Netafim e Instituto Matogrossense do Algodão registram aumento de produtividade do algodão irrigado por gotejamento subterrâneo

Por João Silva, especialista agronômico da Netafim

03.02.2022 | 14:45 (UTC -3)

O município de Sapezal, que fica no Estado do Mato Grosso, ocupa as primeiras colocações no ranking nacional quando o assunto é produção de algodão. O bom regime de precipitação na região, solo fértil e topografia plana são alguns fatores que possibilitam os altos índices de produtividade no sistema de produção de soja e algodão de segunda safra.

Mas, a questão é a seguinte: será que mesmo com tantas condições ideais estamos próximos do máximo potencial produtivo ou ainda temos espaço para evoluir através de ferramentas que tragam aumento de produtividade? Abaixo temos um histórico de dados de produtividade do município de Sapezal e o que se pode observar em uma análise de 20 anos é que, por mais que as condições sejam boas para o cultivo do algodão, a média de produtividade é relativamente baixa se compararmos com o cultivo irrigado. Enquanto no sequeiro a média gira em torno de 300 a 330 @/ha algodão em caroço, nas áreas irrigadas e fertirrigadas por gotejamento,  é comum atingirmos produtividades médias acima de 450 @/ha.

Gráfico 01. Rendimento médio em kg/ha município de Sapezal – MT, 2004 a 2020. (IBGE)
Gráfico 01. Rendimento médio em kg/ha município de Sapezal – MT, 2004 a 2020. (IBGE)

Pensando nisso, a Netafim, em parceria com o Instituto Matogrossense do Algodão, implementou um projeto de gotejamento subterrâneo na unidade de Sapezal-MT, com o objetivo de potencializar o sistema de produção soja/algodão, e os resultados obtidos até então são muito expressivos, destacando a cultura do algodão com significativo aumento de produtividade.

Através do sistema, muitas vezes acionado somente para se fazer a fertirrigação devido às precipitações regulares durante o desenvolvimento do cultivo, incrementou-se em média 136@/ha de algodão em caroço ou 51,68@/ha de algodão em pluma (considerando um rendimento de 39%), o que corresponde em média aproximadamente R$ 10.000,00/ha de incremento de receita apenas com o algodão de segunda safra, comparando-se com o algodão em sequeiro.  

Gráfico 02. Médias de produtividade do algodão no projeto de gotejamento subterrâneo na safra 2021 no IMA e médias de produtividade na condição de sequeiro na regional (Depto Agronômico Netafim e IMA)
Gráfico 02. Médias de produtividade do algodão no projeto de gotejamento subterrâneo na safra 2021 no IMA e médias de produtividade na condição de sequeiro na regional (Depto Agronômico Netafim e IMA)

Um dos grandes diferenciais do sistema de irrigação por gotejamento subterrâneo no algodão é a possibilidade de se realizar a nutrição de forma mais parcelada e proporcional de acordo com as fases da cultura. O sistema possibilita entrarmos com água e nutrição visando um melhor desenvolvimento e frutificação do ponteiro da planta, momento em que geralmente as chuvas são mais escassas e não há possibilidade de se realizar um complemento nutricional de maneira convencional. Além disso, a irrigação por gotejamento subterrâneo não molha os capulhos que já estão abertos no baixeiro da planta, prejudicando a qualidade do algodão. A soma desses fatores proporciona ao agricultor aumento de produtividade, rápido retorno do investimento e rentabilidade.

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