Exportações do agro gaúcho caem no 2º trimestre de 2025
Na comparação com o mesmo período de 2024, houve retração de 14,3%
O Brasil ampliou sua posição no mercado global de limão, com foco na variedade Tahiti. Segundo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), essa fruta já representa 97% da produção nacional, liderada por pequenos e médios produtores.
O estudo mostra que São Paulo e Minas Gerais concentram mais de 90% da produção nacional, com destaque para o Triângulo Mineiro e o norte paulista. Em dez anos, a área cultivada cresceu 45%, alcançando 66,6 mil hectares. A produção saltou de 1,16 milhão de toneladas em 2013 para 1,72 milhão em 2023 — aumento de 47%.
A produtividade média nacional se manteve estável em 26 toneladas por hectare nos últimos anos, embora em São Paulo o rendimento tenha chegado a 40 toneladas por hectare em 2025, segundo contatos do USDA. O avanço da produção decorre principalmente da expansão da área plantada, e não do ganho de produtividade.
O limão Tahiti, híbrido sem sementes, é valorizado por sua casca verde durável. No Brasil, 80% das propriedades produtoras de limão têm menos de 25 hectares. O cultivo utiliza práticas como irrigação por gotejamento e bioinsumos. Segundo o USDA, o ciclo produtivo exige atenção especial, especialmente entre dezembro e maio, quando a oferta se concentra.
O relatório aponta que 50% da produção abastece o mercado interno, onde o limão é usado em sucos, doces, carnes, bebidas e até como produto de limpeza. O restante é processado ou exportado. O óleo essencial extraído da casca é amplamente utilizado nas indústrias alimentícia e farmacêutica.
Em 2024, o Brasil exportou 175,8 mil toneladas de limão Tahiti, conforme dados do USDA. No primeiro semestre de 2025, as exportações somaram 106,6 mil toneladas — alta de 18% em relação ao mesmo período de 2024. A União Europeia absorve entre 76% e 80% desse volume, com a Holanda liderando as importações. O Reino Unido também aumentou as compras. O relatório destaca ainda o acesso ao mercado indiano, obtido em abril de 2025 após acordo bilateral.
De 2020 a 2024, as exportações cresceram 48%. O país mantém ritmo constante de embarques e complementa a oferta mexicana. A produção ao longo de todo o ano dá ao Brasil uma vantagem competitiva no cenário internacional.
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