Irrigação por gotejamento subterrâneo é eficiente no controle da broca-gigante na cana

Entre as pragas que afetam a cana-de-açúcar, o broca-gigante (Telchin licus) é um dos mais importantes devido às consequências que afetam a lavoura

15.12.2021 | 14:11 (UTC -3)

A cana-de-açúcar é afetada por várias pragas e muitas delas podem causar danos significativos à cultura e também de caráter econômicos. Entre essas pragas, o broca-gigante da cana-de-açúcar (Telchin licus) é um dos mais importantes devido às consequências que afetam a lavoura.

No Brasil, a incidência aumentou significativamente, e a falta de opções de controle preocupa os produtores de cana, especialmente na região Nordeste. Sua presença foi observada nos estados do Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Sergipe.

As lagartas perfuram o caule da cana, causando considerável perda de peso e, eventualmente, a morte das plantas. Devido aos inúmeros danos causados por esta praga, a redução da produtividade pode atingir taxas alarmantes, sendo observada em algumas áreas uma queda de até 65% (Mendonça 1973).

 Dano causado pela praga
 Dano causado pela praga

Os métodos de controle utilizados são, em sua grande maioria, ineficazes ou agressivos as plantas. O mais utilizado em áreas infestadas nos Estados do Nordeste do Brasil é a destruição física de lagartas e pupas após a colheita manual, com o objetivo de reduzir sua população.

O controle químico desta praga não tem sido eficaz até agora devido à penetração limitada de inseticida no interior dos aglomerados de cana onde as lagartas estão localizadas.

Nos últimos anos, foi desenvolvido um novo e inovador uso de gotejamento subterrâneo para fornecer uma ampla gama de materiais diretamente para a zona da raiz. Sendo a primeira o controle biológico da broca através da inoculação do fungo Beauveria bassiana através do sistema de gotejamento, onde o mesmo provou ser bem-sucedida em doses de 4, 6 e 8 kg / ha e manteve o número de amostras de broca gigante na metade do nível não tratado.

Formas vivas de Broca Gigante, 90 dias após a aplicação
Formas vivas de Broca Gigante, 90 dias após a aplicação

Esse sucesso se deve ao fato de que parte do ciclo de vida da praga está no solo. Como a broca adulta deposita seus ovos no solo, a aplicação de esporos de Beauveria bassiana através do sistema de gotejamento diretamente no solo efetivamente colocou a praga em contato com o inoculante da doença. Pode ser ainda mais eficaz tratar B. bassiana com taxas mais baixas de infecção (Garcia 2012).

Outro método de controle dessa praga, também pode ser realizada com a aplicação de moléculas químicas. A figura abaixo mostra o desempenho do Clorantraniliprole a 450 g/ha durante 120 dias após sua aplicação. Este gráfico mostra seu resíduo máximo aos 83 dias após a aplicação (87,6%), diminuindo até 120 dias (74,5%). Isso reforça sua eficiência na redução da população de pragas, permitindo que ela seja colhida e presente neste momento com controle de 91,2%.

Através do que foi exposto, observa-se que o sistema de irrigação por gotejamento é uma excelente ferramenta para o controle da broca gigante.

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