Geadas preocupam produtores de trigo no Rio Grande do Sul
Apesar disso, o aspecto visual das lavouras é considerado bom, assim como a perspectiva de produtividade
A safra de algodão 23/24 enfrenta grandes desafios em Mato Grosso, agravados por condições climáticas adversas e o aumento expressivo de pragas. A média de infestação pelo bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) atingiu níveis alarmantes. De acordo com monitoramento, a presença do inseto quase quadruplicou em relação à safra anterior. A média atual é de 8,97 bicudos por armadilha por semana (BAS), contra 2,15 BAS na safra 22/23. Este é o pior resultado desde 2012/13.
Durante evento técnico promovido pela Fundação Mato Grosso, especialistas discutiram o impacto dessa infestação. O entomologista Guilherme Rolim, do Instituto Mato-Grossense do Algodão, destacou que a destruição inadequada de plantas no fim do ciclo de cultivo contribuiu significativamente para a multiplicação do bicudo. As condições climáticas adversas favoreceram a permanência de plantas de algodão nas lavouras de soja, criando um ambiente propício para o desenvolvimento do inseto.
Rolim enfatizou a necessidade de medidas preventivas urgentes para controlar a praga e garantir a sustentabilidade da produção. Entre as recomendações, ele destacou a importância de uma destruição eficiente dos restos culturais e o uso de armadilhas com feromônios para monitoramento e controle da população de bicudos.
Além do bicudo, outras pragas também têm causado preocupação. O ácaro-rajado (Tetranychus urticae) e a lagarta Spodoptera frugiperda foram apontados como problemas significativos nesta safra. O fenômeno climático El Niño, que trouxe temperaturas mais altas e tempo seco, acelerou o ciclo de vida dessas pragas. A dificuldade no controle do ácaro-rajado, devido à falta de biotecnologia específica e à difícil identificação dos focos iniciais, foi destacada pela pesquisadora Lúcia Vivan, da Fundação Mato Grosso.
Vivan também alertou sobre a presença constante da lagarta Spodoptera frugiperda em diversas culturas, incluindo o algodão. Ela reforçou a importância do monitoramento contínuo e do uso de ferramentas de controle adequadas, além de mencionar os treinamentos oferecidos pela Fundação Mato Grosso para auxiliar os produtores.
O gerente técnico regional do grupo Bom Futuro, Cid Reis, relatou as dificuldades enfrentadas na gestão de uma área de 58 mil hectares de algodão em Campo Verde. Segundo ele, o número de aplicações de defensivos para controle do bicudo superou as projeções iniciais, alcançando 15 aplicações, em vez das 12 previstas. Diante desse cenário, Reis destacou a busca por alternativas para reduzir o número de aplicações, incluindo o uso de armadilhas e o seguimento das recomendações técnicas para um manejo mais eficiente.
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