Sojicultores de Mato Grosso avaliam bem o Programa Soja Plus

19.02.2015 | 21:59 (UTC -3)

Capacitar os sojicultores de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia e Minas Gerais a melhorar a gestão econômica, social e ambiental de suas fazendas é a missão principal do Programa Soja Plus, que chega ao seu quarto ano de existência com boa avaliação dos produtores rurais mato-grossenses. Mato Grosso é o principal produtor de soja do País e por onde começou o Soja Plus.

No I Workshop de Planejamento Soja Plus 2015, que aconteceu em Cuiabá, no dia 4 de fevereiro, foram apresentados os resultados da pesquisa inédita de avaliação dos produtores participantes do Soja Plus.

As notas médias oscilaram de 8,7 a 10, dependendo das regiões do estado. A avaliação foi feita principalmente em relação aos resultados das visitas técnicas individuais às fazendas, um dos principais pilares do programa. Nessas visitas, os supervisores de campo aplicam uma lista de indicadores econômicos, sociais e ambientais e verificam em que aspectos a propriedade melhorou e nos quais ainda precisa se fortalecer. São 143 indicadores socioambientais e de construções rurais que avaliam o desempenho das fazendas.

Nas visitas técnicas, também, os supervisores de campo instalam placas de orientação sobre saúde ocupacional e segurança no trabalho, controlam a entrega de documentos e Equipamentos de Proteção Individual, oferecem planos de emergência, vídeos sobre segurança e caixas de primeiros socorros.

“As principais dúvidas dos produtores são referentes a pequenos detalhes das legislações”, conta Cristiane Neves, analista de projetos da Aprosoja e ex-supervisora de campo, função que exerceu por quase três anos. Os produtores estão mais preocupados em conhecer e aplicar as legislações social e trabalhista porque a fiscalização se intensificou.

O Soja Plus se preocupa em informar os produtores sobre essas normas que eles devem obedecer. Com isso, os sojicultores não só aperfeiçoam a gestão de suas propriedades como evitam multas aplicadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Em certas ocasiões, o MTE leva o produtor a assinar termos de ajustamento de conduta (TACs). O Soja Plus tem ajudado os produtores a evitar multas e TACs.

A consulta abrangeu produtores de cidades das regiões Médio Norte (Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Diamantino); Norte (Sorriso, Sinop e Vera); Oeste (Tangará da Serra, Sapezal e Campo Novo do Parecis); Leste (Nova Xavantina, Canarana e Querência); e Sul (Rondonópolis, Primavera, Campo Verde e Jaciara).

Avaliação - O Soja Plus perguntou aos produtores como eles ficaram sabendo do programa; se foram informados sobre os seus objetivos e sobre a visita à propriedade; se a visita e a aplicação do ‘check list’ contribuíram para o seu aprendizado em relação às normas existentes; se gostaram dos materiais e ferramentas instalados na propriedade; se o supervisor de projetos da Aprosoja tinha conhecimento suficiente sobre a legislação e solucionou todas as dúvidas existentes; se indicariam o Soja Plus para amigos, vizinhos e outros produtores rurais. Por fim, a pergunta: “qual a nota geral (de 0 a 10) daria para o Soja Plus?”

A amostragem foi realizada em 30 fazendas. No Médio Norte, a média foi de 9,5; no Norte, 10; no Sul, 8,7; no Oeste, 9,5. A média total ficou em 9,4. Também foi perguntado como os produtores rurais de Mato Grosso ficaram sabendo do Soja Plus. A maior parte respondeu que foi por intermédio do sindicato rural da cidade, do supervisor de projetos da Aprosoja e dos cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

Conclusões do I Workshop – De acordo com o gerente de sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Bernardo Pires, o I Workshop de Planejamento do Soja Plus, em Cuiabá, teve como atividade principal a exposição para os coordenadores do programa em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Bahia sobre as ferramentas aplicadas em Mato Grosso, capacitação técnica dos supervisores e parcerias locais.

O I Workshop também contou, pela primeira vez, com a participação do Banco do Brasil, que assinou parceria com o Soja Plus em 4 de dezembro de 2014. “2015 será um ano de planejamento do Banco do Brasil em relação ao Soja Plus. Nós vamos elencar as prioridades na parceria com o banco”, diz Bernardo Pires.

O Soja Plus também analisará, neste ano, como atingir outros estados do País, onde a sojicultura é uma atividade importante.

Principal gargalo em Mato Grosso - Segundo Cid Sanches, gerente de planejamento da Aprosoja-MT, o principal gargalo do Soja Plus no estado é a dificuldade de retornar às propriedades que já receberam uma visita técnica e, ao mesmo tempo, continuar atendendo as novas demandas.

Por isso, em 2015, a Aprosoja contratará mais um supervisor de campo e, com um total de seis, pretende realizar visitas a mil propriedades, em relação a cerca de 620 atendidas em 2014.

Os associados à Aprosoja-MT somam 5.500 propriedades com uma produção de 25 milhões de toneladas. Desse universo, cerca de quatro mil fazendas, em geral de porte médio, têm interesse em participar do programa. Portanto, além de retornar mais de uma vez às propriedades participantes do Soja Plus, a Aprosoja precisa agregar a cada ano um bom número de fazendas. “A demanda é muito grande”, destaca Sanches.

As propriedades rurais mais atraídas pelo Soja Plus estão localizadas ao redor da BR 163, nos municípios de Nova Mutum e Sinop, no Médio Norte e Norte do estado, justamente as regiões que atribuíram notas mais elevadas ao Soja Plus na pesquisa de satisfação recentemente aplicada.

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