Rotação de culturas: amendoim e cana-de-açúcar
Por Luiz Wanderlei Braga e Marco Antônio Drebes da Cunha, engenheiro agrônomo e desenvolvedor de mercado da Ourofino Agrociência e gerente de Produtos Inseticidas e Fungicidas da Ourofino Agrociência
A bicheira-da-raiz do arroz ocorreu em mais de 650 mil hectares (65% da área cultivada) nas últimas safras, abrangendo todas as regiões orizícolas do estado do Rio Grande do Sul e causou perdas de produtividade que variaram de 10% a 30%, ou seja, perdas maiores que 12 sacas de arroz por hectare. Nas lavouras do estado de Santa Catarina, onde predomina o cultivo pré-germinado, a importância do adulto e da larva de Oryzophagus oryzae é ainda maior, por ocorrer na totalidade da área cultivada, com perdas que variam de 15% a 70%, dependendo da cultivar.
Tanto os adultos (gorgulho-aquático) quanto as larvas (bicheira-da-raiz) ocasionam danos à cultura do arroz irrigado em intensidade variável, dependendo do grau de infestação, do sistema de cultivo, da cultivar e da época de semeadura. No entanto, a fase de larva, que fica submersa no solo inundado, é a mais prejudicial à produtividade. O sistema de cultivo de arroz irrigado favorece a ocorrência de O. oryzae, que necessita da presença de plantas e de água para a sua instalação e sobrevivência. No sistema de cultivo pré-germinado a infestação e a intensidade do dano dos adultos e das larvas é mais importante em decorrência da presença precoce da água na área. Na semeadura do arroz já ocorrem os danos, pois as plântulas e plantas (pequenas) são mais suscetíveis ao ataque da praga.
O manejo eficiente desta praga depende do conhecimento da bioecologia da espécie, das suas características de ataque, da infestação das áreas e do sistema de cultivo. A adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP) é indispensável para a redução dos danos, como também é o acompanhamento dos resultados de controle e o aperfeiçoamento destas práticas.
Comportamento e colonização das lavouras
No período da entressafra o gorgulho-aquático permanece hibernando em restos culturais, na base de gramíneas, ciperáceas ou outras plantas, como também em resíduos nas taipas, irrigadeiras, das bordas e/ou do entorno das lavouras. Após a semeadura, com a presença de sementes pré-germinadas, de plântulas e de plantas, na presença de água nos arrozais, ocorre a saída dos adultos dos sítios de hibernação, migrando para o interior da lavoura. Os adultos medem 2,6mm a 3,5mm de comprimento e coloração acinzentada, com manchas dorsais brancas; se alimentam do parênquima das folhas entre as nervuras, formando lesões longitudinais esbranquiçadas. Após aproximadamente três dias da irrigação, inicia-se o acasalamento e posterior oviposição em partes submersas das plantas (dessa forma tem que haver planta e água presentes para começar o ataque). As fêmeas já copuladas escolhem os locais de água mais profunda para a postura (temperaturas mais amenas) ou depressões do terreno onde ocorrem lâminas mais profundas e permanentes (lavouras com maior declividade) onde posteriormente se concentra a maioria das larvas.
Após o período embrionário (fase de ovo) dentro do colmo do arroz, as larvas, alimentam-se dos tecidos do interior da bainha foliar e depois de 36 horas afundam na água de irrigação em direção ao solo para se alimentar das raízes. Apresentam coloração branca, são ápodas e possuem seis pares de austórios por onde retiram oxigênio dos tecidos das raízes. Passam por 4 ínstares com duração entre 25 dias e 30 dias e transformam-se em pupa no solo inundado em um casulo impermeável e construído de barro, que fica aderido a uma raiz de arroz ou de planta daninha. Após 10 dias emergem adultos destes casulos e podem começar uma nova geração invadindo outras áreas de arroz ou se deslocar para os locais de hibernação.
Injúrias e danos dos adultos e larvas
Independentemente do sistema de cultivo, as maiores perdas são ocasionadas pelas larvas, porém, os gorgulhos provocam danos significativos em lavouras no sistema pré-germinado, por consumirem a radícula e o coleóptilo, matando a planta logo após a germinação. Podem atacar 100% das plantas determinando a ressemeadura da lavoura. As larvas consomem as raízes mais novas das plantas, causando a sua ruptura, que interfere na absorção de nutrientes. Os sintomas típicos são plantas com tamanho reduzido e folhas de coloração verde-claro/amareladas. As plantas podem ser facilmente arrancadas. Estes sintomas são de plantas severamente atacadas, que estão com o sistema radicular comprometido e em que a perda econômica já ocorreu.
O dano das larvas é mais significativo durante o início do desenvolvimento radicular que coincide com a primeira geração de O. oryzae, que é considerada a mais prejudicial. Nesta fase a densidade de larvas é maior e as raízes das plantas de arroz são pequenas e mais suscetíveis. A primeira geração tem ocorrência a partir de setembro/outubro, com o início da irrigação por inundação dos arrozais. Além disso, cultivares de ciclo curto sofrem maiores reduções de produtividade, pois apresentam menor tempo para recuperação. Com o desenvolvimento do sistema radicular, as plantas ficam mais tolerantes ao ataque das larvas coincidindo com a segunda geração da bicheira-da-raiz, que ocorre de janeiro a fevereiro (a ocorrência desta geração tem sido contestada). Após a fase inicial de diferenciação da panícula o controle de larvas não é recomendado pois não há resposta na produtividade. Desse modo, a proteção mais importante deve ser dada às sementes e plântulas (cultivo pré-germinado) e no início do desenvolvimento, em função de seu sistema radicular pouco desenvolvido.
Perda de produtividade e Nível de Dano Econômico (NDE)
As perdas em produtividade ocasionadas pelas larvas são bastante variáveis, dependendo principalmente do grau de infestação e do período de convivência das larvas com a cultura (momento do controle). Uma análise de perdas de produtividade causado pela bicheira-da-raiz, em experimentos de controle químico, em diferentes cultivares e safras, estimou uma perda de 58,1 kg/ha para 1 (uma) larva/amostra. Este valor de perda foi obtido pela diferença de produtividade do tratamento inseticida com a maior eficiência de controle e a testemunha sem tratamento, assim como a diferença do número de larvas por amostra do tratamento inseticida com menor infestação e a testemunha. Esta estimativa da perda causada por uma larva por amostra será utilizada no cálculo do Nível de Dano Econômico (NDE).
Perda de produtividade de arroz em experimentos de controle químico da bicheira-da-raiz do arroz.
Cultivar | Número de larvas/ amostra | Perda/ larva (kg) | Referência |
BRS 6-CHUÍ | 6,4 | 79,0 | Grützmacher et al (2003) |
BRS 6-CHUÍ | 20,2 | 64,1 | Botton et al (1998) |
BRS Taim | 9,2 | 28,6 | Grützmacher et al (2008) |
IRGA 421 | - | 27,2 | Freitas (2013) |
BR-IRGA 414 | 4,6 | 110,4 | Martins et al (1996) |
BR-IRGA 414 | 37,3 | 23,0 | Martins et al (1996) |
SCS 112 | 17,7 | 42,5 | Prando (2000) |
SCS 112 | 21,1 | 14,0 | Prando (2000) |
SCS 112 | 12,8 | 79,6 | Prando (2000) |
SCS 112 | 20,7 | 86,1 | Prando (2000) |
Bluebelle | 20,4 | 89,4 | Martins et al (1996) |
Bluebelle | 22,5 | 36,1 | Botton et al (1996) |
BR-IRGA 414 | 21,3 | 75,0 | Botton et al (1996) |
Média | 17,9 | 58,1 |
Cultivar
Número de larvas/
amostra
Perda/
larva (kg)
Referência
BRS 6-CHUÍ
6,4
79,0
Grützmacher et al (2003)
BRS 6-CHUÍ
20,2
64,1
Botton et al (1998)
BRS Taim
9,2
28,6
Grützmacher et al (2008)
IRGA 421
-
27,2
Freitas (2013)
BR-IRGA 414
4,6
110,4
Martins et al (1996)
BR-IRGA 414
37,3
23,0
Martins et al (1996)
SCS 112
17,7
42,5
Prando (2000)
SCS 112
21,1
14,0
Prando (2000)
SCS 112
12,8
79,6
Prando (2000)
SCS 112
20,7
86,1
Prando (2000)
Bluebelle
20,4
89,4
Martins et al (1996)
Bluebelle
22,5
36,1
Botton et al (1996)
BR-IRGA 414
21,3
75,0
Botton et al (1996)
Média
17,9
58,1
A escolha da estratégia de controle de bicheira-da-raiz na cultura do arroz está diretamente relacionada ao custo/benefício da medida de controle. Para o agricultor a escolha do inseticida e a definição do momento em que será usado, tem relação com quatro fatores: 1- Custo de controle (inseticida+aplicação); 2- Valor da saca de arroz e expectativa de produção; 3- Potencial de dano das larvas presentes na lavoura e 4- Eficiência do inseticida escolhido no controle das larvas. Tais fatores são componentes da equação do NDE, que deve decidir o momento (densidade populacional) de controlar as pragas. O NDE é um número variável, com base na fórmula (NDE = [(C / VD) * %M]), em que “C” é o custo do controle (soma do valor do inseticida + aplicação), “V” é o valor do Kg do arroz, “D” é o dano (em kg) ocasionado pela praga e “% M” é a eficiência do método/inseticida utilizado no controle. A eficiência do método é utilizada como um fator de correção para o NDE, pois os tratamentos não possuem controle de 100%.
O produtor deve decidir em função desta situação (de preço de inseticida adquirido ao valor da saca de arroz vendida). O cálculo do NDE (valor dado em larvas/amostra), resultante da fórmula, mostra o limite máximo de larvas que o produtor deve tolerar em sua lavoura. Porém a decisão de manejo deve ser adotada anteriormente ao NDE, definido como Nível de Controle (NC), devido a regra prática e operacional determinante a aplicação aérea de inseticida.
Estimativas dos níveis de dano econômico de larvas de bicheira-da-raiz do arroz, com a variação do custo de controle e do valor da saca de arroz, utilizando um inseticida com eficiência média de 80%. LabMIP/UFSM.
Custo do tratamento (R$ ha-1) | Valor da saca de arroz (R$/50 kg) | |||||
20,00 | 25,00 | 30,00 | 35,00 | 40,00 | 45,00 | |
População de larvas de Oryzophagus oryzae / amostra* | ||||||
50 | 1,7 | 1,4 | 1,1 | 1,0 | 0,9 | 0,8 |
60 | 2,1 | 1,7 | 1,4 | 1,2 | 1,0 | 0,9 |
70 | 2,4 | 1,9 | 1,6 | 1,4 | 1,2 | 1,1 |
80 | 2,8 | 2,2 | 1,8 | 1,6 | 1,4 | 1,2 |
90 | 3,1 | 2,5 | 2,1 | 1,8 | 1,5 | 1,4 |
100 | 3,4 | 2,8 | 2,3 | 2,0 | 1,7 | 1,5 |
110 | 3,8 | 3,0 | 2,5 | 2,2 | 1,9 | 1,7 |
120 | 4,1 | 3,3 | 2,8 | 2,4 | 2,1 | 1,8 |
130 | 4,5 | 3,6 | 3,0 | 2,6 | 2,2 | 2,0 |
140 | 4,8 | 3,9 | 3,2 | 2,8 | 2,4 | 2,1 |
150 | 5,2 | 4,1 | 3,4 | 3,0 | 2,6 | 2,3 |
Custo do tratamento
(R$ ha-1)
Valor da saca de arroz (R$/50 kg)
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
População de larvas de Oryzophagus oryzae / amostra*
50
1,7
1,4
1,1
1,0
0,9
0,8
60
2,1
1,7
1,4
1,2
1,0
0,9
70
2,4
1,9
1,6
1,4
1,2
1,1
80
2,8
2,2
1,8
1,6
1,4
1,2
90
3,1
2,5
2,1
1,8
1,5
1,4
100
3,4
2,8
2,3
2,0
1,7
1,5
110
3,8
3,0
2,5
2,2
1,9
1,7
120
4,1
3,3
2,8
2,4
2,1
1,8
130
4,5
3,6
3,0
2,6
2,2
2,0
140
4,8
3,9
3,2
2,8
2,4
2,1
150
5,2
4,1
3,4
3,0
2,6
2,3
* Redução de produtividade causada por 1 (uma) larva/amostra (58,1 kg/ha).
Para um custo de tratamento de sementes pré-fixado na semeadura do arroz, o produtor deve levar em consideração a expectativa de preço de venda do arroz. Para exemplificar, analisou-se dois cenários com o custo do tratamento de R$ 100,00/ha. Cenário 1: o produtor possui uma expectativa de venda da saca de 50 kg por R$ 20,00, assim o cálculo do NDE mostra que o número de larvas que podem ser toleradas é de 3,4 por amostra. Cenário 2: o produtor possui uma expectativa de venda do arroz a R$ 40,00/saco, o cálculo do NDE informa que o critério de decisão é mais rigoroso e deverá tomar a decisão de controlar quando o número de larvas for de 1,7/amostra. Assim, quanto maior a expectativa do valor de venda do arroz, menor será a tolerância à infestação de bicheira-da-raiz, justificando o controle com poucas larvas por amostra para evitar maior dano econômico.
Monitoramento de adultos e larvas
Com a grande ocorrência nas lavouras e os danos ocasionados, principalmente pelas larvas de bicheira-da-raiz do arroz, o produtor deve preocupar-se com o monitoramento e principalmente com o registro histórico de infestação das lavouras. O monitoramento de adultos apresenta distintos momentos na cultura, dependendo do sistema de cultivo, com atenção principal aos sinais de alimentação do inseto nas folhas. No sistema de cultivo em solo seco, o monitoramento do gorgulho deve começar logo após a inundação (3 dias); ou imediatamente depois da distribuição das sementes no solo com água ou emergência das plantas no sistema de cultivo pré-germinado, com uma vistoria minuciosa nas folhas de arroz, buscando raspagens nas folhas e injúrias no coleóptilo e no mesocótilo. Esta vistoria deve ser realizada em 10 pontos ao acaso na lavoura com observação às folhas mais novas de 20 plantas, em cada local.
Para o monitoramento das larvas se recomenda começar as amostragens no 20º dia após o início da irrigação, com auxílio de um cano PVC (10cm de diâmetro) aprofundando-o entre 8cm e 10cm no solo, retirando solo e raízes. A amostra retirada deve ser lavada sobre uma peneira e as larvas, por diferença de densidade, irão boiar na superfície da água facilitando a contagem. Outra metodologia empregada pelos produtores e recomendada por alguns técnicos é a retirada direta de uma touceira/plantas e lavagem das raízes sobre a peneira. Esta técnica demanda menor tempo na amostragem, porém o volume da amostra não é conhecido diminuindo a precisão da contagem de larvas.
Manejo e controle de adultos e larvas
A tomada de decisão para o controle de adultos ou de larvas muitas vezes é realizada antes mesmo da semeadura, utilizando como base o nível de infestação dos anos anteriores. A decisão de não controlar pode acarretar perdas significativas de produtividade. Os métodos amplamente utilizados para o controle de adultos e larvas vão de algumas práticas culturais, ate o sistema de cultivo e o controle químico. Dentre este último, o tratamento de sementes tem por objetivo o controle preventivo da bicheira-da-raiz. A aplicação de inseticidas granulados controla as larvas e a pulverização foliar busca o controle de adultos.
A destruição dos restos culturais após a colheita e a limpeza da vegetação nas irrigadeiras reduz os locais de hibernação dos adultos no inverno, o que diminui a infestação na safra seguinte. O aplainamento do solo para uniformizar a lâmina de água na lavoura faz com que as larvas se espalhem na área distribuindo a infestação e consequentemente reduzindo os danos. Além disso, o uso de cultivares mais tolerantes com capacidade de recuperação do sistema radicular, de ciclo médio a tardio, e menos atrativas à alimentação e oviposição dos adultos, podem ser implantadas em áreas com histórico de altas infestações de bicheira-da-raiz. Porém, há poucas informações da tolerância de cultivares à esta praga e também poucas cultivares comerciais com esta característica.
Embora as práticas culturais contribuam para reduzir a infestação da praga, em muitos locais, o controle químico com inseticidas torna-se necessário para evitar perdas de produtividade. O tratamento de sementes é adotado em áreas que possuem histórico de ocorrência da praga, visto que é um método preventivo à ocorrência das larvas, além de controlar outras pragas de solo, em sistema de cultivo em solo seco. O tratamento de sementes é o método mais adequado, principalmente pela baixa quantidade de ingrediente ativo aplicado e por ser uma aplicação de inseticida direcionada e não em área total. Porém, no sistema de cultivo pré-germinado o tratamento de sementes apresenta baixa eficiência no controle das larvas, levando o produtor à buscar outras alternativas de controle, tal como aplicação foliar para o controle de adultos ou a aplicação de inseticidas granulados para o combate de larvas.
Logo após a entrada da água ou depois da emergência da cultura há um segundo momento para o controle de O. oryzae, os gorgulhos que atacam as plântulas ou plantas. Este controle, com base na quantidade de raspagens nas folhas ocasionada pelo adulto em semeadura em solo seco ou radículas e coleóptilos cortados em sistema pré-germinado, é realizado com a pulverização de inseticidas 3 a 5 dias após a irrigação ou emergência das plantas quando a maioria dos insetos já migrou para a o interior da lavoura.
O terceiro momento de controle, em caso de o tratamento de sementes ou a pulverização foliar não terem sido adotados (ou na hipótese de não apresentarem eficiência), restaria a aplicação de inseticidas granulados diretamente na água de irrigação para o controle das larvas. A decisão de realizar este manejo está baseada no monitoramento das larvas logo após o início da irrigação e o NDE de acordo com o custo do tratamento e a expectativa de venda da produção de cada realidade de produtor.
Por fim é importante registrar que o controle da bicheira-da-raiz do arroz apresenta respostas variáveis dependendo das condições do local (lavoura), do ano, do sistema de cultivo que influenciam na sua densidade e eficiência de controle. De outro lado, a decisão de controlar passa pela importância atribuída pelo produtor à sua infestação, mas também pela expectativa de produção e preços da saca de arroz, refletidos na rentabilidade da lavoura, mas principalmente pelo custo do tratamento. Todos estes fatores interferem na ocorrência da praga e também na sua ressurgência e relevância ao longo dos últimos tempos.
O artigo está presente na edição 194 da Cultivar Grandes Culturas.
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Por Luiz Wanderlei Braga e Marco Antônio Drebes da Cunha, engenheiro agrônomo e desenvolvedor de mercado da Ourofino Agrociência e gerente de Produtos Inseticidas e Fungicidas da Ourofino Agrociência