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Resgatar a história da cafeicultura regional por meio da vida de Nhonhô Magalhães, um dos principais fazendeiros de café do Estado de São Paulo nas primeiras décadas do século XX. Este foi o objetivo do trabalho de Amanda Gonçalves Pereira Nunes, aluna do terceiro ano do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), apresentado nesta semana durante a 9ª Jornada Científica e Tecnológica da Universidade.
O estudo elaborado por Amanda consiste na biografia e nas realizações profissionais de Carlos Leôncio Magalhães, conhecido como Nhonhô Magalhães, dentre elas o fato deste ter sido um dos maiores produtores de café do Estado e seu empreendedorismo nas áreas agropecuária e financeira. "Ele possuía uma visão empreendedora muito à frente de seu tempo, além de ser um exemplo de industrialização brasileira. Foi inovador, pois passou a investir em outros segmentos, como na área financeira e em outros empreendimentos agrícolas como cana-de-açúcar, milho e gado", ressalta a estudante. Carlos Leôncio nasceu em Araraquara, em 1875, único filho de Carlos Baptista de Magalhães, abastado fazendeiro, comerciante e banqueiro da cidade, que também participou ativamente na política local. Nhonhô iniciou sua carreira na administração das fazendas do pai e logo começou a adquirir novas fazendas por conta própria. O maior e mais lucrativo negócio de sua vida foi a compra, em 1911, da sesmaria do Cambuí, imenso latifúndio pouco explorado de 25 mil alqueires (605 quilômetros quadrados) na região dos atuais municípios de Matão, Nova Europa e Gavião Peixoto. Nhonhô transformou a fazenda na Companhia Agrícola e Pastoril d´Oeste de São Paulo e vendeu a um grupo inglês, em 1924, por mais de dez vezes o valor que ele pagou. Na negociação com os ingleses, Nhonhô ficou com uma parte da antiga sesmaria, a fazenda Itaquerê, que ele transformou em fazenda modelo diversificada, embora continuasse a produzir principalmente café. Nesta propriedade, também construiu uma usina da açúcar e uma usina hidroelétrica.
Diante da história tão recente da região, Amanda propôs em seu projeto de estudo elaborar a catalogação dos documentos referentes a Nhonhô Magalhães e suas empresas e criar material didático e textos práticos para tornar o estudo da República Velha mais interessante para alunos e professores do ensino regular de São Carlos e região."Este é um período muito rico da história brasileira que ainda é pouco explorado. Montamos uma exposição ilustrativa sobre a República Velha e como os acontecimentos influenciaram o rumo de seus negócios", explica a aluna. Os documentos utilizados para o estudo de Amanda foram coletados no acervo da Unidade Especial de Informação e Memória (UEIM) da UFSCar. O trabalho, inclusive, já está sendo continuado na Unidade por meio da catalogação e restauração de alguns dos documentos referentes à Nhonhô Magalhães. O trabalho da UEIM tem por objetivo a preservação da memória social brasileira com ênfase na história local e regional e seu acervo possui coleções, arquivos privados, fundos públicos, dossiês, hemeroteca, mapoteca, fototeca e biblioteca de apoio.
Informações sobre a Unidade podem ser acessadas em
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