Pesquisas apontam que árvores no campo reduzem doenças nas lavoura
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A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Polo Regional de Pariquera-Açú da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), desenvolve pesquisas para identificar a real necessidade da reforma das plantações de banana. Apesar de a literatura científica indicar a necessidade da reforma do bananal após os cinco primeiros anos de cultivo, os produtores nem sempre dispõem de dados tabulados e detalhados sobre a prática em sua propriedade, o que reduz a adoção da técnica. Com a pesquisa, a APTA espera disponibilizar mais informações para os produtores do Vale do Ribeira decidirem melhor sobre sua produção. O secretário de Agricultura e Abastecimento, Gustavo Junqueira, visitou no último dia 9 de dezembro a unidade de pesquisa, na qual será criada uma vitrine tecnológica da cultura da banana para transferir conhecimentos e tecnologias para os agricultores.
De acordo com o pesquisador e diretor do Polo Regional de Pariquera-Açú da APTA, Erval Damatto Junior, o foco da pesquisa é a longevidade e a viabilidade econômica do bananal. "Pretendemos avaliar a necessidade ou não da reforma da plantação, uma técnica que consiste em eliminar todas as plantas da área, de um lote doente ou com baixa produtividade e realizar um novo plantio", explica.
A literatura científica recomenda uma possível reforma do bananal a partir do quinto ano de produção devido a perdas na produtividade. No dia a dia, porém, apenas a partir do décimo ano que parte dos produtores começam a adotar a técnica. "Cerca de 20% dos produtores de banana fazem a reforma a partir do décimo ano. Mas há bananais no Vale do Ribeira, por exemplo, com mais de 80 anos de produção, que nunca foram reformados", afirma o pesquisador da APTA.
A baixa utilização da reforma é explicada pelos custos envolvidos na operação e porque após o novo plantio, o bananal demorará mais um ano para se formar e iniciar a produção de novos cachos da fruta. "O momento da reforma é bastante relativo, pois depende das condições de solo, de cultivo e de tratos culturais realizados, que podem influenciar no tempo necessário. Por isso, é importante realizarmos pesquisas direcionadas à produção do Vale do Ribeira, que tem a banana como seu principal produto do agro. A ideia é fazermos o acompanhamento das condições do bananal e da sua produção para fornecermos informações para a tomada de decisão do produtor", explica Damatto Junior.
Iniciada em 2019, os primeiros resultados da pesquisa devem começar a surgir a partir da primeira colheita dos frutos, que será realizada entre janeiro e fevereiro de 2021. O trabalho está sendo conduzido em conjunto com a empresa Marquinhos Bananeiro.
A expectativa, segundo Damatto Junior, é criar nesta área uma vitrine tecnológica, em que produtores rurais, técnicos, pesquisadores e empresas de insumos aprendam sobre técnicas de manejo da produção da banana.
O trabalho está sendo realizado em uma área de 37 hectares do Polo Regional da APTA, em que foram plantadas diferentes cultivares de banana, tipos de muda e usado espaçamento e adubação diferenciada. Por isso, há a possibilidade de se estudar outros aspectos da cultura e do manejo da banana dentro da área, como o uso de fertilizantes, defensivos agrícolas e outros insumos empregados na produção.
"Antes desse trabalho, essa área era improdutiva dentro da nossa unidade de pesquisa. Encontramos na parceria com a iniciativa privada uma forma para desenvolver projetos relevantes para os produtores e trazê-los para perto da pesquisa científica. A APTA é referência em estudos com banana e, por isso, queremos ter um espaço para levar todo o conhecimento gerado aqui para quem está no dia a dia no campo", explica.
Os pesquisadores da APTA e técnicos da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS) lançaram neste ano o Manual Técnico 82 - Cultivo da Bananeira que pode ser baixado gratuitamente.
A banana é uma das principais culturas da região do Vale do Ribeira, que conta com 22 municípios e o Programa Vale do Futuro, estabelecido pelo Governo do Estado de São Paulo.
São Paulo é o maior produtor nacional de banana, respondendo por 15,7% do total produzido no Brasil em 2018, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA). O Vale do Ribeira produziu 34.536.804 caixas de 21 quilos de banana em 2019, o que gerou R$ 1.038.867.282,69 para a região e respondeu por 65% da produção estadual da fruta.
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