Brasil exporta 13,6 milhões de sacas de café no acumulado do ano até maio
Volume representa queda de 19% ante mesmo intervalo de 2022 e reflete um início de colheita mais lento e o pouco café remanescente após duas safras menores
A Embrapa Meio Ambiente realizou no dia 7 de junho o painel "O Sonho da Sustentabilidade virando Realidade". Conduzido em formato híbrido, o evento celebrou o Dia Mundial do Meio Ambiente e integrou as comemorações do 50º aniversário da Embrapa. O painel contou com a participação de três mulheres que se dedicam à causa da sustentabilidade: Silvia Massruhá, presidente da Embrapa; Thais Vieira, diretora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP); e Paula Packer, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente.
Cristiano Menezes, chefe de P&D da Embrapa Meio Ambiente, moderador do painel, abriu o evento com uma pequena homenagem a Paulo Nogueira Neto, grande motivador das causas ambientais, um dos fundadores do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que na década de 80 representou a América Latina na construção dos conceitos de desenvolvimento sustentável no Conselho Mundial de Desenvolvimento e Ambiente da ONU. “De lá para cá, nesses 40 anos muita coisa mudou, e outras ainda precisam ser adequadas frente aos desafios atuais", disse Menezes.
“É uma honra muito grande estar nesse painel, nessa Unidade que é uma irmã da Unidade de onde venho”, disse Silvia Massruhá. Para ela, não se pode falar do avanço da agricultura sem falar da ciência e da tecnologia, não apenas da Embrapa, mas das universidades brasileiras e internacionais e das instituições de pesquisa. E a Embrapa precisa ter essa preocupação de trabalhar de forma integrada, inclusive com a participação dos produtores, e fazer isso de forma concreta e rápida, pensando no Brasil e na agricultura tropical. Silvia citou como exemplo o estímulo previsto para adoção de boas práticas em cadeias produtivas inovadoras, como o açaí, além das culturas tradicionais, como soja e milho.
De acordo com Silvia, a Embrapa precisa do apoio público e privado para o Brasil continuar a ser protagonista no cenário mundial, levando tecnologia e ciência para o campo, mostrando também como agregar valor de forma mais assertiva. O consumidor final está provocando essas mudanças a favor da sustentabilidade, pois está cada dia mais preocupado com o meio ambiente, com a saúde, com a origem dos alimentos e com a transparência dos processos.
Além disso, disse a presidente, "levar tecnologias ao pequeno e médio produtor pode aumentar a renda, diminuir a desigualdade e a fome. Ter a visão do agro como um todo é o que irá fazer esse sonho virar realidade".
Para a diretora da Esalq, a sustentabilidade em rede e formação de pessoas na área e construção de parcerias é de extrema importância para a pesquisa. “Nossos programas foram criados com o eixo meio ambiente e sustentabilidade sempre com transversalidade e ensinar por meio da pesquisa sempre foi nosso tom”, destacou a diretora da Esalq. É nosso dever devolver para a sociedade boa parte do que temos e a comunicação é muito importante para se conseguir isso”. A vantagem da Esalq, destacou a diretora, é a rede de ex-alunos, e temos aqui alguns exemplos, são pessoas que estão no mundo inteiro produzindo e compartilhando esses conhecimentos.
"Piracicaba é a cidade com mais agtechs do estado e muito disso saiu da Esalq", disse Thais, "uma vez que cada aluno acaba se envolvendo com alguma linha de pesquisa da Universidade. E não podemos esquecer que dentre os grandes produtores do mundo somos o principal do hemisfério sul", salientou.
Paula Packer falou um pouco sobre a trajetória da Unidade, que nesses 40 anos amadureceu muito. “Esse olhar de mudanças foi muito importante para a construir a base que somos hoje, trabalhando com agricultura e meio ambiente de forma transversal e multifacetada, com um corpo técnico que trabalha em rede e isso pode potencializar essa proposta de apresentar dados científicos para mostrar o que o Brasil faz em matéria de sustentabilidade ambiental”.
Outro ponto importante, destacou Paula, são os bios – bioinsumos, biofertilizantes, bioenergia. Agregar valor é a base para a sustentabilidade, aliado ao digital e à inovação. Paula citou o caso do Auras – bioinsumo que combate o estresse hídrico e o desafio que é fazer chegar essas tecnologias ao consumidor final. “Como escalonar esses produtos é o maior desafio que a gente tem, disse. Ela lembrou da importância da queda do desmatamento, da mudança do uso da terra que causa 50% das emissões de gases de efeito estufa no país. Os desafios são grandes, mas a gente dá conta”, acredita.
O evento proporcionou uma oportunidade única para ouvir as perspectivas dessas líderes, suas visões, experiências e ideias sobre como o sonho da sustentabilidade está se materializando nos sistemas de produção e sendo replicado no dia-a-dia dos consumidores. O painel serviu para disseminar conceitos e propostas sobre como podemos trabalhar juntos para criar um futuro mais sustentável. A sustentabilidade é uma abordagem que permite reduzir os impactos ambientais e minimizar os riscos à saúde humana, melhorando a qualidade de vida, reduzindo a degradação ambiental, o desperdício e a poluição. Além disso, a sustentabilidade pode gerar efeitos econômicos e sociais positivos, contribuindo para um futuro mais próspero e equitativo.
Nesse dia também foram expostas as fotos da coletânea de registros da presença de animais silvestres na área da Unidade, organizada pelo GT Parque para a Semana do Meio Ambiente.
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