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Estabilizadores de barras de pulverizadores são componentes importantes que têm a difícil missão de manter as barras de pulverização sempre alinhadas.
A aplicação de produtos fitossanitários está entre as principais etapas dentro da produção agrícola, e o seu sucesso é dependente de diversos fatores. Com a expansão da agricultura no Brasil, aumenta-se, também, o uso dos produtos fitossanitários para o controle de insetos, doenças e plantas daninhas. Contudo, deve-se atentar à escolha correta da tecnologia a ser utilizada para garantir a máxima eficiência no controle com o mínimo de perdas de produto e contaminação do meio ambiente sem deixar resíduo nos alimentos.
Apesar da importância da aplicação de defensivos, a escolha correta da tecnologia a ser utilizada não é tão simples. Muitos agricultores imaginam que um adequado emprego da tecnologia de aplicação está somente relacionado à escolha correta das pontas de pulverização, entretanto, estas devem estar corretamente dispostas na barra e operando dentro da sua faixa de pressão, garantindo, assim, adequada uniformidade de distribuição, ou seja, aplicação uniforme de líquido ao longo de toda a barra.
Além do uso correto das pontas hidráulicas, para obtenção satisfatória de uniformidade na distribuição do líquido, a barra de pulverização deve ser mantida na altura adequada em relação ao alvo, paralela ao solo durante o trabalho e oscilar o mínimo possível. Assim, com o intuito de conservar a barra nivelada, foram desenvolvidos os estabilizadores das barras de pulverização.
Esses estabilizadores minimizam as oscilações verticais e horizontais das barras, sua amplitude é proporcional ao comprimento da barra. As oscilações verticais são causadas principalmente por irregularidades do terreno, o que altera a altura de pulverização em relação ao alvo e prejudica a uniformidade de distribuição, promovendo excessiva sobreposição de calda. Quando há redução da altura da barra há uma falha na sobreposição. Além disso, quando há excessivas oscilações, pode ocorrer o choque da barra contra o solo, ocasionando danos. Já as oscilações horizontais, além de alterarem a uniformidade de distribuição, também provocam uma sobredosagem da aplicação.
O desalinhamento permite que uma planta receba mais produto que a outra, podendo acarretar em fitotoxicidade à cultura, ineficiência da pulverização e ineficácia de controle (Sasaki, et al 2011).
Comumente empregam-se a altura da barra de pulverização ao alvo de 50 centímetros. Esta altura se deve principalmente às características dos jorros de pulverização e à distância entre pontas. Em alguns modelos de pulverizadores, de acordo com as recomendações dos fabricantes, esta altura pode ser reduzida, visto que a distância entre as pontas hidráulicas foram reduzidas. Em campo, deve-se observar se a altura da barra em relação ao alvo, ao longo do seu comprimento, é a mesma. O papel dos estabilizadores de barra é manter esta altura, independentemente das irregularidades do terreno (declividade, obstáculos etc), mantendo a qualidade da pulverização.
Atualmente, há diferentes sistemas de estabilização sendo empregados nos pulverizadores hidráulicos de barra, podendo ser dotados de dispositivos mecânicos (pêndulos, trapézios e suspensões feitas por cabos), hidráulicos ou hidráulicos com controle eletrônico.
O sistema de estabilização denominada suspensão por cabos baseia-se na fixação das extremidades de um cabo na barra de pulverização, passando esse cabo por uma polia que fica acoplada a um motor elétrico. Neste caso, se o pulverizador estiver trabalhando em um terreno inclinado é possível, por meio do acionamento do motor, corrigir o ângulo da barra. Já o sistema que utiliza dispositivos hidráulicos com controle eletrônico, denominado como suspensão ativa, dispõe de sensores de ultrassom nas extremidades das barras para captar a posição desta em relação ao solo de forma contínua. Tais sensores enviam a informação a um sistema que atua sobre cilindros hidráulicos que mantêm a barra paralela ao solo.
Os sistemas automatizados de controle da barra permitem melhor controle da altura da barra. A barra segue as ondulações do terreno e alivia a tensão do operador, pois não há a necessidade de monitorar e ajustar constantemente a altura da barra. Ao se manter as barras de pulverização estabilizadas à altura correta do alvo, consegue-se uma boa uniformidade de distribuição da calda ao longo da barra e, em alguns casos, pode evitar a deriva. A deriva é o desvio da trajetória das gotas liberadas pelo processo de aplicação e que não atingem o alvo, ocasionando, portanto, perdas do produto, deficiência do tratamento fitossanitário e consequente contaminação do meio ambiente e de pessoas próximas às áreas tratadas. Lembrando que outro fator importante na deriva de produto é o tamanho de gota utilizada na aplicação, gotas mais finas são mais suscetíveis à deriva, enquanto gotas mais grossas são mais propícias ao escorrimento.
O emprego dos estabilizadores facilita a utilização de marcadores de faixa de aplicação, reduz os movimentos de oscilação das barras dos pulverizadores, diminuindo a variabilidade de depósito, além de permitir o desenvolvimento de pulverizadores mais rápidos e com maiores barras, melhorando a capacidade operacional durante a aplicação de defensivos.
De modo geral, para evitar possíveis perdas de produto, ineficiência de controle, danos ao implemento e contaminações diversas, deve-se ficar atento ao funcionamento correto do estabilizador de barras, realizando as manutenções corretivas se houver necessidade e proceder sempre as manutenções periódicas recomendadas pelo fabricante.
Robson Shigueaki Sasaki, Hêner Coelho, IF Minas Gerais; Mauri Martins Teixeira, UFV; Christiam Felipe Silva Maciel, Cleyton Batista de Alvarenga, UFU
Artigo publicado na edição 147 da Cultivar Máquinas.
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