Pré-emergente é uma das alternativas para manejo de plantas daninhas resistentes
Utilizar mesmo herbicida por longo período de tempo seleciona pragas tolerantes a ele
O 3° Tour do Milho reuniu produtores e técnicos agrícolas para um dia voltado às inovações e resultados de validação e manejo de tecnologias dos híbridos em sementes BT. No dia 24 de maio, o Instituto Goiano de Agricultura (IGA) foi palco de mais um encontro para exibir o potencial produtivo dos cultivares no campo e proporcionou mais uma oportunidade de divulgar informações e conhecimento científico.
Os participantes percorreram os campos de milho e receberam orientações técnicas sobre posicionamento e potencialidades agronômicas de variedades 37 híbridas de 13 empresas. O Tour também levou ao público informações sobre o Manejo da Lagarta do Cartucho na Cultura do Milho, por meio de uma palestra ministrada pelo agrônomo especialista do desenvolvimento de tecnologias, Paulo Roberto Garollo. Conforme o pesquisador, o monitoramento da praga merece especial atenção desde a germinação das sementes, passando pelas principais ações que os técnicos e produtores tem que tomar e conhecer a biologia do inseto, o manejo das tecnologias (sementes) transgênicas, com ênfase nas áreas de refúgios.
“A presença da praga ainda resulta em significativa perda de produtividade”, ressalta, lembrando que no Brasil se perdia, até 2007, cerca de 35% da produção de milho por conta desta lagarta. Ainda conforme Garollo, a biotecnologia mudou a situação e, agora, a planta produz proteínas de defesa em relação à lagarta; “um grande avanço, mas que não resolve o problema por completo”.
Coordenador geral do IGA, Elio de La Torre é responsável pelos estudos com o grão no Instituto. Elio explica que o milho responde bem quando tem um manejo correto, que este ano foi favorecido por um bom nível de precipitação pluviométrica, o que possibilitou mostrar o potencial dos híbridos. “É a oportunidade deconhecer as opções para a safrinha 2019-2020”, avisa.
Supervisor agrícola do IGA, Guilherme Sperotto explica que houve pressão de lagarta e outras pragas, como a cigarrinha e o pulgão, mas que os materiais testados ofereceram boa resistência a esses ataques. “O produtor precisa de toda informação possível para escolher bem qual variedade se adequa melhor às condições de sua terra”, pondera.
Para o presidente do Instituto Goiano de Agricultura (IGA), Carlos Alberto Moresco, tem crescido o número de empresas que se aproximam e prestigiam o trabalho realizado pelo instituto. “O 3° Tour do Milho é o coroamento de um trabalho que realizamos ao longo de toda uma safra”, declara. Para Moresco, 2019 representa a recuperação da cultura do milho, com uma boa safra e maior controle de pragas.
Presidente da Aprosoja Goiás, Adriano Barzotto prestigiou o evento e avaliou o cenário atual do milho no estado. O produtor afirma que a produção do grão vai superar as 10 milhões de toneladas na safrinha, mas que problemas na produção são, muitas vezes, imprevisíveis. “É por isso que o trabalho do IGA é importante. O que sai daqui pode balizar o que será feito em outras regiões”, considera.
Diretor Executivo do IGA, Dulcimar Pessatto Filho salienta que o milho está cada vez mais consolidado no sistema de produção de grãos e fibras em Goiás, e que há muita atenção no campo para o sucesso de cada safra. “Goiás produz cerca de 10% do milho brasileiro. É uma força mundial na produção desse grão e nosso objetivo é contribuir para ampliar essa fatia de mercado”, diz.
As treze principais empresas fornecedoras de sementes híbridas de milho expuseram os resultados de suas principais variedades nos campos experimentais do IGA.
A Nidera apresentou quatro diferentes materiais, conforme explica o seu representante Fernando Cabral. “Os resultados mostram que nossos produtos possuem estabilidade e bom rendimento no Sudoeste goiano”, resume.
A Santa Helena Semente apresentou duas variedades, uma convencional/BT e outra exclusivamente BT. Representante da empresa, Vanderlei Cruvinel explica que ambas apresentaram alta produtividade e sanidade, e que as condições do IGA beneficiaram o bom resultado. “As informações que o IGA produz são muito importantes para nós”, destaca. Por sua vez, a Jmen Sementes levou três variedades híbridas. José Mendonça apresentou os resultados e ressaltou que o manejo do IGA rendeu alta produtividade e tolerância física a lagartas e outras pragas. “Temos nos destacado na região”, diz.
Elias Rosetti representou a Seedcorp no evento, com quatro variedades. “Tivemos boa qualidade de colmo, teto produtivo e baixo fator de reprodução de nematoides. O manejo foi fundamental e a semente se adaptou bem na região”, pontua. A empresa Dekalb foi representada por Guilherme Lúcio, que mostrou três novos híbridos que chegam no mercado. O destaque é a genética com plantas mais estreitas, facilitando a absorção de luz e defensivos. “Ganha em sanidade do grão, folha e colmo”, diz.
A Forseed apresentou dois híbridos com alta tolerância ao complexo molicutes e viroses. “A planta tem resistência a estresse hídrico, mas mantém boa sanidade com alta umidade”, explica o representante Sebastião Soares. Por sua vez, a empresa Semeali apresentou quatro variedades com foco no custo-benefício. “O material convencional possui menor custo de manejo e atende uma boa parte dos produtores”, afirma o colaborador da empresa, Unenys Cabral.
A Joia Sementes apresentou o resultado de uma variedade, com a inserção de uma espiga baixa, seca na própria planta. “Estamos com essa variedade há três anos no mercado, com boa produtividade e aceitação do produtor”, afirma o expositor Cleudmar Oliveira.
As quatro variedades da Syngenta ressaltam sua qualidade de grão e colmo, sanidade, baixo fator de reprodução de nematoides e estabilidade produtiva. “Temos portfolio para diferentes investimentos e boa entrada no mercado”, ressalta o técnico Emilton Guimarães.
Rodrigo Castro representou a Pioneer com duas variedades no Tour. Os destaques da empresa são a flexibilidade no tempo de plantio e população de plantas, além da boa produtividade na 1ª e 2ª safras. “É a semente mais plantada na safrinha no Sudoeste de Goiás”, lembra.
João Garollo Neto falou sobre os dois híbridos da empresa Morgan. Destaque para a nova tecnologia para controle de pragas. “Este ano também entraremos no mercado com híbridos convencionais”, avisa.
A Sementes Biomatrix apresentou cinco híbridos, cujos destaques são a sanidade foliar e a estabilidade na produção. Felipe Garcia explica que a participação da empresa vem crescendo na região, com investimento em um banco genético de alta qualidade.
Por fim, a empresa KWS apresentou três híbridos com a tecnologia Vip3, resistente à lagarta, glifosato e glufosinato de amônia. “O manejo do IGA comprova o potencial de nossas sementes”, defende o representante Mauro Fonseca. A parceria entre o IGA e as empresas tem contribuído cada vez mais para esclarecer o produtor na antecipação da tomada de decisões, validando tecnologias e desenvolvendo o manejo para o ganho de produtividade.
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