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O município de Morretes, no litoral do Paraná, é reconhecido pela fabricação de produtos típicos, como o barreado e a bala de banana. Nos últimos anos, a localidade vem se destacando também pela produção artesanal de cachaça, polpa e suco de maracujá. Até o momento, a bebida alcoolica é produzida em pequenos alambiques e o suco em pequenas propriedades rurais e em áreas urbanas. No final do ano passado, cerca de 40 produtores rurais buscaram apoio de entidades para melhorar sua atividade. O Sebrae/PR, o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/PR), a Universidade Federal do Paraná (UFPR), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Paraná (Senar/PR) e a Secretaria Municipal de Agricultura de Morretes envolveram-se no projeto.
Para apoiar os produtores, o Sebrae/PR destacou o agente local de inovação, Jonas Luckemeyer de Lima, para orientar o grupo na busca de soluções conjuntas para superar as dificuldades. Uma das primeiras propostas dos apoiadores é incentivar a legalização da atividade, o que possivelmente irá ocorrer com a constituição de uma cooperativa. A sugestão vem sendo estudada e é tema de reuniões.
A partir da visita aos alambiques, o agente local de inovação efetuou um diagnóstico e apontou pontos que podem ser melhorados. “Visitei em média oito estabelecimentos e ficou clara a necessidade de uma envazadora comunitária. Além disso, os empreendimentos precisam de adequações em suas estruturas, adoção de tecnologias e capacitações para que aprimorarem o modelo produtivo”, destaca Jonas de Lima.
Outra constatação do agente local de inovação é o grande potencial dos alambiques para se tornarem atrações turísticas. “Um bom planejamento de marketing, ajustes nos alambiques e treinamentos poderão viabilizar o turismo nos engenhos e isso pode se reverter em outra boa fonte de renda para produtores”, analisa o profissional.
A consultora do Sebrae/PR, Maria Isabel Rosa Guimarães, observa que a legalização da atividade é essencial para o desenvolvimento dos empreendedores, que, segundo ela, precisam inovar para sobreviver e agregar valor à atividade.
“A atuação em conjunto é a melhor saída para esses produtores. Juntos, poderão dividir o montante de investimento necessário à modernização das atividades produtivas. Vemos surgir aí o empreendedorismo que resgata a tradição da localidade na produção dessas bebidas e adiciona inovação, melhoria da qualidade dos produtos e do processo produtivo”, ensina a consultora.
Marcell Dusztzak produz, há mais de 15 anos, cachaça na região de Morretes, no litoral do Estado. Com os frutos dessa atividade, que rende entre 20 e 25 mil litros de cachaça ao ano, o produtor, paga o aluguel do engenho, local onde produz e comercializa a bebida, sustenta a família e gera emprego direto para quatro pessoas.
Em dezembro de 2010, o Engenho Novo, de Marcell Dusztzak, e outros alambiques foram visitados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que sugeriu mudanças no modo de produção e de comercialização da cachaça fabricada na localidade. As alterações visam atender às normas governamentais que regulam a atividade. Agora com o auxílio das entidades, o produtor renova suas esperanças.
“A possibilidade de emitir nota fiscal e ter um selo que ateste a qualidade do produto gera uma expectativa real de aumento das vendas. Penso que, com planejamento, seja possível também ampliar a produção e melhorar as estratégias de trabalho. Estou ciente de que juntos ficamos mais fortes e poderemos alcançar mais rápido os objetivos”, afirma Marcell Dusztzak.
Projeto
O Projeto Agentes Locais de Inovação é uma proposta inovadora do Sebrae Nacional, que objetiva fomentar o desenvolvimento das empresas por meio da disseminação da cultura da inovação. Em 2011, os agentes locais de inovação devem levar seus serviços para aproximadamente 20 mil empreendimentos do País. No Paraná, o Projeto é executado pelo Sebrae/PR em parceria com a Fundação Araucária.
O consultor do Sebrae/PR e coordenador estadual do Projeto, Olavio Schoenau, explica que os agentes locais realizam um diagnóstico gerencial das micro e pequenas empresas que visitam e fazem uma mensuração do estágio de inovação, para, a partir disso, promoverem correções e indicarem aos empresários as melhores formas de se inovação.
?A inovação é um quesito de sobrevivência para os empreendimentos de qualquer porte e setor de atuação. Nesse momento, estamos empenhados no desenvolvimento de uma ferramenta para que as micro e pequenas empresas façam a gestão da inovação, que contempla 13 dimensões?, avalia.
Olavio Schoenau destaca que o principal resultado obtido pelas empresas contempladas pelo Projeto Agentes Locais de Inovação entre 2008 e 2010 foi o aumento da lucratividade dos negócios. O Sebrae/PR realizou uma pesquisa com 76 empresas participantes. “Noventa e cinco porcento dos participantes disseram que indicaram a solução para outros empresários e cerca de 90% dos entrevistados avaliaram o Projeto como bom ou excelente. É importante ressaltar que todos os agentes, antes de iniciar os trabalhos, passam por um intenso treinamento”, frisa o coordenador.
Nos atendimentos do Projeto, os agentes locais de inovação realizam o diagnóstico da gestão empresarial e a mensuração do estágio de inovação em que a empresa se encontra. Com base nos dados adquiridos, é elaborado um plano de trabalho e entregue ao empresário para que inicie os processos de inovação.
Atualmente, os jovens profissionais atuam nos setores do agronegócio, vestuário, metal-mecânico e turismo, em diversas cidades das regiões centro-sul, noroeste, norte, oeste e sudoeste. A expectativa é que 1.250 empresas sejam transformadas em inovadoras no Estado.
Jaqueline Gluck
Savannah Comunicação Integrada
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