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Percorrer a distância de 51 quilômetros pela BR-277 entre Céu Azul e São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Paraná, é um exemplo claro de como o degrau tarifário funciona na prática. Para um veículo de passeio, o valor da tarifa na praça de Céu Azul, com trecho de pista simples, é de R$ 12,90. Já o desembolso na praça de São Miguel é de R$ 17,00 (pista dupla). A variação de preço de uma para outra é de 32%.
“Essa é uma demonstração simples e irrefutável de que o novo modelo de concessão rodoviária, elaborado pelo governo federal, é a continuidade do que já temos hoje e que há 23 anos penaliza a economia do Paraná, especialmente a da região Oeste”, diz o presidente da Coopavel Cooperativa Agroindustrial, Dilvo Grolli. “Ou seja: o que estão propondo é mais do mesmo, ignorando todos os excessos, interferências políticas, aditivos, irregularidades e o fato de o Paraná pagar um dos pedágios mais caros do mundo”, afirma Dilvo.
A região Oeste do Paraná é protagonista na criação de um movimento contrário ao novo modelo de concessão proposto para o Estado. Gradualmente, outras regiões paranaenses passam a entender a força e coesão dos argumentos e questionamentos apresentados e se somam à luta pela aprovação de um modelo fixado na menor tarifa. “Defendemos a concessão pela menor tarifa possível, garantindo assim que essa cobrança não impacte, como já ocorre há mais de duas décadas, tão pesadamente do bolso de quem tanto trabalha e produz”, ressalta o presidente da Coopavel.
O Programa Oeste em Desenvolvimento (POD), Caciopar, Amop e uma centena de outras entidades, assinaram documento recentemente entregue ao presidente Jair Bolsonaro no qual apontam as razões de contrariedade ao modelo proposto pelo governo federal. A luta é, além da menor tarifa, contra o regime de outorga onerosa e também contra o modelo híbrido. A mesma posição foi apresentada em encontro com o governador Ratinho Júnior e em recentes audiências públicas, realizadas na Acic em Cascavel e na Acifi em Foz do Iguaçu, organizadas pela Frente Parlamentar do Pedágio da Assembleia Legislativa do Estado.
Degrau
Dilvo Grolli afirma que com o degrau tarifário proposto no modelo que vem de Brasília o preço do pedágio vai, com os anos, ficar ainda mais caro do que se tem atualmente. “Nas praças de pedágio entre Céu Azul e São Miguel, uma com pista simples outra duplicada, o aumento é de 32%, e o que eles propõem é degrau tarifário de 40% em trechos que vierem a ser duplicados”. Entre Foz do Iguaçu e Paranaguá, 70% do percurso da BR-277 ainda não tem pista dupla, demonstrando o tamanho da tarifa, em função do degrau tarifário, que pesará nos ombros da economia do Oeste, que está a 750 quilômetros do Porto de Paranaguá.
O presidente da Coopavel diz que é contra o degrau tarifário porque há outros caminhos para buscar os recursos necessários a essas obras de aumento de capacidade de tráfego. E é bom destacar ainda, conforme Dilvo Grolli, que o governo recebe pesados impostos pagos pela sociedade, inclusive com a bitributação que hoje representa o IPVA, combustíveis e outras taxas, para fazer obras e melhorias na malha rodoviária.
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