FMC apoia projeto que resgata o orgulho da citricultura brasileira
O projeto tem como objetivo promover uma série de ações com o intuito de resgatar o orgulho da citricultura brasileira
Técnicos de extensão rural e de pesquisa, fiscais de defesa agropecuária, estudantes e produtores do Amapá, participaram da capacitação "Curso Teórico-Prático de Identificação, Monitoramento e Manejo da Sigatoka-Negra na Cultura da Banana", promovido pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural (SDR) e Embrapa, no último dia 7/12. A atividade aconteceu no auditório Tucuju, na sede da Embrapa Amapá, em Macapá (AP), tendo como instrutor o fitopatologista Wilson da Silva Moraes, vinculado ao polo regional Vale do Ribeira (SP), da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta). Os participantes conheceram como funciona a técnica adotada mundialmente para avaliar a severidade da doença sigatoka-negra, chamado de método de Estado da Evolução (EE).
A sigatoka-negra é uma doença que ataca as folhas da bananeira, causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis. O principal objetivo do curso foi transferir conhecimentos e tecnologias adaptadas ou geradas na região do Vale do Ribeira (SP) pelos pesquisadores da Apta Vale do Ribeira, para auxiliar os produtores de banana e técnicos do Amapá a conviverem com a sigatoka-negra, considerada a mais severa e destrutiva doença foliar da bananeira. A programação do evento incluiu aulas expositivas para o conhecimento dos sintomas típicos da doença em nível de campo e identificação dos sinais típicos do fungo Mycosphaerella fijiensis em lupa e microscópio.
A técnica do método EE inicia com o preenchimento de uma planilha em formato Excel, desenvolvida pela Apta Vale do Ribeira, que requer a determinação do ritmo de emissão foliar semanal da bananeira e a qualificação e quantificação dos estágios de desenvolvimento dos sintomas presentes na segunda, terceira e quarta folha de dez plantas em até 50 hectares. O monitoramento semanal da severidade da doença, com base nesse método, auxilia na tomada de decisão da aplicação ou não de fungicidas sistêmicos ou protetores, e do momento correto da aplicação de fungicidas para cada estação do ano. Também houve explanação sobre as práticas culturais a serem adotadas para o manejo inteligente da doença, a fim de auxiliar os participantes a conviver com a doença e, principalmente, aprenderem a indicação do momento e da sequência correta de aplicação de fungicidas como estratégia anti-resistência. "O produtor tem que se preocupar em garantir a sanidade das folhas. Existe uma relação indicada quando a planta cresce vegetetivamente, nesse momento que sai o cacho a planta tem que está com pelo menos 10 folhas funcionais. Então, tem-se um cacho com 10 pencas. Existe a relação de uma folha sadia para cada penca de cacho. Se o produtor tiver pelo menos 10 folhas, está com a produção garantida para a safra", explicou Wilson da Silva Moraes.
O conteúdo programático incluiu tópico como identificação e diferenciação dos sintomas da sigatoka-negra e sigatoka-amarela; identificação e diferenciação dos sinais dos fungos Paracercospora fijiensis e Pseudocercospora musae; aAção dos fatores do ambiente sobre o ciclo da sigatoka-negra e sigatoka-amarela: sobrevivência – disseminação – infecção– colonização – reprodução; técnica de monitoramento da severidade da sigatoka-negra, com indicação do momento e intervalo de aplicações do fungicida e da alternância de grupos químicos de fungicidas como estratégia anti-resistência; observações dos sintomas da sigatoka-negra e sigatoka-amarela e dos sinais dos fungos P. fijiensis e P. musae em lupa e microscópio; medidas de manejo, preventivas e curativas, a serem adotadas na plantação, principalmente aquelas relacionadas ao controle genético, cultural (orgânico) e químico, que podem ser orientadas para a planta, para o fungo e para os fatores do ambiente; e medidas de manejo, visualização dos sintomas da sigatoka-negra em nível de campo e exercícios práticos com a técnica de monitoramento da sigatoka-negra. A sigatoka-negra foi registrada pela primeira vez no Amapá, em 2000. Atualmente, está disseminada por todo o estado, com elevada severidade em variedades comercialmente cultivadas e, em muitos casos, provocando o total comprometimento da qualidade e quantidade do produto. Conforme Wilson da Silva Moraes, a introdução de cultivares de bananeiras resistentes à sigatoka-negra, inclusive lançadas pela Embrapa, é a principal alternativa à garantia de continuidade da bananicultura no Amapá.
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