Os participantes do 2º Fórum Anual do Cacau, realizado nos dias 27 e 28 de agosto, em Brasília, tiveram a oportunidade de conferir na apresentação do especialista agronômico da Yara, Eduardo Saldanha, os detalhes do estudo da fertilidade do solo em áreas cultivadas com cacau no Estado da Bahia.
A pesquisa contemplou um banco de dados com 88 amostras de solos, com duas profundidades: 0-20cm e 20-40cm. Em 69% do total, o nível de alumínio era muito baixo e baixo. Já o médio representou 56% do montante analisado. Outra deficiência foi o baixíssimo índice de Potássio e Cálcio. O mesmo vale para outros micronutrientes, como Cobre, Manganês, Zinco, Vanádio, entre outros, que também registraram níveis reduzidos. Nas amostras foliares o mesmo cenário foi identificado, pois em 70% encontrava-se com teores abaixo da faixa de suficiência.
"Fósforo e Potássio são os nutrientes mais difíceis de serem encontrados e são justamente os essenciais para alcançar maior produtividade do cacau", afirma Saldanha. Na apresentação, ele destacou os sintomas de deficiência nas plantas com suscetibilidade afetadas por problemas de evolução. "É bastante comum encontrar baixo teor de Nitrogênio, Fósforo, Potássio, Magnésio, Boro e Cálcio. Isso reduz a área foliar e, consequente, a fotossíntese", explica Saldanha. O profissional da Yara ressaltou a necessidade de ter uma análise do solo para que os agricultores baianos possam alcançar uma média de 200 arroubas (15kg) por hectare.
"A baixa fertilidade no solo da Bahia não oferece as condições ideais para a planta se desenvolver. É necessário repor todos os nutrientes porque um está associado ao outro, lembrando que o Fósforo é o principal elemento para o cacau", explica Saldanha. Ele também aproveitou para mostrar alguns dados do cacau no Pará.
Durante o painel, Tales Rocha, da TFR Consultoria Agrícola, destacou manejos de adubação para alta produtividade e os benefícios do programa de fertilidade realizado em conjunto com a Yara no qual renovou 50 hectares na Bahia para que alcançassem a produção de 210 arroubas por hectare. George Andrade Sodré, da Comissão Executiva do Plano de Lavoura Cacaueira (CEPLAC), também dividiu o painel e falou dos tipos de solos predominantes e a questão de demandas nutricionais da cultura.
O 2º Fórum Anual do Cacau foi promovido pela CocoaAction Brasil, estratégia voluntária do segmento da indústria que alinha as empresas de cacau e chocolate, governos locais e parceiros-chave para solucionar problemas regionais prioritários em sustentabilidade do cacau.