Ocorrência e manejo de ​Helicoverpa armigera no café

Detectada recentemente no Brasil, a temida Helicoverpa armigera tem causado graves prejuízos em cultivos comerciais como soja, algodão, milho, tomate e café

24.08.2016 | 20:59 (UTC -3)

A Helicoverpa armigera é um inseto/praga de enorme importância mundial em culturas agrícolas, sendo utilizadas vultosas quantias para seu controle. No Brasil, nos últimos dois anos, esta praga tem causado danos nas culturas de algodão, milho, soja, feijão, tomate e sorgo. Os danos são oriundos de sua alimentação, preferencialmente de estruturas reprodutivas das plantas (botões florais, frutos, maçãs, espigas e inflorescências), causando deformações, podridões e quedas. Na safra de 2012 ocorreu, na região do oeste da Bahia, um grande surto nas lavouras, com perdas de até 80% na cultura do algodoeiro. Na mesma safra, outras culturas, transgênicas ou não, como milho e soja, também sofreram acentuadas perdas. Na safra de 2013 novamente ocorreram surtos desta praga, que chegaram aos estados de Goiás e Mato Grosso, levando à liberação emergencial de uma série de produtos inseticidas para seu controle.

Na cultura do café, não havia relatos de ocorrência de Helicoverpa armigera nas lavouras de nenhuma região produtora. A primeira constatação foi feita só recentemente, em setembro/2013, durante o período de pré-florada, na região do oeste da Bahia. Na Fazenda Olinda, em Luiz Eduardo Magalhães, o inseto/praga foi encontrado atacando flores, frutos no estágio “chumbinho", ponteiras e folhas novas (1º e 2º pares) na cultura do café. O técnico Marcos Alvarenga foi até o local e constatou a praga e registrou por meio de fotos a ação e o comportamento do inseto/praga.

Nas fotos pode-se ver o tipo de dano ao cafeeiro. O ataque da lagarta causa perfurações, reduções de área foliar, danos nos ponteiros dos ramos, ataque em botões e frutos de café no estágio de chumbinhos.

A ocorrência deve, agora, passar a ser observada, tendo em vista a verificação da evolução e a adaptação da Helicoverpa a esta nova cultura, do café, até então desconhecida. O mais provável é que as lagartas tenham migrado de outros cultivos da região, comportamento de ataque de forma temporária ou permanente. Em princípio, ainda não se pode avaliar se o ataque foi apenas eventual ou se a praga pode vir a se adaptar também ao cafeeiro.

O objetivo da presente nota técnica é relatar a ocorrência e os sintomas de ataque, a fim de que os técnicos, envolvidos na cafeicultura, passem a prestar atenção no seu possível ataque em outras lavouras da região e em outras zonas cafeeiras do país.

Clique aqui para ler o artigo na edição 179 da Cultivar Grandes Culturas.

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