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Maximizar a evolução genética dos rebanhos. Este é o objetivo que levou criadores de Canchim a adotarem um novo conceito em acasalamento.
Em vez de levar em conta apenas a morfologia do macho e da fêmea, como é feito tradicionalmente, o novo método considera também a avaliação genética dos animais a partir de informações geradas pelo programa Geneplus, da Embrapa, ou seja, os DEPs. Com isso, é possível garantir que os animais da próxima geração tenham DEPs mais equilibradas, facilitando seu aproveitamento como reprodutores ou matrizes. Enfim, é o melhoramento dos rebanhos e da raça pautado por critérios técnicos que utilizam todas as ferramentas disponíveis.
O veterinário Maury Dorta, da equipe do Geneplus, em Campo Grande (MS), está coordenando a coleta de informações zootécnicas em fazendas de Canchim localizadas no Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e São Paulo, que serão processadas pelo Geneplus. Segundo ele, o programa de acasalamento que está sendo adotado pela primeira vez representa, na prática, a integração dos rebanhos de todos os criadores envolvidos. O ponto de partida é o fornecimento, pelo criador, de uma relação das fêmeas Canchim e MA e dos touros da propriedade que entrarão em reprodução. Na sequência, são determinadas as matrizes que serão destinadas aos touros.
Como a vontade dos criadores é aproveitar ao máximo as informações de avaliação genética dos seus rebanhos disponibilizadas pelo Geneplus, os acasalamentos abrangem todas as matrizes do rebanho e os touros da fazenda ou inseminação artificial. Para isso, é feita uma simulação de acasalamento de todas as matrizes com todos os touros para, em seguida, selecionar os acasalamentos que atendam critérios mínimos de avaliação genética gerando DEPs melhores e mais equilibradas. Nessa etapa, apoiada pela equipe da Embrapa/Geneplus, sob coordenação do agrônomo Roberto Torres, são feitas combinações para que cada matriz fique com aproximadamente três opções de acasalamentos.
Só depois de todos esses procedimentos é que será feita a análise morfológica das matrizes no curral e definido o touro a ser utilizado. Segundo Delcio Valdecir de Freitas, técnico da Associação Brasileira de Criadores de Canchim (ABCCAN), esse método de acasalamento visa melhorias do ponto de vista funcional e produtiva da geração futura. "Estas avaliações definirão qual é a melhor das combinações pré estabelecidas, conforme as características favoráveis de cada indivíduo", explica Delcio.
A estação de monta dirigida foi realizada inicialmente nas fazendas São Joaquim, em Carvalhos (MG); dos Ipês, em Aparecida do Taboado (MS), Santa Helena, em Jussara (GO); Santa Maria, em Três Lagoas (MS); Braço Quebrado, em Ribas do Rio Pardo (MS); Água Marinha, em Santa Bárbara (SP); e Santo Antonio, em Angatuba (SP). Nesta última os procedimentos foram concluídos no final de setembro. O zootecnista Adriano Lopes, que administra a Santo Antonio, sede da Ilma Agropecuária, conta que até então os acasalamentos eram feitos seguindo aspectos morfológicos. Ali, para se chegar aos 280 acasalamentos, usando oito touros, foi preciso partir de mais de seis mil possibilidades. Um primeiro filtro reduziu o número para 1.500 e outro, mais apurado, fechou nesse número de combinações. "As fazendas que se uniram no trabalho de melhoramento do rebanho têm como objetivo produzir animais, reprodutores e matrizes que possam contribuir para a evolução da pecuária nacional, buscando melhores índices zootécnicos", sintetiza Roberto Torres, da Embrapa/Geneplus.
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