Cultura do Milho: Qual o melhor adubo para o plantio nos solos do Cerrado?

Saiba como escolher o melhor adubo para essa cultura

28.06.2022 | 15:36 (UTC -3)
Foto: Mateus Zanella
Foto: Mateus Zanella

Publieditorial

A cultura do milho foi uma das mais pesquisadas no passado quanto a utilização de fertilizantes, principalmente com adubação NPK, ou seja, adubação nitrogenada, fosfatada e potássica. 

Seu uso foi feito por diversas razões, mas principalmente por ser uma cultura amplamente utilizada e altamente responsiva à adubação. Atualmente, estes estudos referentes às demandas nutricionais do milho e suas marchas de absorção muitas vezes estão desatualizados, visto que foram desenvolvidos com variedades que não são mais comercializadas, de baixo potencial produtivo e recomendadas principalmente para regiões Sul e Sudeste do Brasil.

Diante do avanço tecnológico, sobretudo do melhoramento genético, o qual tem proporcionado variedades com altos tetos produtivos e, consequentemente, com maior exigência nutricional, aliado ao cultivo nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, sob condições de Cerrado, surge uma dúvida: será que o milho está sendo adubado corretamente neste ecossistema?

Vamos explorar mais sobre o tema. Boa leitura!

Eficiência das adubações da cultura do milho no Brasil

Antes de tudo, é preciso conhecer as condições edafoclimáticas do Cerrado para assegurar a qualidade e eficiência do uso e manejo da adubação do milho. 

O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, representando 22 % do território nacional, aproximadamente.

Apresenta clima tropical sazonal com uma estação seca e outra chuvosa e com temperaturas elevadas ao longo de todo ano. Os solos predominantes possuem fertilidade química natural baixa e elevada acidez. Em contrapartida são solos profundos, com alta qualidade física, relevo plano e suavemente ondulado. 

Para disponibilizar as quantidades de nutrientes exigidos pelas variedades de milho, é necessário realizar um programa de calagem para correção do pH do solo e adubação. 

Para obter sucesso na adubação na cultura do milho, deve-se considerar as quantidades de nutrientes presentes no solo e o que a planta extrai. 

Diversos estudos estão sendo realizados com o intuito de gerar manuais de interpretação e recomendação específico para cada microrregião deste bioma, levando em consideração as suas particularidades. Entretanto, ainda se recomenda o manual já existente direcionado para os solos do Cerrado.

Fazendo os cálculos

extração total de nutrientes pela cultura do milho durante o processo de produção dependerá da produtividade estimada e da acumulação desses nutrientes nas estruturas vegetativas, reprodutivas e nos grãos que serão colhidos.  Por exemplo, para produzir 1 tonelada de milho serão necessários 80,5 Kg de nitrogênio (N), 8,7 Kg de fósforo (P) e 31,8 Kg de potássio (K), de acordo com uma média de estudos. 

Mas lembre-se que extração e exportação são denominações diferentes, ou seja, extração refere-se a quantidade total que a planta absorve de determinado nutriente do solo para o seu ciclo de vida, enquanto a exportação refere-se apenas a quantidade de nutriente que será retirado do sistema solo a partir do produto colhido. 

Observa-se que o nitrogênio e o potássio são os nutrientes que o milho requer em maior quantidade.

Foto: Wenderson Araujo/Trilux
Foto: Wenderson Araujo/Trilux

Fertilizantes para os tipos de milho

Dentre as fontes de nitrogênio, a ureia [CO(NH2)2] é o fertilizante mais utilizado pelos produtores da cultura do milho. Este fato corresponde ao menor custo deste adubo e maior garantia de nitrogênio, cerca de 45 % de N. Entretanto, a ureia está suscetível a perdas por volatilização da amônia, processo químico que ocorre no solo a partir da enzima urease. 

As maiores perdas de N por volatilização ocorrem quando a ureia é aplicada em cobertura, sem incorporação ao solo, ficando exposta a altas temperaturas, ventos e umidade. 

O uso de ureia com o inibidor de urease NBPT (N-(n-butil) tiofosfórico triamida) reduz significativamente a volatilização do N promovendo maior eficiência da adubação nitrogenada em cobertura, tornando-se uma alternativa atrativa para o produtor.  

Estudos realizados em condições do Cerrado nos estados do Piauí e Pará demonstraram que a aplicação de 180 Kg/ha de nitrogênio em cobertura no estádio V4 proporcionou máxima produtividade de grãos de milho verão, aproximadamente 175 sc/ha. Em outra pesquisa realizada no Cerrado no sul do Maranhão, foi observado maior produtividade de milho verão (198 sc/ha) com 120 kg/ha de nitrogênio - vale ressaltar que neste último trabalho a área se encontrava sob plantio, o que possivelmente favoreceu o uso de doses de nitrogênio, racionalização dos custos e aumento da produtividade. 

Em relação ao potássio, alguns fatores podem reduzir a sua disponibilidade para as plantas, dentre eles a sua baixa concentração no solo, ausência de sua reposição através de programas de fertilização e o manejo incorreto das adubações potássicas. Estas condições podem levar a escassez deste nutriente à planta a partir da lixiviação. 

O potássio possui alta mobilidade quando presente no solo, principalmente aqueles que possuem baixa capacidade de troca de cátions (CTC), elevada infiltração, textura arenosa e altos índices pluviométricos, características típicas dos Neossolos Quartzarênicos e Latossolos Distróficos, solos presentes no Cerrado. 

As perdas de potássio em solos do Cerrado variam entre 35% a 48% do total aplicado. Em geral, a recomendação da aplicação do potássio deve ser a lanço para solos arenosos, porém estudos indicaram que a lixiviação deste nutriente aumenta a partir da textura média com doses acima de 80 Kg/ha de K2O por ano, independente do modo de aplicação.

Já o fósforo, por muitas vezes é recomendado uma quantidade superior àquela que a planta demanda, devido a alta fixação deste nutriente aos colóides do solo. Solos tropicais possuem baixa disponibilidade de fósforo para a planta e alta fixação deste macronutriente na superfície das argilas. 

Neste caso, é imprescindível a adubação do milho com fontes fosfatadas com elevada solubilidade, pois isto contribuirá para a maior eficiência do programa de adubação. 

Métodos de aplicação de fertilizantes para a cultura do milho no Brasil

Resultados de pesquisas demonstraram que o modo de aplicação localizada no sulco de plantio de milho propiciou os maiores rendimentos de grãos desta cultura em condições de Cerrado, principalmente em áreas novas de cultivo. Tendo em vista que a planta absorve o fósforo na forma de difusão via raiz, ou seja, a proximidade do adubo ao sistema radicular é a chave do sucesso para absorção deste nutriente no solo. 

À medida que é realizada a manutenção da adubação de fosfatada, aliada a um manejo que contribui para restauração da fertilidade química do solo, após o aumento dos teores de fósforo no solo, torna-se possível a aplicação de fósforo a lanço. 

A quantidade de fósforo a ser aplicada irá variar de acordo com os teores do solo e a extração do milho conforme a produtividade esperada.

Neste cenário, práticas conservacionistas, tais como cobertura do solo, rotação de culturas, mínimo revolvimento do solo, consorciação de milho gramíneas forrageiras, integração lavoura-pecuária, entre outras, devem ser utilizadas para garantir a manutenção e incremento de matéria orgânica. 

Para alcançar uma adubação da cultura do milho eficiente, com maior aproveitamento de nutrientes pelas plantas e altas produtividades, busque sempre as interpretações e recomendações de boletins técnicos regionalizados, oriundos muitas vezes de instituições pesquisas da sua localidade que sejam de estudos recentes. 

Conclusão

Lembre-se que recomendação de adubo de milho não é uma receita de bolo e que pode ser copiada de uma região para outra do país.  A orientação profissional é uma grande aliada para a tomada de decisões assertivas, além da escolha de fertilizantes com alto nível tecnológico já comprovaram incrementos produtivos na cultura do milho em solos do Cerrado. 

Diante de todas estas características e desafios da fertilidade do solo e nutrição mineral da cultura do milho no Cerrado, a Mosaic Fertilizantes dispõe do produto Performa Plus

Um fertilizante multinutriente combinado com as tecnologias exclusivas da Mosaic, com o intuito de atender de forma completa e eficiente a principal demanda nutricional da cultura do milho, seja no cultivo verão ou safrinha.  A partir do fornecimento de nitrogênio na forma amoniacal, sem riscos de perdas por volatilização, fósforo de alta solubilidade, potássio de eficiência superior e duas formas de enxofre e de boro para atender todo o ciclo da cultura do milho. 

Além da alta qualidade física dos grânulos de fertilizante, que proporciona distribuição uniforme na sua lavoura, aumentando o rendimento operacional e incremento de produtividade.

Para saber mais sobre o assunto e também conhecer melhor sobre os produtos de alta tecnologia da Mosaic Fertilizantes, acesse: nutricaodesafras.com.br.

Dr. Zieglenristen Calábria

Especialista de Desenvolvimento de Mercado da Mosaic Fertilizantes

Referências

Companhia Nacional de Abastecimento -CONAB. Perspectivas para a Agropecuária - Safra 2021/22 – Edição Grãos. Brasília: CONAB, 2021. vol. 9, 85 p. Disponível em: https://www.conab.gov.br/institucional/publicacoes/perspectivas-para-a-agropecuaria/item/16668-perspectivas-para-a-agropecuaria-volume-9-safra-2021-2022-edicao-graos.  Acesso em: 13 de janeiro de 2022.

MELO, F. B.; BASTOS, E. A.; CARDOSO, M. J.; ANDRADE JUNIOR, A. S. Fertilizações nitrogenada e potássica e produtividades técnica e econômica de milho cultivado no Cerrado da região leste maranhense. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 130, Teresina: Embrapa Meio-Norte, 2021.

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