UFMG mostra kit de baixo custo para monitorar qualidade da água

02.03.2010 | 20:59 (UTC -3)

Produzir um kit alternativo para que o próprio produtor rural possa monitorar frequentemente a qualidade de água subterrânea represada e/ou armazenada em sua propriedade.

Foi com esse propósito que o engenheiro químico Luiz Gomes Junior conduziu suas pesquisas durante o mestrado em Ciências Agrárias/Agroecologia do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFMG, no campus regional de Montes Claros.

O resultado foi apresentado durante a defesa da dissertação Formas alternativas de avaliação da qualidade de água subterrânea e represada na região semiárida de Minas Gerais.

Entre os indicadores da qualidade da água que podem ser aferidos por meio do kit estão pH, turbidez, cor e teor de cloro. Luiz explica que eles estão entre os cinco parâmetros de potabilidade definidos pela portaria 518 do Ministério da Saúde. O kit só não avalia a presença de coliformes fecais, quinto parâmetro estabelecido pela referida portaria: “Se o teor de cloro estiver dentro dos parâmetros, o produtor vai ter garantia de que não há coliformes fecais na água”. Além desses, o kit permite ao usuário realizar mais um teste, o de teor de nitrito, que pode indicar a contaminação da água por esgoto doméstico ou efluentes industriais.

De acordo com Luiz Gomes Junior, o kit alternativo foi desenvolvido com base na realidade das famílias da comunidade rural do Planalto, no município de Montes Claros, onde a água para consumo humano é captada, principalmente, do subterrâneo, por meio de poços artesianos. “Eles anseiam por saber a qualidade da água que consomem”, justifica, lembrando que esse controle pode ser uma forma eficiente de evitar que os moradores locais contraiam doenças de veiculação hídrica.

Simples e barato

Para garantir que sua proposta fosse realmente uma alternativa eficiente em relação aos testes laboratoriais – inacessíveis aos pequenos produtores rurais -, Luiz teve que apostar em funcionamento simples e baixo custo. O kit é composto por um manual de instruções, dois frascos conta-gotas com reagentes para testes de nitrito e pH; dois frascos com reagentes para teste de cloro; cinco tubos de ensaio, espátulas e cinco tabelas colorimétricas. O pesquisador conta que já levou o material para os produtores rurais do Planalto e eles mesmos fizeram os testes. “Basta ler o manual”, garante.

O custo do material para montar o kit – excluída a mão-de-obra – foi estimado pelo pesquisador em R$ 25,00. “Isso é suficiente para realizar as cinco análises diárias durante um mês”, explica Luiz. Segundo ele, em um laboratório convencional, seria necessário desembolsar cerca de R$ 100,00 para fazer as cinco análises na água, uma única vez.

Juliana Paiva

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