Técnicos da Seagro coletam germoplasma de pequi sem espinho em MT

01.12.2008 | 21:59 (UTC -3)

Pesquisas com plantas nativas do Cerrado estão sendo realizadas pela secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (SEAGRO), dentre elas se destaca o trabalho com o pequi. A coordenadora do projeto, Elainy Botelho, juntamente com os técnicos Job Carneiro Vanderlei Idalina Dias e Ailton Vitor Pereira visitaram na semana passada os municípios de Cocalinho, Canarana e Nova Xavantina, em Mato Grosso, onde fizeram a coleta de material (frutos e hastes de pequi) para continuação da pesquisa e formação de um banco de germoplasma, com o objetivo de preservar e distribuir futuramente materiais com alto valor comercial e nutricional.

A coleta do material é meta em atendimento ao plano de ação dois: "Coleta, Caracterização e Multiplicação de Pequizeiros do Cerrado", que se encontram em risco de extinção, previsto no Convênio Embrapa/SEAGRO.

Elainy Botelho informa que foram coletados frutos para sementes e hastes para clonagem de aproximadamente 55 matrizes diferentes, "o que futuramente poderá melhorar a qualidade de nossos frutos, pois estas matrizes produzem frutos de polpas grossas e saborosas, de coloração diversificada que vai do amarelo claro ao alaranjado forte", disse a pesquisadora.

Foi coletado, também, material do pequi sem espinho que já vem sendo trabalhado com muito sucesso. Job Carneiro e Idalina Dias consideram que a melhoria dos frutos no estado de Goiás se dará através da introdução destas novas matrizes e de seu cruzamento com as matrizes já existentes.

O pesquisador da EMBRAPA, Ailton Vitor Pereira, que também participou da expedição, contribuiu na seleção e coleta do material, bem como na clonagem in loco das mudas que foram levadas. Ele considera como riquíssimas as matrizes selecionadas e afirma, ainda, que para o sucesso do trabalho a SEAGRO deverá dar apoio para que o trabalho não venha sofrer nenhuma interrupção de forma a colocar em risco a grandiosidade do material adquirido.

A extensionista Elen Pachêco também participou da expedição e contribuiu com os trabalhos realizados, como forma de capacitação para posterior coordenação e implantação do convênio SEAGRO/Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome-MDS - "Segurança Alimentar e Nutricional: Conservação, Produção e Aproveitamento Sustentável das Frutas Nativas do Bioma Cerrado No Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga".

A qualidade dos frutos pode ser evidenciada pelo fruto de pequi que pesou 196 gramas e é resultado de uma das matrizes coletadas. A quantidade de polpa é grande e a relação casca do fruto com polpa é também avaliada, ou seja, uma carga desse pequi com certeza se transporta mais polpa do que casca, como avaliou Elen Pachêco. No processamento do pequi, seja de conserva ou no processamento mínimo (congelamento dos caroços, fatiamento da polpa etc), o que interessa ao produtor é que o fruto seja "carnudo", garantido uma maior rentabilidade econômica. Com relação ao tamanho do caroço e espessura da polpa, a pesquisa irá produzir material que seja interessante tanto para a tradicional culinária goiana (mesa), bem como para as agroindústrias, para as quais quanto maior e mais "carnudo" for o fruto mais facilidade para o processamento da polpa e dos seus derivados.

Fonte: Seagro - (62) 3201 8905 / www.seagro.go.gov.br

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