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O mercado de grãos começa a semana sob forte influência da tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos, com foco no prazo final para possível imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, previsto para 1º de agosto. Enquanto o clima favorável nos EUA reforça a expectativa de safra recorde e pressiona as cotações na Bolsa de Chicago, os preços internos da soja e do milho seguem sustentados por fatores locais, como prêmios de exportação elevados, demanda aquecida e atraso na colheita da safrinha. As informações são da Análise do Especialista Grão Direto, divulgada hoje (28/7). Confira:
Pressão da safra americana: o clima favorável no cinturão agrícola dos EUA consolidou a expectativa de uma safra recorde, exercendo forte pressão de baixa sobre as cotações na Bolsa de Chicago (CBOT).
Resiliência no mercado brasileiro: em contraste com o cenário externo, os preços no Brasil foram sustentados por prêmios de exportação elevados e uma demanda internacional aquecida, especialmente da Ásia.
Tensão geopolítica: a iminência da aplicação de tarifas de 50% pelos EUA sobre produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto, adicionou um prêmio de risco geopolítico, impulsionando a procura pela soja brasileira e a volatilidade do câmbio.
Prazo final das tarifas (01/08): o desfecho da crise comercial entre Brasil e EUA será o principal vetor de volatilidade. O mercado reagirá intensamente a qualquer notícia sobre negociações, adiamento ou efetivação das tarifas, com impacto direto no câmbio.
Clima nos EUA e relatório do USDA: a continuidade das condições climáticas favoráveis nos EUA e o novo relatório de acompanhamento de safras manterão a pressão sobre Chicago. Qualquer sinal de deterioração nas lavouras pode gerar movimentos de recuperação.
Ritmo das exportações brasileiras: a força da demanda pela soja do Brasil e a sustentação dos prêmios nos portos continuarão sendo cruciais para proteger os preços domésticos da tendência baixista internacional.
Atraso histórico na colheita da safrinha: o principal fator de suporte no Brasil foi o severo atraso na colheita da segunda safra, que restringiu a oferta de curto prazo e manteve os preços domésticos firmes, apesar da pressão externa.
Safra “perfeita” nos EUA: assim como na soja, as condições excepcionais das lavouras americanas, com 74% em estado bom a excelente, pressionaram fortemente as cotações em Chicago.
Demanda interna: o consumo aquecido por parte das usinas de etanol e do setor de proteína animal funcionou como um piso para os preços no Brasil, competindo pelo volume limitado disponível no mercado físico.
Oferta/demanda interna: o aumento da disponibilidade de milho no mercado, pode elevar a pressão sobre os preços internos ao longo de agosto se a demanda amenizar.
Usinas de etanol: a forte demanda do setor de etanol, impulsionada pelo aumento da mistura na gasolina (E30), continuará sendo um importante fator de sustentação, ajudando a absorver a oferta crescente.
Impacto do câmbio: a volatilidade cambial, atrelada à crise tarifária com os EUA, seguirá impactando a paridade de exportação e as decisões de comercialização dos produtores.
A semana foi dominada pela contagem regressiva para o prazo final (1º de agosto) da imposição de tarifas de 50% pelos EUA sobre produtos brasileiros. A tensão escalou com o anúncio de uma investigação comercial formal americana (Seção 301) contra o Brasil. O dólar operou com volatilidade, funcionando como um termômetro do risco geopolítico: a cotação subia com notícias de impasse e recuava com sinais de possíveis acordos comerciais dos EUA com outros parceiros, como o Japão, que alimentavam a esperança de uma solução negociada.
No Brasil, a semana deve ser marcada por volatilidade nos preços internos, o que pode abrir oportunidades tanto para a comercialização da safra 2024/25 quanto para negociações futuras da próxima temporada. É fundamental que o produtor esteja atento às oscilações do mercado e, principalmente, aos seus custos de produção.
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