Você que é produtor ou que tem algum vínculo com o agronegócio já deve ter se perguntado qual é o caminho ou quais são os processos que acontecem até a chegada de um novo agroquímico no mercado. Essa jornada é trabalhosa, envolve muito estudo, pesquisas e principalmente altos investimentos. Desde a ideia até o lançamento de um novo produto ao seu formato final leva-se em média 10 anos.
No caso de grandes empresas, seus profissionais são treinados para sempre estarem atentos as demandas e necessidades do produtor. Na Rotam, por exemplo, empresa há 50 anos no mercado, a ideia para um novo produto pode vir através do departamento de marketing, do desenvolvimento técnico, equipe de vendas, de registros e até mesmo dos profissionais de sua matriz da Rotam, em Hong Kong.
Após essa ideia inicial, no caso específico da Rotam do Brasil, o departamento de marketing analisa se esse produto será viável ou não, se está dentro do leque de culturas que são foco da companhia. Se for avaliado que momentaneamente não é viável, vai para um banco de dados e fica de stand-by Se a ideia é promissora, tem mercado e vai de encontro às estratégias da empresa, é dada sequência no projeto.
O próximo passo fica por conta da equipe de registros que fará a avaliação de registrabilidade do produto proposto. Sendo viável, iniciam-se os testes de fórmula, chegando-se as fórmulas possíveis. Em seguida, dá-se início aos testes agronômicos com o propósito de verificar quais das propostas de fórmula são viáveis e se o resultado do uso é o esperado ao propósito do produto.
Caso os testes não apresentem resultados satisfatórios e não demonstre eficiência o projeto é cancelado. Obtendo-se bons resultados o departamento de desenvolvimento de negócios fará um estudo a fim de verificar a viabilidade financeira (margem de lucro, custo, volume de vendas e preço). Com o novo projeto formatado a empresa passa a dedicar-se fortemente aos investimentos necessários, como aprimoramento da fórmula e fontes de matérias prima necessárias.
Como podemos constatar o caminho é longo e bastante trabalhoso, por isto é necessário ter conhecimento e saber da importância de toda tecnologia e investimento envolvidos no desenvolvimento do produto até a chegada à fazenda.
Depois de muitos experimentos e anos de pesquisa fora e dentro do Brasil, os produtos seguem para a submissão de registro em diferentes órgãos federais e estaduais. Após a obtenção do registro o produto passa a ser divulgado internamente, para conhecimento de todos os profissionais envolvidos com a empresa/produto, especialmente área técnica e comercial. A partir daí há o posicionamento do novo item, trabalho com fundações de pesquisa e time de vendas. E por último, campanha de lançamento do produto, com mídia, propaganda, produção de vídeo, folder, etc, conforme a empresa traçar.
Contra a pirataria
A tarefa das empresas agrícolas não é fácil e exige muito dos profissionais. Apesar disso existe um comércio paralelo de produtos piratas ou contrabandeados. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), atualmente o comercio ilegal de agroquímicos piratas, contrabandeados ou produzidos de forma ilegal representa 20% de toda a comercialização dos produtos no Brasil,
No geral, todos os agroquímicos vendidos no Brasil são fiscalizados pela ANVISA, pelo IBAMA e pelo Ministério da Agricultura. Assim, todo lançamento precisa de um registro com análise criteriosa e aprovação desses três órgãos, para assim obter registro pelo MAPA, conforme previsto no Decreto no. 4.074, de 04 de janeiro de 2002, que regulamenta a Lei de Agroquímicos. Além disso, o Sindiveg (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal) e a Aenda (Associação Brasileira dos Defensivos Genéricos) realizam em conjunto com as empresas diversos comunicados e campanhas para conscientização dos malefícios dos produtos agrícolas piratas. Isso torna a venda destes produtos químicos bastante rigorosa e é o que proporciona uma garantia ao produtor em relação aos produtos adquiridos.