Safra de laranja 2024/25 no cinturão citrícola sofre queda de 7%

Produção é reestimada para 215,78 milhões de caixas devido à seca e temperaturas elevadas; colheita acelerada e quarta florada podem influenciar próximos resultados

11.09.2024 | 07:11 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações de Daniele Merola

A produção de laranjas no cinturão citrícola de São Paulo e Sudoeste Mineiro para a safra 2024/25 sofrerá uma redução significativa. Segundo a primeira reestimativa divulgada pelo Fundecitrus, a estimativa agora é de 215,78 milhões de caixas de 40,8 kg, uma queda de 7% em relação à previsão feita em maio. A principal causa dessa redução é o menor tamanho dos frutos, resultado de condições climáticas adversas, como temperaturas elevadas e chuvas abaixo do esperado.

O volume de chuvas nos primeiros meses da safra foi 31% inferior ao previsto. Além disso, o outono e o inverno apresentaram temperaturas acima da média, intensificando a evapotranspiração e agravando a seca. O clima quente acelerou a maturação das laranjas, o que resultou em um ritmo mais rápido de colheita. Em agosto, cerca de 45% da safra já havia sido colhida, número superior à média histórica para o período, que é de 30%.

Juliano Ayres, gerente-geral do Fundecitrus, classificou a temporada como atípica. Ele destacou que a próxima reestimativa deve trazer informações mais detalhadas sobre a quarta florada, que tem se mostrado mais volumosa do que em anos anteriores. Segundo Ayres, o Fundecitrus realizará um levantamento de campo nas próximas semanas para avaliar o pegamento e o tamanho dos frutos dessa florada, que ainda estava ocorrendo em alguns talhões no início deste ano.

Outro ponto relevante é a redução do tamanho médio das laranjas, que passou de 169 gramas para 155 gramas. Isso fez com que o número de frutos necessários para encher uma caixa de 40,8 kg aumentasse de 241 para 264. Por outro lado, a taxa de queda de frutos diminuiu, passando de 18,50% para 17,10%. Esse recuo foi atribuído, em parte, à antecipação da colheita, que reduziu as perdas causadas pela doença greening.

Esses dados refletem um cenário climático difícil, que impacta diretamente a produtividade e a qualidade da safra, com possíveis consequências para o mercado de suco de laranja no Brasil.

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