Simpósio Internacional sobre Melhoramento de Forrageira

06.11.2009 | 21:59 (UTC -3)

O Simpósio Internacional sobre Melhoramento de Forrageira será realizado de 9 a 12 de novembro em Campo Grande/MS, no auditório da Embrapa Gado de Corte.

O programa desta segunda edição do evento traz temas importantes para discussão e muitas novidades, entre elas, a apresentação de uma ferramenta da biotecnologia chamada proteômica que identifica e quantifica modificações das proteínas em uma célula, tecido ou organismos. Os desafios e contribuições desta tecnologia para o melhoramento genético serão debatidos por uma cientista da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília), Angela Mehta. O programa do simpósio está dividido em quatro sessões e três painéis e inclui ainda exposição de pôsteres a fim de permitir a apresentação dos resultados mais recentes e de maior impacto no melhoramento de forrageiras em desenvolvimento em todo o Brasil, inclusive trabalhos de graduação e pós-graduação, além de visita a experimentos no campo executados na Embrapa Gado de Corte.

“Com a realização do 2º Simpósio espera-se definir novas linhas de cooperação, parcerias e, também, estratégias e meios para reforçar a importância das forrageiras na produção animal brasileira, consolidando o Brasil como uma potência cada vez maior na pecuária mundial”, afirma a pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, Liana Jank, coordenadora do evento. O 1º simpósio internacional aconteceu em 2007 e nesse encontro os técnicos concluíram a necessidade de continuar discutindo o assunto a fim de sistematizar, convergir e atualizar as informações e conhecimentos adquiridos, explica a coordenadora Liana Jank.

Assim como na edição anterior, esta trará pesquisadores de renome internacional, como o do francês Yves Savidan, membro dos conselhos das Instituições de pesquisa européias, e os americanos Michael Casler - melhorista de forrageiras de clima temperado, Charles Brummer - especialista em melhoramento assistido de forrageiras de clima temperado, Kenneth Moore - líder em uso de forrageiras para bioenergia nos Estados Unidos, e do Japão, Randeep Rakw - especialista em proteômica do arroz, área de pesquisa de ponta sendo iniciada no Brasil. Além de pesquisadores brasileiros como Antônio Augusto Franco Garcia e Márcio Elias Ferreira, especialista no uso de biotecnologia no melhoramento do arroz.

Os temas que serão abordados no evento são: melhoramento genético, biotecnologia aplicada ao melhoramento, usos alternativos potenciais para as forrageiras e participação da iniciativa privada e proteção das cultivares. O evento será aberto às 17 horas do dia 9 de novembro – no auditório da sede da Embrapa Gado de Corte.

O simpósio é dirigido para pesquisadores e professores da área de melhoramento genético vegetal, melhoristas de forrageiras, alunos de graduação e pós-graduação em ciências agrárias, técnicos de empresas do ramo de forrageiras e áreas correlatas. O número de vagas é 120 e as inscrições já estão abertas com valores de 70 reais para estudantes e 120 reais para profissionais. Informações detalhadas da inscrição e apresentação de resumos podem ser conhecidas na página eletrônica:

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A importância das forrageiras para o Brasil

As plantas forrageiras são a base para a bovinocultura de corte e de leite. Ocupam uma área cultivada de cerca de 120 milhões de hectares, sendo que cerca de 40 milhões estão na região Centro-Oeste e destes, em torno de 12 milhões de hectares, em Mato Grosso do Sul. A criação de animais em pastos cultivados promoveu um diferencial qualitativo para a carne brasileira, em função de barreiras sanitárias como o mal da vaca louca, e do bem estar animal, e permitiu que o Brasil se tornasse o maior exportador mundial desse produto, com destaque para o Estado de Mato Grosso do Sul com o segundo maior rebanho bovino do País. As sementes forrageiras são, também, fonte de riqueza para o país, pois a sua comercialização movimenta cerca de 240 milhões de dólares anuais, equivalente ao do mercado de sementes de milho híbrido.

O melhoramento de forrageiras tropicais e temperadas no Brasil é uma atividade realizada por poucas equipes, diz Liana Jank, “além de ser relativamente recente, com ênfase apenas nos últimos 30 anos”, informa. Segundo a pesquisadora, a Embrapa, em especial a unidade de Campo Grande, em parceria com outras Unidades e Instituições de ensino vêm liderando o processo de desenvolvimento de novas cultivares de forrageiras pelo melhoramento e seleção. Estas cultivares respondem por mais de 70% do mercado de sementes forrageiras comercializadas no Brasil. Além disso, a Embrapa dispõe no Estado de Mato Grosso do Sul, dos maiores bancos ativos de germoplasma das gramíneas e leguminosas forrageiras tropicais de importância econômica e a maior equipe de pesquisadores envolvidos com o desenvolvimento de novas cultivares, entre as instituições de pesquisa nacionais. “O envolvimento de equipes interdisciplinares é essencial na obtenção de resultados positivos em um programa de melhoramento genético”, afirma a especialista. Segundo ela, a área de melhoramento genético de forrageiras ainda precisa ser internalizada pelas universidades brasileiras e é evidente a carência de pesquisa e formação de pessoas para desenvolver novas cultivares forrageiras por meio de melhoramento genético. “É indiscutível a importância dos programas de melhoramento genético de forrageiras para o desenvolvimento de cultivares cada vez mais produtivas e adaptadas às diferentes condições climáticas que possam garantir a sustentabilidade da bovinocultura de corte no Estado de Mato Grosso do Sul e em todo o Brasil”, declara Liana.

A criação de animais em pasto é uma das grandes vantagens competitivas do sistema de produção de carne bovina brasileira, não apenas pelo baixo custo de produção animal, mas também devido aos embargos comerciais em razão do aumento dos riscos sanitários, decorrentes da presença de insumos de origem animal na suplementação alimentar bovina. Logo, a carne brasileira pode ser considerada um alimento seguro, o que lhe confere um diferencial no mercado nacional e internacional.

Com a realização do simpósio espera-se aumentar a integração entre as equipes inter e multidisplinares das instituições de pesquisa e de ensino visando estimular o treinamento de jovens pesquisadores no melhoramento de forrageiras, e, desta maneira ampliar e consolidar os grupos de pesquisa que atuam nesta área no Brasil.

Eliana Cezar Silveira

Embrapa Gado de Corte

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