áreas, podendo ser rotacionada com milho ou algodão, ou mesmo cultivada em anos sucessivos. Após a colheita, em algumas situações, é estabelecida uma cultura de entressafra (milho ou sorgo safrinha, milheto, nabo forrageiro, braquiária, girassol, crotalária) ou mesmo o solo ficando em “pousio” coberto por grande diversidade de plantas daninhas. A ocorrência de pragas em função da utilização de algumas plantas de cobertura, que são importantes dentro do sistema de plantio direto, pode muitas vezes servir como alimento a outras pragas. Aliado a isto, condições climáticas favoráveis (altas temperaturas no verão e inverno ameno), tornam a região ideal para a multiplicação dos insetos.
Algumas culturas sofrem ainda com a migração de pragas. Após a colheita de determinada cultura o inseto pode vir a atacar outra cultura, e, neste caso, áreas de algodão cultivadas próximas às de milho apresentam acentuado incremento populacional de Spodoptera frugiperda, por ocasião da maturação do milho, verificado por vários pesquisadores, como Soares e Vieira (1998); Santos (2007), Tomquelski e Rotundo (2007). O mesmo fenômeno ocorre com Spodoptera eridania, infestando as lavouras de algodão com finalização do ciclo de soja e milho.
Neste âmbito o produtor/técnico deve se atentar para o fato de que a cultura hora pode servir como fonte/fornecedora para culturas que porventura venham na sequência, ou mesmo como dreno/recebendo e abrigando as pragas, com consequentes prejuízos. As lagartas deste gênero apresentam condições ideais para o seu desenvolvimento no sistema de produção adotado de diversas regiões.
As populações destas pragas devem ser monitoradas ao longo dos anos, para que seja possível acompanhar mudanças no sistema de produção. Algumas armadilhas, como a luminosa, apresentam grande auxílio à pesquisa, e mesmo para o campo-produtor, as armadilhas de feromônio. Em alguns levantamentos na região dos Chapadões, tem se verificado que as populações de Spodoptera spp. em determinados anos diminuiu, principalmente naqueles em que ocorreu entrada da biotecnologia Bt em milho. No entanto, com a diminuição da eficiência das biotecnologias Bt, os números desta lagarta vêm aumentando. Em alguns trabalhos, observações desta praga mostram captura de mariposas na região dos Chapadões, em duas safras agrícolas.
Este fato apresenta grande correlação com o sistema de produção envolvendo culturas e plantas de cobertura, em que o gênero Spodoptera tende a habitar. Muitas áreas, na região do Cerrado, por questão de logística, tempo e clima, além de outros fatores, ficam em pousio. Em trabalhos sobre a correlação entre pragas e plantas daninhas observou-se que S. frugiperda e S. eridania, além de outras pragas, apresentaram grande frequência de infestação, como demonstrado em estudo realizado por duas safras agrícolas em sucessão soja/feijão, nas safras 2011/2012 e 2012/2013, em que no período anterior à semeadura da soja apresentava o problema.
O entendimento desta biologia de insetos é um dos pilares do Manejo Integrado de Pragas (MIP) e, desta forma, o técnico produtor poderá realizar uma melhor recomendação de manejo para as pragas.
O monitoramento é outro pilar do MIP. Para lagartas deste gênero observa-se uma distribuição desuniforme nas lavouras, pontos chamados de “ilhas” com grande quantidade da praga por apresentar esta postura em massa, sendo, com o passar do tempo e da população de adultos, distribuído em toda área. Em Spodoptera sp. há tendência das lagartas passarem de uma planta a outra por contato, e quando jovens serem distribuídas pelo vento a pequenas distâncias. Tal fato ressalta a importância da qualidade da operação de monitoramento, que exige técnicos capacitados e acurácia. A amostragem realizada frequentemente tende a evitar prejuízos maiores destas pragas. O pano de batida é instrumento fundamental para uma boa amostragem na cultura da soja, sendo a quantidade de amostragens variável em função do tamanho do talhão, operacionalidade e, além de ser representativa, para esta cultura níveis de desfolha de até 10% na fase reprodutiva tendem a não levar a prejuízos significativos.
Em milho a observação de plantas raspadas e a abertura dos cartuchos para quantificar e identificar o estádio das lagartas têm levado a bons resultados para o manejo, sendo níveis de até 15% de plantas raspadas em milho não Bt e 10% em milho Bt, os índices com produtividades satisfatórias nos trabalhos da Fundação Chapadão. Em algodoeiro a amostragem pode também ser realizada utilizando-se o pano de batida, além da amostragem manual, contando-se o número de lagartas em toda a planta, não esquecendo o ataque às estruturas reprodutivas, que devem ser mensurados. Resultados desta cultura mostram que a desfolha na cultura de até 10% não gera prejuízos significativos, mas um ponto importante está na quantificação das estruturas reprodutivas, em que o índice de controle de 5%, deve ser adotado.
Outro ponto a analisar atualmente reside no monitoramento implementado antes da semeadura, observando a cultura de cobertura. Em algumas situações encontram-se áreas com altas infestações de Spodoptera.
Situações desta ordem levam o produtor-técnico a traçar estratégias para o manejo destas pragas. Uma das alternativas é retirar o alimento da praga, dessecando a área, com antecedência, provocando a mortalidade de parte da população, e/ou mesmo parte da população vir a empupar no solo. Mas diversas vezes o produtor necessita semear rapidamente, com períodos em média de três dias de dessecação e semeadura (caso da região dos Chapadões), sendo necessário o controle desta população, a fim de evitar um ataque de pragas na fase inicial da cultura. Apesar da opção das plantas Bt com resistência a diversos Lepidopteros, esta tecnologia afeta lagartas neonatas (1º e 2º instares), não controlando-as em estádios avançados. Dados de mais de 30 experimentos desenvolvidos na região dos Chapadões mostraram que o manejo destas pragas por ocasião da dessecação leva a mais de 50% de chance de o produtor produzir uma saca de soja a mais, por hectare, por evitar danos à fase inicial da cultura, danos estes por diminuição de estande ou mesmo desfolha precoce que pode comprometer o desenvolvimento das plantas.
Apesar de novas ferramentas como a biotecnologia em soja, com o advento das cultivares de soja Bt com o evento Cry1Ac, observa-se que Spodoptera ainda é uma praga não alvo de controle. Em algumas culturas como o milho e o algodoeiro, observam-se várias tecnologias disponíveis. No entanto, algumas já apresentam certo “desgaste” com o passar dos anos, em virtude de diversos fatores. Se destacam, neste sentido, a ausência da correta utilização de refúgio, a biotecnologia como o única tática de controle, a não expressão de alta dose aos indivíduos heterozigotos, o sistema de cultivo intensivo, a não observância de “janelas” para a descontinuidade da utilização de biotecnologia, os refúgios alternativos, as tigueras, entre outras questões. Somem-se a isso táticas que poderiam ter sido adotadas, favorecendo longevidade maior aos primeiros eventos Bt.
Analisando o sistema de produção atualmente entre as alternativas de manejo com maior utilização, há os inseticidas e o emprego de plantas Bt. Estas estratégias apresentam vários pontos interessantes ao produtor, em vista da praticidade e do custo relativamente satisfatório em alguns casos. Entretanto, fatores comentados anteriormente como a característica da espécie de polifagia, com alimento o ano todo, aliados ao alto potencial reprodutivo, com elevado número de descendentes, à alta capacidade de dispersão com adultos chegando a grandes distâncias, às condições climáticas favoráveis à praga e desfavoráveis aos inimigos naturais e à alta pressão de seleção exercida por uso de mesmas tecnologias, elevam o gênero Spodoptera a um dos maiores riscos de resistência.
Em S. frugiperda é de conhecimento que algumas moléculas inseticidas já apresentaram o problema de resistência, sendo necessárias mudanças na forma de utilização, e até o desuso de determinada molécula por certo tempo. Esta praga é alvo de estudo por um comitê formado por diversas instituições, o Irac-BR, que tem como missão manter todos os grupos químicos de inseticidas e acaricidas e as plantas geneticamente modificadas como alternativas viáveis de manejo de insetos e ácaros por meio de programas de parceria com Produtores e Instituições de Ensino, Pesquisa e Extensão, para o gerenciamento destas táticas de controle de uma maneira sustentável (site www.irac-br.org.br).
Outra análise que não pode ser esquecida reside no fato que diversas tecnologias Bt apresentam mesmo sítio de ação. Analisando o que há disponível no mercado, é interessante o produtor buscar eventos piramidados, que poderiam garantir maior eficiência no controle desta praga. Vale ressaltar que grande parte dos traits já apresenta uma proteína com eficiência reduzida, o que de certa forma fará com que somente uma proteína esteja funcionando, podendo haver novamente o problema de resistência, mas não a uma e sim duas.
O complexo Spodoptera exige que o produtor esteja atento à correta utilização do refúgio, a fim de manter a efetividade da tecnologia. Observações de campo mostram que em lavouras da região dos Chapadões, têm se constatado as primeiras falhas de controle, ou mesmo porcentagens maiores de plantas atacadas com S. frugiperda. Algumas sugestões de como se dispor a tecnologia na área seguem na Figura 1. Atentar ao aspecto de migração das pragas à distância de no máximo 800m de uma área a outra. Algumas adaptações como a utilização nas semeadoras com uma ou duas linhas, das culturas, estão sendo estudadas. Mais informações podem ser encontradas no site www.planterefugio.com.br. As porcentagens de 10% para milho, algodoeiro 20% e soja 20%, ainda estão sendo validadas pela pesquisa, se estas porcentagens conseguirem promover a quantidade de indivíduos suscetíveis necessários ao ambiente, além de outras táticas dentro do MIP possíveis de serem implementadas nestas áreas. Mas sabe-se que havendo a possibilidade de maiores índices é interessante para o manejo.
Controle químico
O controle químico apresenta grande importância neste cenário, visto que junto a outras tecnologias poderá complementar o MIP. Contudo, se não manejado, pode não gerar resultados. Desta forma os modos de ação devem ser analisados principalmente por região. A experiência com Spodoptera frugiperda mostrou, com a ação do Comitê Brasileiro de Ação à Resistência de Inseticidas (Irac-BR), que esta praga apresenta suscetibilidade diferencial a determinadas regiões, em função principalmente da intensidade de cultivo de milho nas regiões, além de hospedeiros, clima etc.
Vale destacar ainda que a ação de vários inseticidas é muito dependente de diversas condições, onde vale a sabedoria popular de que não existe produto ruim e sim mal posicionado. Esses defensivos devem muitas vezes ser aplicados em estratégias de rotação de modos de ação. Alguns grupos químicos como espinosinas, inibidores de canais de Ca, diazinas, pirazol, biológicos, e novos grupos, são necessários dentro do manejo.
No tratamento de sementes torna-se fundamental, além de promover o controle destas pragas, manter a longevidade das tecnologias Bt. Esta estratégia, dentro do MIP, apresenta vários benefícios além de possuir caráter da seletividade ecológica. Por controlar o início das infestações (primeira população que chega em determinados períodos) tende a ter um maior sucesso para as demais práticas adotadas.
Condições climáticas desfavoráveis também devem ser levadas em consideração provocando mais de uma intervenção a fim de diminuir a infestação da praga. Em trabalhos realizados pela Fundação Chapadão observou-se que no período inicial, final do dia e noturno, o controle de Spodoptera frugiperda tende a ser superior.
A rotação de modos de ação tende a evitar surpresas desagradáveis com o problema de S. frugiperda. Trabalhos de acompanhamento da eficiência dos inseticidas em milho mostram que com o aumento do uso de determinado grupo químico tende-se a diminuir a eficiência e levar a variações nos resultados das aplicações dos produtores (Tomquelski e Martins 2007) e (Tomquelski e Rotundo 2015). Com as “novas” ocorrências de S. eridania e S. cosmioides observou-se que os inseticidas para estas espécies apresentam comportamento diferenciado à S. frugiperda, com eficiências ora superiores. No entanto, deve-se atentar muito ao horário e à tecnologia de aplicação utilizados para garantir o sucesso do manejo. Em culturas como soja e algodoeiro, dependendo do estádio e porte da planta, podem se apresentar escondidas, dificultando o controle.
Ainda há o controle biológico que, para espécies como S. frugiperda, registra grande sucesso em culturas como o milho (Cruz et al 1999) (Valicente e Tuelher 2010), podendo ser implementado no MIP em sistema de produção.
Observa-se diante do exposto que ainda há uma longa caminhada para o total domínio populacional do gênero Spodoptera. Mas é importante ir vencendo cada batalha, sem contudo, a guerra acabar.
Germison Tomquelski, Fundação Chapadão; Sherithon Martins de Paula, UFMS/Fundação Chapadão; Janaina Oliveira Borgelt, UFMS/Fundação Chapadão
Artigo publicado na edição 194 da Cultivar Grandes Culturas.
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