No Brasil várias espécies vegetais são utilizadas atualmente para a
produção do biodiesel, entre as mais citadas destacam-se: mamona, dendê
(palma), girassol, babaçu, amendoim, cana-de-açúcar, canola, pinhão
manso e soja, dentre outras. Os investimentos e as perspectivas
oferecidas pela agroenergia constituíram tema central nas discussões do
agronegócio brasileiro em 2006. Devido a isso, em 2007, a biotecnologia
agrícola brasileira esteve no auge de seu avanço tecnológico, onde há a
expectativa em 2008 da possibilidade do aumento do uso desta tecnologia
neste setor.
Sendo assim, no ano de 2007, houve a liberação comercial de três tipos
de variedade de sementes de milho GM (Milho Guardian, Milho Bt11 e
Milho Liberty Link) e a aprovação de mais de 420 processos relacionados
a organismos geneticamente modificados (OGMs) pela Comissão Técnica
Nacional de Biossegurança – CTNBio (LERAYER, 2008).
A biotecnologia moderna tem sido empregada em vários cultivos de
oleoginosas, como na soja, no milho e no algodão, totalizando mais de
114,3 milhões de hectares cultivados no mundo. O Brasil em 2007 esteve
em terceiro lugar no ranking de países com a maior área de cultivo de
transgênicos, estimando 15 milhões de hectares, no qual 14,5 milhões de
hectares foram plantados soja RR e 500.000 hectares plantado com
algodão Bollgard, oficialmente plantado pela primeira vez em 2006
(JAMES, 2006). Sendo assim, é notório o aumento da porcentagem do
cultivo a cada ano, pois no ano de 2006 foram plantados 11,5 milhões de
hectares, tendo um aumento de 30% em relação a 2007 (ISAAA, 2007).
Considerando a diversidade brasileira de espécies, muitas são as
oleaginosas utilizadas para os mais variados fins, principalmente para
a produção de biodiesel. Pelo fato da política energética estar voltada
para a busca de soluções para a significativa importação de petróleo e
óleo diesel, uma das alternativas está sendo a utilização do
biocombustível.
Entre as espécies mais utilizadas, a soja é a matéria-prima mais viável
para a utilização imediata na produção de biodiesel (AGENUSP, 2006). No
entanto, a soja não é a opção mais atrativa para produção de biodiesel,
no que concerne ao custo de produção do seu óleo, quando comparada com
outras oleaginosas. Entretanto, a escala de produção, as opções de
conversibilidade do produto e a forma como está estruturado o seu
complexo, colocam o biodiesel de soja como uma alternativa a ser
fortemente considerada.
Porém é preciso considerar a utilização do algodão para a produção de
biodiesel, na qual uma das vantagens em relação à soja e demais
oleaginosas é que ninguém planta algodão por causa do caroço, a partir
do qual se produz biocombustível, mas sim para obter a fibra. Sendo um
subproduto ele vai agregar valor para o produtor ao criar demanda perto
da região em que é produzido. A sua desvantagem é da produção ser
relativamente baixa (PESSA, 2007).
Em 2007, foram dedicados 15 milhões de hectares à soja e ao algodão
geneticamente modificados, área 30% maior que a da safra anterior. E
esse é só o começo de uma onda que parece ser irreversível. Hoje, o
agronegócio brasileiro depende de eficiência e redução de custos - e os
transgênicos são uma de suas engrenagens fundamentais, pois a
biotecnologia permite fazer mais com menos (STEFANO, 2008).
O Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel foi lançado no final
de 2004, onde foi estabelecia a criação de linhas de financiamento
especiais para biodiesel, pois a despeito da disponibilidade de
tecnologia nacional, tal combustível não era produzido até então no
Brasil. Desta maneira, para condicionar o cumprimento da Lei nº
11.095/05, que prevê a adição obrigatória de 2% de biodiesel (B2) ao
diesel a partir de 2008, que passará para 5% (Biodiesel B5) em 2013,
são necessários investimentos em todos os setores da cadeia produtiva
do biodiesel, seja na agricultura, na construção de usinas, na
aquisição de equipamentos e tecnologia, no armazenamento, no transporte
e em pesquisas (ALMEIDA, 2007).
A produção de biodiesel, em 2007, foi de 402 milhões de litros, o que
representou uma mistura média de B1 (1% de biodiesel no diesel). A
produção foi igual ao consumo de biodiesel. A expectativa de produção
de biodiesel para 2008, conforme projeção do Ministério de Minas e
Energia é de pelo menos 1,05 bilhões de litros, sendo 420 milhões de
B2, no 1º semestre, e 630 milhões de litros de B3, no 2º semestre. Cada
1% de biodiesel misturado ao diesel representa um ganho na balança
comercial da ordem de US$ 300 milhões/ano, em virtude da substituição
de diesel importado. Ou seja, com a mistura B3 a economia de divisas
será de aproximadamente US$ 900 milhões (Portal Agronegócio, 2008).
De acordo com o coordenador de Agroenergia, da Secretaria de Produção e
Agroenergia (SPAE), do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa), Frederique Rosa e Abreu, atualmente, 90% da
matéria-prima utilizada no biodiesel são provenientes do óleo de soja,
os outros 10% vêm do algodão, amendoim, palma de dendê, gergelim,
girassol, mamona, canola e sebo ou gordura animal.
O Brasil é o segundo maior produtor de soja no mundo depois dos Estados
Unidos, mas espera-se futuramente estar em primeiro. Além de ser o
sexto maior produtor de algodão e o maior produtor do mundo de
cana-de-açúcar com 6,2 milhões de hectares e aproximadamente usa a
metade da cana-de-açúcar nacional para produzir açúcar e outra metade
para a produção de etanol para biocombustíveis (ISAAA, 2007).
Ph.D Imonulonologia e Microbiologia - ANBio
Bacharel em Ciências Biológicas – ANBio
MSc. Ciências Ambientais e Florestais – ANBio
Contato: secretaria@anbio.org.br
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