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Conhecimento científico-acadêmico e experiência popular estarão reunidos entre 19 e 22 de novembro, no campus regional da UFMG de Montes Claros, em nome da promoção da segurança e da soberania alimentar.
O I Simpósio de Segurança Alimentar do Norte de Minas Gerais, com o tema “Sustentabilidade e inovações”, acontece no Instituto de Ciências Argárias (ICA). São esperadas aproximadamente 300 pessoas, entre professores, pesquisadores, estudantes, agricultores familiares e representantes de órgãos governamentais ligados ao setor.
Segundo a coordenadora do evento, professora Anna Christina de Almeida, há algumas especificidades que justificam uma discussão regionalizada sobre o tema segurança alimentar. Entre elas a expressiva presença da agricultura familiar no Norte de Minas e as adversidades ambientais – como o clima - que interferem, particularmente, na produção de alimentos. Aspectos que exigem foco na sustentabilidade, a exemplo do que será abordado na palestra sobre produção de hortaliças não convencionais e sua possível contribuição para a segurança alimentar.
Para o coordenador do curso de Ciências de Alimentos, Eduardo Robson Duarte, outra característica regional que preocupa e precisa de atenção especial é a carência de padrões de segurança na produção de alimentos, muitas vezes, feita artesanalmente. Ele cita produtos como carne-de-sol, conservas e doces de frutas que costumam ser fabricados sem as condições mínimas necessárias para garantir a segurança dos consumidores. “Será muito importante para os produtores locais e também para os alunos de Ciências de Alimentos esse contato com os pesquisadores que virão apresentar seus trabalhos e palestras”, avalia o professor.
Experiências bem-sucedidas de associação entre os produtores rurais, a exemplo de feiras livres, e a realidade nutricional dos agricultores familiares e de outras comunidades tradicionais do Norte de Minas, como geraizeiros e quilombolas, também estarão na pauta do simpósio. Serão discutidas, ainda, questões ambientais, a exemplo dos contaminantes provenientes da produção agrícola, e as inovações da indústria de alimentos.
A porção científico-acadêmica da programação ficará a cargo das palestras e da apresentação de trabalhos de pesquisa e extensão. Foram aceitos 20 resumos e 41 artigos ligados ao tema segurança alimentar. Todos serão publicados no Caderno de Ciências Agrárias, da UFMG, e os melhores em cada área receberão diploma de honra ao mérito. O simpósio prevê, ainda, discussões e atividades com a presença da comunidade, com mesa-redonda sobre políticas públicas voltadas para o setor, workshops e minicursos.
Desde esta segunda-feira (16/11), a inscrição de participantes passa a ser feita apenas na secretaria do mestrado do ICA (Av. Universitária, 1.000, Bairro Universitário, Montes Claros). O atendimento acontece de 8h às 12h e de 14h às 16h30. Mais informações a respeito estão disponíveis no site
e no blog
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O simpósio é uma promoção do Mestrado em Ciências Agrárias, do curso de graduação em Ciências de Alimentos, do Grupo de Estudo em Segurança Alimentar (Gesa) e do programa de extensão “Apoio a agricultores familiares no Norte de Minas Gerais em produção, higiene e saúde pública”. Mais informações pelo telefone (38) 2101-7748.
Boas práticas agrícolas na origem de tudo
Orientar os produtores para que adotem boas práticas desde o preparo do solo até o armazenamento e transporte dos produtos agrícolas também é trabalhar pela segurança alimentar. Esse é o foco de um dos trabalhos de extensão selecionados para apresentação no simpósio: “Capacitação em boas práticas agrícolas para produção de hortaliças pelos agricultores familiares do Norte de Minas”. Desde o final de 2008, o grupo de alunos do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) responsáveis pelo projeto oferece cursos de capacitação que já beneficiaram cerca de 150 agricultores familiares de Montes Claros, São João da Lagoa, Japonvar e Lontra.
“As boas práticas agrícolas consistem em várias regras para uma produção sustentável: economicamente viável e sem prejuízo ambiental”, explica o acadêmico Rafael Jorge Almeida Rodrigues, do 8º período de Agronomia. “Os agricultores familiares aqui na região são muito carentes de informações técnicas a esse respeito”, acrescenta. Outro detalhe importante, segundo o estudante, é que essas práticas são de simples adoção.
As orientações começam pela conservação do solo. Quando oferecem a capacitação, os estudantes do ICA ensinam os agricultores a confeccionarem, por exemplo, um nível, semelhante aos utilizados por pedreiros. O material necessário pode ser encontrado na propriedade rural ou adquirido a baixo custo: mangueira, ripas de madeira, arame e fita métrica de costureira. Esse equipamento simples permite ao produtor medir a declividade do terreno a ser cultivado e constatar se há necessidade de medidas para evitar a erosão.
“Também abordamos o controle alternativo de pragas e doenças, com o uso de caldas naturais preparadas com ingredientes de fácil aquisição”, conta Rafael. As caldas são alternativas para o uso de agroquímicos. As boas práticas agrícolas repassadas aos agricultores incluem aproveitamento integral de resíduos, como restos vegetais e esterco, que serão transformados em adubos orgânicos e biofertilizantes. As orientações chegam à colheita e à pós-colheita, com o armazenamento e o transporte das hortaliças. Nestas últimas etapas, segundo Rafael, o risco de contaminação e perdas na produção é muito grande.
Juliana Paiva
Assessoria de Comunicação do Instituto de Ciências Agrárias /UFMG
(38) 2101-7773 /
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