Como usar a “Lei do Mínimo” para racionalizar os investimentos com fertilizantes – Parte 1

Equilibrar ou balancear a adubação é um caminho que necessita de mais informações para a tomada de decisão, mas permite com que a lavoura responda melhor

10.02.2022 | 15:29 (UTC -3)

No momento em que comecei a refletir sobre este artigo, eu me propus fazer um exercício para entender o que a internet já oferece sobre o assunto. Abri o buscador de conteúdo, digitei “redução de adubação” e foram apresentados mais de 62 mil resultados. Mas não parei por aí, em seguida, escrevi “adubação equilibrada” e recebi 10 mil resultados. Fiquei curioso e, ao mesmo tempo, tentado a continuar e, como último passo, procurei “adubação balanceada” e pouco mais de 4 mil resultados vieram à tela.

A existência de muito conteúdo abordando a redução de adubação em detrimento ao equilíbrio ou balanço, a princípio, pode até fazer sentido, visto alguns fatores intrínsecos da agropecuária. Os fertilizantes são indispensáveis para o aumento de produtividade e produção sustentável, mas assim como outros insumos, fazem parte do custo de produção, e em momentos nos quais o mercado pressiona as margens, o primeiro pensamento que vem à tona é de redução de custos e, consequentemente, da utilização desses produtos.

Ao optar por reduzir a adubação, o produtor está diminuindo ou suprimindo o aporte de nutrientes às plantas, focando apenas no custo como o direcionador e desconsiderando aspectos importantes, como a condição do solo, plantas ou mesmo, clima. No curto prazo, essa opção reduz o orçamento, mas pode aumentar consideravelmente o risco da produção e impactar negativamente o resultado econômico da safra.

Já equilibrar ou balancear a adubação é um caminho que necessita de mais informações para a tomada de decisão, mas permite com que a lavoura responda melhor ao investimento realizado na adubação, reduzindo o risco e o custo por produto colhido. O que muda nessa opção é o direcionamento para a redução ou mesmo aumento do aporte de nutrientes, considerando a análise de todos os elementos demandados pelas culturas e de como eles estão no solo. Em termos práticos, é possível reduzir o aporte desde que seja feita uma análise para realidade de cada nutriente, ou seja, identificar quais estão mais limitantes e que, se aplicados, gerarão maior retorno sobre o investimento.

Para isso, é possível aplicar uma lei que, se seguida e respeitada, proporciona maior segurança e previsibilidade para as recomendações e resultados das adubações. O conceito foi criado e colocado em prática em meados do século XIX, pelo inventor e químico alemão Justus von Liebig, e até hoje, é fundamental para o uso racional de nutrientes nas adubações. Ao avaliar a disponibilidade de cada elemento no solo, ele observou que o rendimento de uma cultura é limitado pelo nutriente que se encontra menos disponível para as plantas.

A “Lei de Liebig” ou “Lei do Mínimo” pode ser facilmente explicada conforme a figura abaixo. À esquerda, a tábua do nutriente P (fósforo) define o nível máximo de água no barril e mesmo que todas as demais tábuas estejam mais altas, essa única limita o nível da água. No momento em que essa tábua é alinhada com as demais, representando a adubação, a capacidade de água do barril aumenta.

Figura 1. Representação da “Lei do Mínimo” e influência da adubação na alteração do Nível de Produtividade
Figura 1. Representação da “Lei do Mínimo” e influência da adubação na alteração do Nível de Produtividade

Expandindo este conceito para as lavoras, a limitação da produtividade das plantas é evitada com o equilíbrio de todos os nutrientes. Ou seja, para garantir um solo saudável e produtivo, é preciso atender as necessidades de nutrição que satisfaçam a necessidade das culturas. Isso quer dizer que, mesmo que seja aplicada uma grande quantidade de nutrientes nas adubações, se o teor de um único nutriente, que estiver mais limitante no solo, não for atendido, a eficiência da adubação será muito baixa.

Por este motivo, o passo mais importante para iniciar a discussão sobre a adubação é fazer um diagnóstico bem feito, identificando quais nutrientes podem estar limitando o potencial produtivo. Ferramentas poderosas como, boas amostragens das áreas, análises de solo confiáveis, conhecimento do histórico de manejo e da cultura a ser implantada são essenciais para realizar um bom diagnóstico e recomendar os nutrientes de acordo com a filosofia dos 4C´s – nutriente Correto, dose Correta, local Correto, momento Correto.

Após o diagnóstico realizado, o melhor caminho para reduzir risco sem reduzir o potencial produtivo das culturas é fazer o uso racional de nutrientes e de produtos de alta eficiência e comprovados. São essas razões que fazem com que a Mosaic Fertilizantes desenvolva e recomende produtos como o Performa, linha de fertilizantes de alto desempenho que combina o que há de mais avançado em tecnologias para proporcionar a maior eficiência das adubações e aumentar a produtividade, rentabilidade e sustentabilidade da produção.

A linha Performa possui o melhor das tecnologias da Mosaic Fertilizantes - MicroEssentials, Aspire e K-Mag - contendo macro e micronutrientes em teores equilibrados, com disponibilidade imediata e gradual de nutrientes e alta uniformidade, proporcionando rendimento operacional elevado e distribuição eficaz no campo. Todas essas características e benefícios geram incrementos na absorção de nutrientes, melhor nutrição das lavouras e resultam em aumento de produtividade.

Para a cultura da soja, por exemplo, a utilização dos produtos pode elevar a produção em até oito sacas por hectare em relação a adubações convencionais. A Performa foi desenvolvida para nutrir as lavouras do início ao fim do ciclo e auxiliar na construção da fertilidade dos solos resultando em sistemas produtivos cada vez mais eficientes e sustentáveis.

Por Flávio Bonini, Gerente de Serviços Técnicos da Mosaic Fertilizantes

A segunda parte deste artigo pode ser lida aqui.

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