Segurança e garantia de renda do produtor foram debatidos no 5º Fórum Nacional de Agronegócios

​Especialistas, empresários e autoridades debateram os principais gargalos, desafios e oportunidades do agronegócio brasileiro

27.09.2016 | 20:59 (UTC -3)
Pamela Viotto

Especialistas, empresários e autoridades debateram os principais gargalos, desafios e oportunidades do agronegócio brasileiro, em evento promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, nesse fim de semana (24), em Campinas. Com a liderança de Luiz Fernando Furlan, chairman do LIDE; e Roberto Rodrigues, presidente do LIDE Agronegócios, cerca de 200 participantes se concentraram em encontrar soluções para o desenvolvimento do setor, que passa por questões como a legislação trabalhista no campo e segurança financeira do produtor.

O ex-ministro da Agricultura Luís Carlos Guedes Pinto propôs transformar os recursos concedidos aos produtores em seguro rural. "Isso pode significar a multiplicação por 15 ou até 20 vezes o volume de recursos atualmente destinado ao seguro agrícola. Assim, o produtor tem garantida sua renda, independente dos riscos climáticos e sem se endividar", explica. Para João Martins da Silva, presidente da CNA – Confederação Nacional da Agricultura, o ponto crítico está na fatia denominada Classe C do agronegócio. "Enquanto a elite da agricultura, as chamadas classes A e B, consegue uma renda mensal média de R$ 15 mil, os integrantes da Classe C possuem renda mensal que varia de R$ 1.500 a R$ 5 mil. Se quisermos melhorar a renda do produtor agrícola , teremos de olhar com atenção essa classe", comentou.

Mônika Bergamaschi, presidente do Instituto Brasileiro para Inovação e Sustentabilidade no Agronegócio, traçou o cenário da complexa legislação trabalhista brasileira aplicada à atividade rural. "Entre os problemas das incongruências legais está a elevada subjetividade das leis que leva a imprevisibilidade nas decisões, com o acúmulo de processos trabalhistas na Justiça", observou. Segundo ela, considerando todos os processos trabalhistas, em 2015 foram abertos cerca de 84,5 milhões de processos.

Para Roberto Rodrigues, os debates evidenciaram a necessidade de a sociedade brasileira fazer a defesa explícita dos interesses dos agricultores. "É essencial que a visão vigente em países desenvolvidos, de oferecer proteção aos seus agricultores, seja incorporada pelo governo e pela população em geral, de forma a implementar mecanismos que assegurem a estabilidade produtiva acoplada à modernização do crédito rural e dos mecanismos de comercialização agrícola, para assegurar a oferta de alimentos em quantidade e qualidade", resumiu.

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