UPF mostra na Expodireto a importância da preservação de serpentes e o reflexo na produção

07.03.2012 | 20:59 (UTC -3)
Leonardo Andreoli

As cobras podem causar acidentes com pessoas ou animais no meio rural. Mas com alguns cuidados, essas ocorrências podem ser diminuídas e elas ainda podem se tornar protetoras da produção, principalmente a de grãos. No estande da Universidade de Passo Fundo (UPF) montado na Avenida B, próximo ao espaço da agricultura familiar, no parque da Expodireto Cotrijal 2012, os visitantes podem conhecer essa relação. Além de dicas de prevenção e orientações sobre como identificar cobras peçonhentas ou não, a equipe do Serpentário da UPF mostrará que as serpentes têm um papel fundamental no controle de roedores.

A ocorrência de roedores em locais de armazenagem de grãos é um problema sério. O comprometimento dos grãos colhidos e a difusão de doenças são apenas alguns. A diminuição das populações de serpentes e outros predadores naturais fazem com que os roedores se proliferem e ataquem as produções armazenadas. De acordo com a bióloga da UPF Simone Nunes, integrante da equipe do Instituto de Ciências Biológicas da UPF na exposição, uma das principais funções das serpentes na natureza é justamente controlar o aumento exagerado das populações de roedores. “Os acidentes com serpentes são casos pontuais e esporádicos. Se formos pensar nos problemas com excesso de roedores, casos de leptospirose que pode ser transmitida, por exemplo, elas são bem mais benéficas para o agricultor do que ter problema com roedores”, observa.

Na maior parte dos acidentes que acontecem com cobras peçonhentas as pessoas e os animais feridos não têm consequências graves se atendidos rapidamente. De acordo com dados do Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul, durante todo o ano de 2010, 129 pessoas tiveram algum tipo de acidente com animais peçonhentos – que incluem aranhas, escorpiões e lagartas, além de serpentes - em Passo Fundo. Todas elas se recuperaram.

Para evitar essas situações, o uso de botas de borracha até o joelho e luvas resistentes nos manejos de campo ajuda a diminuir consideravelmente o perigo. Além disso, manter as áreas limpas e organizadas ajuda na prevenção.

As cobras em exposição no estande da UPF pertencem ao Serpentário da instituição. Os exemplares levados a Não-Me-Toque são das principais espécies de ocorrência na região. Em outros espaços do estande outros tipos de répteis e lagartas, como a taturana, poderão ser conhecidos. Uma equipe de profissionais da instituição está à disposição para dar informações sobre cada animal. Quem for um pouco mais corajoso também poderá tocar em alguns animais não perigosos acompanhados pelos técnicos da Universidade. O estudante de 22 anos Fabio Neiss foi um dos que se arriscou a segurar uma aranha caranguejeira que faz parte da mostra. Ele, que mora em Nicolau Vergueiro, disse que não tem preconceitos com serpentes ou aranhas. Mesmo assim a lição deixada pelos técnicos é o que ele leva: “só é preciso ter cuidado para não ter nenhum acidente com os bichos”.

Leonardo Andreoli/UPF

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