Seminário discute vulnerabilidade do Nordeste às mudanças climáticas

25.11.2008 | 21:59 (UTC -3)

A principal conseqüência damudanças climáticas para o Nordeste brasileiro, região de maior vulnerabilidade no país às alterações do clima, será a diminuição da disponibilidade hídrica. Segundo o climatologista Paulo Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mesmo que os modelos climáticos atuais ainda não sejam confiáveis sobre o nível de precipitações, apenas o aumento de temperatura já é suficiente para causar impacto à quantidade de água na região. A afirmação foi feita segunda-feira (24), na abertura do II Seminário sobre Mudanças Climáticas: Implicações para o Nordeste, que acontece até quarta-feira (26), no Centro de Treinamento Passaré, em Fortaleza, Ceará.

Promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, o seminário reúne mais de 50 especialistas em semi-árido, entre cientistas, técnicos de goveno, especialistas em clima e desenvolvimento regional, para discutir medidas de mitigação e adaptação da região Nordeste às mudanças climáticas, sobretudo nas áreas sujeitas à desertificação. As recomendações desses especialistas deverão dar origem a um documento com um balanço sobre o que diz a ciência sobre mudanças climáticas no Nordeste, a vulnerabilidade e possíveis impactos e recomendações de políticas públicas para enfrentamento o problema. Esse documento será oficialmente entregue às autoridades logo após o seminário, no próprio dia 26, durante a I Conferência Regional sobre Mudanças Climáticas: Implicações para o Nordeste, que contará com a presença do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

A importância do planejamento para adaptação nesta região no país é urgente não apenas por sua vulnerabilidade climática, mas também pela vulnerabilidade econômica do Nordeste, região onde o Produto Interno Bruto (PIB) nunca ultrapassou o índice de 50% do PIB do restante do País, segundo mostrou o economista da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Gustavo Maia Gomes.

Fatores como o aumento certo da temperatura, além da probabilidade de eventos extremos, como maiores períodos de seca e veranicos, podem mais uma vez inverter a tendência, leve, porém contínua, desde o início dos anos 1990, de desenvolvimento na região. Segundo Gomes, apesar de uma diminuição dos investimentos públicos neste períod, há indícios de retomada desses investimentos, principalmente pelo Plano de Aceleração da Economia (PAC), que destinou à região 25% de seus recursos para grandes projetos de infra-estrutura, além de investimentos privados, ligados ao turismo, infra-estrutura e exportação.

Fonte: www.mma.gov.br

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