Sindag prepara pista de pouso em Sertãozinho para congresso aeroagrícola

Máquinas entrarão em cena nos próximos dias, preparando terreno junto ao Centro de Eventos Zanini para a chegada, na próxima semana, dos aviões que integrarão a mostra com drones, equipamentos e tecnologias do setor

06.07.2022 | 13:41 (UTC -3)
Imprensa Sindag
Máquinas entrarão em cena nos próximos dias, preparando terreno junto ao Centro de Eventos Zanini para a chegada, na próxima semana, dos aviões que integrarão a mostra com drones, equipamentos e tecnologias do setor. - Foto: Divulgação
Máquinas entrarão em cena nos próximos dias, preparando terreno junto ao Centro de Eventos Zanini para a chegada, na próxima semana, dos aviões que integrarão a mostra com drones, equipamentos e tecnologias do setor. - Foto: Divulgação

Faltando menos de duas semanas para o Congresso de Aviação Agrícola do Brasil (Congresso AvAg) 2022 aterrissar na cidade de Sertãozinho, interior de São Paulo, máquinas devem preparar, nos próximos dias, o terreno para a chegada dos aviões para a exposição no Centro de Eventos Zanini. A pista de pouso aeroagrícola ficará na área próxima à lateral esquerda do pavilhão de 12 mil metros quadrados que receberá também a mostra de tecnologias e equipamentos. E onde ocorrerão os painéis e debates do evento, que ocorre de 19 a 21 de julho. O local terá mais de 150 marcas presentes nos estandes de aeronaves, drones, tecnologia embarcada, equipamentos e serviços.

“Já temos a máquina preparada, falta apenas agendarmos o transporte dela ao local onde vamos preparar a pista”, explica o presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag, que promove o evento), Thiago Magalhães Silva. O Centro Zanini fica na parte oeste da cidade (Avenida Marginal João Olézio Marques), junto à Rodovia Estadual Armando Sales Oliveira (SP-322). O Congresso AvAg festeja sua volta a Sertãozinho na forma presencial, depois de dois anos de eventos via web devido às restrições da pandemia da Covid-19.

O que, para Thiago Silva, ocorre em um momento importante para o setor. Especialmente quanto às discussões envolvendo o mercado e relações institucionais e com a sociedade. Além dos painéis abordando demandas e tendências para o setor (sobre preços de combustíveis, expectativas de safra, demanda por commodities, custos de manutenção e outros aspectos). A programação terá ainda debates sobre digitalização das empresas, melhoria contínua e tecnologias de aplicação. Sem contar as reuniões paralelas com empresários, autoridades e especialistas.

Entram aí também a mostra de equipamentos. Desde DGPSs de última geração (que não só orientam o piloto em cada “tiro” sobre a lavoura, como já comandam o sistema de aplicação com exatidão de centímetros e ainda registram toda a operação) até aviões turboélices de alto desempenho. E passando por sistemas que fazem a “sintonia fina” nos ajustes de precisão de bicos e atomizadores de gotas.

Sem falar dos drones, que desta vez chegam com força no rol das vedetes da mostra de tecnologias. Em nada menos do que 14 estandes e com demonstrações de voo inclusive de um aparelho com motor movido a etanol, que promete quebrar as limitações de autonomia das baterias elétricas – até então o principal entrave para melhores desempenhos no trato de lavouras.

Academia

Com espaço também para a mostra de universidades, escolas técnicas da região e a presença de entidades reguladoras do setor, como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Ministério da Agricultura. Aliás, na parte de pesquisas, a programação do Congresso AvAg abrange a mostra do Congresso Científico de Aviação Agrícola, com nove trabalhos disputando premiação da primeira a terceira colocações e o destaque Especial Inovação. Com o cenário acadêmico tendo ainda a formatura das duas primeiras turmas do MBA em Gestão, Inovação e Sustentabilidade da Aviação Agrícola (parceria entre Sindag e Faculdade Imed, de Passo Fundo/RS).

Ainda falando em formaturas, o evento terá também a apresentação dos pilotos agrícolas que participarem do 4º Curso Brasileiro de Combate a Incêndios Florestais Aéreos (confira mais abaixo). Aliás, as demonstrações de lançamento de água por avião – simulando um ataque a chamas no terreno ao lado do pavilhão do evento – estarão entre os pontos altos para o público, nos três dias de programação e sempre ao meio-dia.

Entre as maiores do mundo

Atualmente, o Congresso AvAg é o principal evento aeroagrícola brasileiro – e um dos maiores do mundo no setor, a lado de encontros similares nos Estados Unidos, China, Argentina e Uruguai. Além disso, o Brasil tem a segunda maior frota mundial de aeronaves, com mais de 2,4 mil aviões e helicópteros atuando no campo. Atrás apenas dos norte-americanos e à frente de potências como a Argentina, Austrália, Canadá, Nova Zelândia e outros países.

“É uma aviação que tem um papel importante no trato de lavouras (aplicação de produtos químicos ou biológicos, semeadura e aplicação de fertilizantes), por ser a única ferramenta para isso com regulamentação específica e ampla, além de contar com pessoal especializado em todas as fases de sua operação”, explica o presidente do Sindag, Thiago Magalhães Silva. Ele assinala ainda predicados como velocidade e precisão que não só otimizam a aplicação de insumos (pela diminuição de perdas e evitando a necessidade de retrabalho), como também evitam as perdas por amassamento da cultura (já que não há máquina rodando sobre as plantas). “Por isso, é uma ferramenta indispensável em lavouras essenciais ao País, como soja, cana, arroz, algodão e outras”, explica.

Combate ao fogo

Capacidade cada vez mais reconhecida também nos teatros de operações contra incêndios em vegetação. Daí o curso de pilotos com turma agendada para antes do Congresso AvAg. Um aperfeiçoamento, já que, desde 1969, esse tipo de operação já está entre as prerrogativas legais do setor. Assim, no treinamento em Ribeirão Preto, os profissionais terão dois dias de parte teórica sobre comportamento do fogo, comunicação (com fraseologia técnica) e outros temas. Já os dois dias finais são de prática, onde cada piloto terá que fazer pelo menos quatro lançamentos contra alvos representando pontos de incêndio.

Neste caso, exercitando orientação no circuito, aproximação, ataque e retorno. O treinamento ocorre em parceria entre o Sindag, a Fundação Astronauta Marcos Pontes (Astropontes) e a empresa Pachu Aviação Agrícola, com apoio também da RP Aero Agrícola, Aeroglobo Aeronaves, Zanoni Equipamentos e MS Treinamentos.

Incremento

Aliás, a expectativa do setor é de que o emprego de seus aviões contra chamas em reservas naturais e em plantações aumente bastante a partir de agora. Não só pela temporada de incêndios, que está começando (na maior parte do País ela vai de julho a setembro), mas pela aprovação pelo Congresso Nacional, em 22 de junho, do Projeto de Lei (PL) 4.269/2020.

O dispositivo, que aguarda sanção do presidente da República, altera o Código Florestal Brasileiro (Lei 12.651/2012), incluindo de maneira consistente e definitiva a aviação agrícola nas políticas governamentais contra as chamas no Brasil. Só no ano passado, segundo levantamento do Sindag junto a empresas do setor e ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio, que já contrata aviões para proteção de reservas federais ), aviões agrícolas brasileiros lançaram quase 20 milhões de litros de água contra chamas no Pantanal, Chapada dos Veadeiros, Cerrado Nordestino e outras áreas de reservas, além de incêndios em lavouras no País.

Décadas de histórias e encontros

Dentro da programação, a volta à normalidade nesta pós fase crítica da Covid está sendo festejada com o tema Novos Tempos. Mas também celebrando o passado, já que o Congresso AvAg 2022 marca ainda as comemorações dos 75 anos da aviação agrícola brasileira. Assim, além das homenagens previstas na programação, os principais espaços do evento foram renomeados em reverência aos pioneiros do setor no País. 

“Além disso, há 30 anos o Sindag organiza o encontro anual do setor, que ocorre nesta época não por acaso. É que, como a metade do ano marca a entressafra na maior parte do País, é o momento em que empresários, pilotos e outros profissionais do setor podem se dar um tempo para esse reencontro com os colegas”, explica Thiago Silva.

Uma realidade que, na verdade, já se repete há mais de 50 anos. Já que o primeiro encontro aeroagrícola do País foi promovido em 1971, pelo Ministério da Agricultura. Neste caso, a Reunião Anual dos Aplicadores Aéreos Brasileiros, realizada entre 9 e 18 de julho daquele ano, no Parque Anhembi, em São Paulo – ocorrida dentro da 3ª Feira da Técnica Agrícola (Fetag).  

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