El Niño já afeta clima nas áreas produtoras de milho
No Paraná, o impacto do fenômeno climático pode afetar a produtividade das regiões leste e central do estado
Exportações brasileiras da soja estão aquecidas. Com a colheita recorde acima de 154 milhões de toneladas, os números das exportações vêm sendo bastante expressivos. De acordo com o Secex, o Brasil teve o segundo maior número mensal da história, atingindo 15,6 milhões de toneladas.
O clima com presença de pouca chuva manteve a evolução do em ritmo acelerado, atingindo níveis acima de 80%, de acordo com o USDA. Porém, por outro lado, trouxe preocupações em relação às lavouras que estão em campo, e precisam de clima favorável para se desenvolver.
O acordo bipartidário aprovado pelo Senado dos Estados Unidos suspendeu o teto da dívida do país, evitando um possível calote da maior economia global. Isso trouxe um alívio para o mercado financeiro, desvalorizando a moeda norte-americana em 0,80% (R$4,95).
Diante disso, o contrato de soja com vencimento em julho/23 finalizou a semana sendo cotado a U$ 13,52 o bushel (+1,20%) e o contrato com vencimento em março/24 encerrou a U$ 11,91 o bushel (-0,50%).
Com a desvalorização do dólar junto às oscilações de Chicago, a semana para a soja fechou positiva com relação à semana anterior.
De olho no clima. O mercado ficará atento ao clima nos Estados Unidos, pois, segundo o NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional), o país tem previsão de uma menor distribuição de chuvas na região Centro e Leste do país. Em contrapartida, no Oeste do país, a expectativa é de volumes elevados. Além disso, as temperaturas previstas para a próxima semana serão mais baixas em relação às condições ideais, o que poderá afetar a produtividade da soja, com possibilidade de ocorrerem perdas, afetando assim as cotações de Chicago.
Junho com poucas chuvas. Ainda de acordo com o NOAA, há uma previsão de aumento da intensidade da seca durante junho em uma grande parte do meio-oeste. Nas últimas semanas, houve pouca precipitação em algumas regiões, e a precipitação abaixo do normal é esperada até a primeira quinzena de junho.
Após um mês significativo nas exportações, o número deve começar a cair nos próximos meses, principalmente com a chegada do milho ao mercado. Esse cenário se torna bastante desafiador, diante da previsão anual de 95 milhões de toneladas, feito pela Conab.
Na próxima sexta-feira (09/06), haverá atualização dos números de oferta e demanda pelo USDA. Ele poderá trazer mais uma diminuição na produção da Argentina, tendo em vista que não houve alteração nos números do relatório anterior. Também poderá diminuir a previsão de exportação norte-americana da safra 2022/23 e manter a do Brasil, em 93 milhões de toneladas. Deverá manter os números de produção do Brasil e EUA.
Nesta semana, haverá continuidade das reações positivas do mercado com a aprovação do projeto de lei pelo Senado, para evitar o calote. Além disso, os dados positivos do relatório de geração de empregos não agrícolas, que superaram as expectativas com a criação de 339 mil empregos em maio, também devem continuar pressionando o dólar. Esse cenário deixa o Banco Central dos EUA confortável para fazer novos aumentos na taxa de juros, mas ainda é cedo para afirmar.
O resultado da nova reunião da OPEP+ (Organização dos Países Produtores e Exportadores de Petróleo) também poderá trazer impactos ao mercado da soja em Chicago, diante da forte influência que ele tem sobre o óleo de soja, impactando o grão. Independentemente da decisão do cartel, os níveis de produção continuarão abaixo da média, dando suporte às cotações do petróleo.
Diante deste cenário, a semana poderá ser marcada por leves valorizações, considerando que a alta de Chicago poderá prevalecer sobre a queda do dólar.
Colheita continuou em evolução. De acordo com o IMEA, a colheita do milho 2ª Safra em Mato Grosso chegou a 1,26% da área total, avançando cerca de 0,78% durante a semana. Outras regiões iniciaram a colheita, mas ainda em estágios iniciais.
Com níveis acima de 90%, de acordo com o USDA, o plantio seguiu em ritmo acelerado. Junto a isso, as previsões climáticas tiveram mais uma semana de forte influência nas cotações de Chicago, onde as incertezas para as próximas semanas resultaram em muita oscilação.
De acordo com o Secex, o mês de maio fechou com volume em torno de 385 mil toneladas, cerca de 65% a menos que o mesmo período do ano anterior. Essa queda já era esperada pelo mercado.
Diante disso, as cotações de Chicago finalizaram a semana sendo cotadas a U$ 6,08 o bushel (+0,50%) para o contrato com vencimento em julho/23. O mercado físico brasileiro teve mais uma semana de desvalorização.
Clima nos EUA em alerta. De acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), a próxima semana trará chuvas abaixo da média na região Nordeste do cinturão produtor, afetando os principais estados produtores, como Iowa, Illinois e Minnesota. Caso esse cenário se confirme, é esperado que as cotações de Chicago continuem se valorizando, diante das possíveis perdas de produtividade que poderá acarretar.
A região Central do Brasil deve continuar evoluindo na colheita do milho, diante das condições climáticas favoráveis. A região Norte terá continuidade de chuvas, de acordo com o INMET, e isso poderá atrasar o início da colheita.
Com a chegada do milho no mercado, a demanda internacional começará a se fazer mais presente no mercado brasileiro, diante dos preços atrativos do cereal. O movimento mais intenso deve acontecer a partir de julho.
Apesar do aumento de casos confirmados em vários Estados, até o momento, o contágio acometeu somente aves silvestres. A observação e acompanhamento dos casos de gripe serão mantidos.
No próximo dia 9 de junho, o USDA realizará uma atualização dos dados de oferta e demanda. Espera-se que essa atualização possa indicar uma nova redução na produção da Argentina, uma vez que não houve alterações nos números do relatório anterior. É esperado que o relatório do USDA mantenha os números de produção do Brasil e dos Estados Unidos. Além disso, há possibilidade de uma redução na previsão de exportação dos Estados Unidos para a safra 2022/23, enquanto a previsão de exportação do Brasil, de 55 milhões de toneladas, pode ser mantida.
As cotações poderão continuar se desvalorizando. O início da colheita do milho, combinada com a atual baixa demanda, provavelmente manterá a pressão sobre os preços do milho no Brasil.
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No Paraná, o impacto do fenômeno climático pode afetar a produtividade das regiões leste e central do estado
Evento reuniu agricultores, prestadores de serviço em aviação agrícola, profissionais de ciências agrárias, meliponicultores e apicultores, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável do agronegócio